Prólogo

103 13 1
                                    

Crystal

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Crystal


Para a missão dois da operação MTC — Madrinhas Também Casam —, eu tinha algumas diretrizes bem sólidas.

Diretriz número um: Maximilian Calloway, meu querido primo, seria levado em consideração, como forma de o ressarcir pelo erro que cometi, o envolvendo na história com Blair; e diretriz número dois: Eu teria um olhar mais atento para estar aberta às opções, mesmo as mais surpreendentes.

Mas se por um lado eu tinha diretrizes firmes, por outro eu tinha conseguido novos problemas. Eu havia ido muito bem, obrigada, na primeira missão da operação MTC, apesar dos percalços. No entanto, para a segunda missão eu já havia atraído uma dificuldade. E, por sinal, era uma dificuldade alta, masculina e que dividia comigo genes da mesma família: meu adorado (acrescente uma pausa de ironia aqui) irmão Sebastian.

— Eu não posso acreditar que você me representou, em seu grande plano, com esse boneco feio dos infernos, Crys.

Sebastian mal colocou os olhos na minha maquete... Correção: ele mal colocou os olhos na minha base de operações estratégicas e já tinha encontrado com o que implicar. Exatamente como o irmão chato que, às vezes, somente ele poderia ser.

Bufei.

— Seu gosto não é o ponto, Sebastian. A operação é. — Cruzei os braços e bati o pé. Por que é que eu tinha resolvido incluir mais pessoas no meu acerto de contas com o universo mesmo? — Além disso, os bonecos são ótimos. Bem parecidos com as pessoas reais. Se você é feio, não culpe a minha ótima cerimonialista, questione a mãe natureza.

Foi como falar para as paredes.

— Mas veja, o meu boneco é mais baixinho que o da Blair. Eu não sou mais baixo que a Blair. — Ele continuou reclamando. — E quem é o boneco alto e forte do outro lado da minha namorada?

Erick pigarreou.

— Bem, esse seria Maximilian.

— O quê? — Sebastian pegou meu padrinho em miniatura. — Mas isso é uma afronta. Na verdade, a mesma afronta por duas vezes, depois do que aconteceu em Mônaco.

Blair surgiu ao lado do meu irmão antes que eu o acertasse no olho com uma das peças que formavam o gazebo.

— Seb, são apenas bonequinhos. Não leve para o lado pessoal. — Minha melhor amiga beijou meu irmão no rosto, e eu o vi se derreter de forma instantânea. — E se isso o incomoda tanto, nós podemos conseguir um calço para os sapatos do seu avatar baixinho.

— Blair...

Interrompi-o antes que perdêssemos o foco. Eu tinha uma missão a cumprir. Na verdade, mais três. Então voltei a falar:

— Como eu expliquei antes, tudo isso se trata de uma operação complexa que envolve uma promessa que lançamos ao universo, quando nosso grupo de amigas era mais jovem.

— Sim — atestou Erick. — E que pode ser cobrada na forma de cabelos. — Meu noivo tirou a boina francesa que usava e apontou para a própria cabeça. — O que deixaria qualquer um de nós usando uma peruca como a do tio Herbert, aquela que fica saltando em sua careca toda vez que ele tenta fazer cover do ACDC para a família.

Blair levou a mão ao peito de imediato.

— Cruzes, eu me lembro da última vez. Foi no Natal.

— E que Natal. Havia fios da peruca do tio Herbert até no pernil chester depois daquela apresentação. — Até Sebastian tocou o próprio cabelo. — Isso é um mal que não desejo a ninguém. Nem a pernis inocentes.

— Ótimo. Então estamos todos de acordo com o fato de que isso deve ser levado extremamente a sério. — Sentenciei e peguei o boneco de Max das mãos do meu irmão. — Não podemos brincar com o universo e, agora que começamos, precisamos ir até o fim. O problema é que...

O problema era que depois de não enxergar o que estava diante dos meus olhos, com relação a Blair e Sebastian, eu estava incerta sobre a minha nova aposta. Por isso, continuei parada ali, segurando o bonequinho de Max e olhando para as minhas belas madrinhas enfileiradas no gazebo ao meu lado.

Fiquei tão concentrada olhando os rostos de cada uma delas e tentando descobrir como prosseguir, que mal notei Blair ao meu lado. Ao menos não até vê-la esticar a mão e agarrar a bonequinha menos provável como escolha segura daquela fila. E, com certeza, a menos segura para o padrinho que eu tinha nas mãos, já que ela sempre quis fazer picadinho dele.

— O quê? Jodie? — Olhei para Blair, chocada.

— Sim — disse Blair com um sorriso tranquilo. Em seguida se virou para o meu irmão.

Os dois trocaram olhares que não compreendi. Em seguida, Sebastian se aproximou com um sorriso animado no rosto e voltou a tirar Max das minhas mãos.

— Ah, sim. Podemos apostar nisso, com certeza.

Recuei de imediato e tentei tirar meus bonequinhos das mãos deles.

— Vocês só podem estar loucos! Jodie e Max? Juntos? Esse é um erro que nem mesmo eu cometeria! Os dois se odeiam de forma mortífera. E quando digo mortífera, quero dizer que ele a tratou mal em um acampamento de verão e que ela já tentou furar o baço dele com um florete de esgrima!

— E daí? Você nunca pensou que todo esse ardor pudesse esconder outra coisa? — perguntou Blair, mantendo a bonequinha de Jodie longe de mim. — Será que tudo se resume a um ódio antigo de acampamento, de verdade?

— Blair, Jodie sempre deixou claro que não suporta meu primo — insisti. — Eu tentei fazê-los se entender, pelo bem de todos nós, mas ela até escreveu sobre o quanto o odeia. Ela ainda escreve.

— Mas nem tudo que se escreve por aí é verdade. — Sebastian continuou enquanto analisava o bonequinho de Max. — E eu andei tendo algumas suspeitas em Mônaco...

— Suspeitas? — Pisquei, confusa.

— Agora que você falou sobre Mônaco, Hinxtone... — Meu próprio noivo também se juntou ao complô. — Lembrei-me de que Maximilian parecia indeciso sobre ir conosco. Ao menos até que me perguntou sobre qual das madrinhas nos acompanharia até lá. No entanto, eu não sabia quem seria na época. Acabei chutando que fosse Jodie, já que ela gosta bastante de viagens. Max confirmou presença logo depois de ouvir isso.

A informação nova fez com que todos ficassem em silêncio por um instante.

— Bem. Está aí. — Sebastian foi o primeiro a falar e depois colocou o bonequinho de Max no gazebo. — Eu pago para ver se isso é mesmo ódio ou se faltam a esses dois um empurrãozinho, como Blair e eu recebemos. Ainda que torto.

Blair ainda olhou para mim, à espera.

Eu continuei estática.

— Você disse que estaria aberta a opções, Crys. Mesmo as mais surpreendentes — lembrou a minha amiga.

— Mas você tem certeza disso, Blair?

— Agora que estou com Seb, tenho conseguido enxergar melhor as coisas, Crys. Confie em mim. Talvez eles só precisem mesmo se acertar. De verdade.

Pensei um pouco. Então fechei os olhos e estendi a mão para a bonequinha de Jodie.

— Que Deus nos ajude. — Em um instante, Jodie Lee estava ao lado de Maximilian Calloway, meu prodigioso primo bilionário que ela apelidara carinhosamente, em sua coluna no jornal, de O Bilionário do Mal. Os dois ficaram ali dentro do gazebo, me encarando e parecendo ameaçadores como casal. — Mas se esses dois destruírem meu casamento, todos vocês vão pagar da forma mais lenta, agonizante e dolorosa possível!

Dançando Para Seduzir (O Bilionário): Madrinhas Também Casam - 2 [Degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora