valeu a pena

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O vento começa a soprar mais frio e meus braços expostos pela blusinha sem alça logo reclamam do toque gelado, fazendo com que meus poros dilatem por todo meu corpo.

Com muita dificuldade, separo minha boca da dele e abaixo minha cabeça, sentindo os lábios macios tocarem minha testa, num beijo carinhoso.


—Está frio, não acha? —Ele sussurra. 


—Uhum.


—Vamos entrar? —Sinto sua mão passar algumas vezes na minha pele, aquecendo o lugar. —Eu fiz meu prato especial.


—Miojo? —Pergunto e o sinto rir contra minha pele. 


—Calada. Eu não queimei, dessa vez.


—Como cozinheiro, você é um ótimo escritor. —Provoco e logo me levanto, esperando que ele faça o mesmo, mas para minha surpresa, Namjoon se mantém sentado, me olhando de baixo, deslizando os olhos de forma preguiçosa de cima a baixo. —Nam... Vamos? 


—Se aproxima só mais uma vez? —Ele me pede com um tom meio rouco e ainda me olhando atento.


Aproximo nossos rostos, sem voltar a me sentar, apenas me curvando para frente e consigo sentir meu coração errar as batidas quando Nam segura meu cabelo próximo à nuca e me puxa para mais um beijo.


Eu conheço pouco, ou quase nada, desse lado do Namjoon, mas sei bem qual o jogo que ele mais se sai bem em fazer. Provocação é sua arma mais eficaz e eu percebo que estou prestes a sentir o poder dessa jogada.


Entre o beijo, ele separa nossos lábios apenas para deslizar a língua suavemente por meu lábio inferior e então morde o lugar, sorrindo enquanto me deixa ir. —Eu acho que viciei em te beijar... —Diz como se estivesse apenas pensando em voz alta. —Hum. Vamos, a comida vai esfriar.


Então ele levanta e caminha em direção à cozinha, sorrindo da situação atônita em que fiquei. Algo me diz que a noite ainda vai ficar interessante. 


Namjoon e eu, como de costume, jantamos no sofá enquanto assistíamos um filme repetido na Netflix. A garrafa de vinho só já tinha um pouquinho de líquido restante e a rolha que, já que não tinha como sacar, foi empurrada para dentro. 


Largamos os pratos sobre a mesinha de centro e nos deitamos no sofá, abraçados como já fizemos várias outras vezes. A diferença é que em nenhuma outra vez nós havíamos deixado um clima tão... forte quanto deixamos mais cedo na varanda.


Eu sei o que ele está tentando fazer e ele sabe que eu sei. Acho que o fato de eu saber o que está acontecendo e apenas deixar tudo continuar, faz com que ele se sinta mais confortável em continuar. 


Num carinho suave, Namjoon desliza as pontas dos dedos por meu braço. Sua respiração suave e meio preguiçosa sopra meu cabelo e, mesmo que eu use todas as minhas forças, não resisto ao impulso de tentar me aproximar mais de seu corpo.

Meu (falso) namorado perfeito Onde histórias criam vida. Descubra agora