Dançando Para Seduzir (O Bilionário): Madrinhas Também Casam - 2 [Degustação]

01

Jodie

Sempre tentei pensar nas lições de Jane Austen como tranquilizadoras quando as coisas estavam difíceis em uma situação. Por exemplo, se eu estivesse em uma entrevista com algum babaca de Wall Street que estava indo de mal a pior. E naquele momento, era isso que acontecia. Então, eu já estava desfiando um mantra de pelo menos duzentas repetições da mesma frase:

"Seu defeito é uma predisposição para odiar todo mundo."

Elizabeth tinha dito isso à Darcy em Orgulho e Preconceito, e Lexie tinha dito isso a mim, depois de lê-lo, pelo menos um zilhão de vezes. Mas eu não odiava todo mundo. Odiava coisas específicas como: programas de domingo, espera longas em filas na Saks da quinta avenida e, é claro, idiotas loiros de ternos caros que olhavam para o meu decote como se eu fizesse parte do time do AsiáticasPeitudas.com e estivesse prestes a baixar a blusa para exibir meus mamilos com estrelas nas pontas.

Aliás, o AsiáticasPeitudas.com realmente era um problema de longa data para mim.

Quando me mudei com meus pais da Filadélfia e ingressei na Trinity High School, minha escola de ensino médio no coração elitista de Manhattan, muitos garotos faziam sinais obscenos para mim, quando eu voltava em roupa de ginástica do vôlei com as minhas amigas incríveis: Crystal, Blair, Felicity e Lexie. Os garotos me chamavam de garota-dos-peitos-de-estrelas, marca registrada das mulheres que se exibiam nas câmeras privadas online. O que provava que todos eram frequentadores assíduos do site.

Era tão odioso lidar com o estereótipo, quanto com meus dois dentes da frente amarelados, perante aquela corte marcial de filhos de ouro de Nova Iorque. E não importava que meu pai, Peter Shepard, fosse dono de uma rede de resorts. Como uma nova rica saída dos subúrbios de Philly e com uma fortuna originada dos salões de jogos da Coreia — um jeito "não americano" de fazer dinheiro —, eu nunca seria vista com a mesma importância das famílias da Era Dourada. Pessoas cujos tataravós jantaram com os Roosevelt e passearam pelo Hudson com os Astor, esse tipo de coisa. Pode parecer novidade para muita gente, mas existe uma distinção real em Nova Iorque. E nessas trincheiras, ricos gostam de massacrar outros ricos com base na data do dinheiro.

Sem sentido? Sim. Mas ricos também ficam entediados com facilidade e precisam se divertir com coisas estúpidas como qualquer outro ser humano.

Então o dinheiro "novo" do meu pai não impediu as outras crianças de me acharem inferior. Também não me impediu de ter vergonha dos meus próprios peitos e nem de sofrer perseguições por dentes que não consegui clarear durante todo o ensino médio. Mas, sem dúvida, poderia ter me impedido de estar aqui, sendo a jornalista da coluna Billionaires e tendo que entrevistar mais um novo arrogante que acabara de comprar seu primeiro terno Westmancott apenas para que minha chefe me desse a chance de fazer jornalismo de verdade.