1- o convite

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Alice

Eu odeio quintas-feiras chuvosas. A redação do jornal fica lotada . Uma correria. Chefe  gritando. Além disso, todas as sextas tem o quadro de cultura, Diversão e cultura, do Rio de Janeiro que haverá nos final de semana. No qual , também sou responsável pelo roteiro e caso, um dia , receba uma promoção, estarei apresentando.
Nessa quinta, não foi diferente. Estava tão cheia, que todos  os repórteres fizeram as suas presenças. Não que isso seja novidade, porém não chegava ser dessa forma.
—Ali, como aqui está cheio. Até aquele gostoso do apresentador do jornal da madrugada está aqui.—afirmou Clara com ajeitando sua cabeleira ruiva tentando chamar a atenção do jornalista charmoso— Estão falando que isso tudo está rolando, por causa de um acidente na Presidente Vargas.
—Que merda!
— É! Hoje o almoço vai ser mais tarde...
— Ah, não ! Hoje tem happy hour no nosso restaurante favorito.—afirmo com a maior cara de pobre coitada que eu pude fazer .
— Ah! Como foi a sua conversa com o Broxa?
— O meu ex tem nome , ok? E porque você chama o Caio assim?
— Primeiro, vocês quase não transavam. E depois, ele era ruim de cama.
— Ele não era ruim de cama.
— Então, vocês transavam todas as semanas e ele te fazia gozar todas as vezes?
— Sim... Okay, não.
— Mulher, aproveita a vida de solteira agora. Pegue um homens gostosos. Goze e transe muito. Seja feliz!
— Tá , miga . Agora me deixa terminar aqui com a roteiro de amanhã e revisar a minha coluna do jornal que tenho que lançar até amanhã.
—Falando de amanhã, terá uma dos formandos do nosso ano ! Vai ser numa mansão maravilhosa na Barra.
— Amiga, não sei ... Não quero ir.
— A turma de medicina e direito vai estar lá.
— Por que você não disse antes? Agora, eu vou!
— Sabia que se você soubesse que teria os gostosos de med e direito, mudaria de ideia.
— Claro, que horas você me busca?
— Estou no seu apê as oito horas.

Minha amizade com a Clara existe desde o ensino médio. Sempre fomos uma dupla dinâmica e inseparável. Sempre estivemos juntas nos momentos mais difíceis e os mais alegres. Quando Clara se assumiu com bissexual para os pais, eu estava lá dando todo apoio. E quando ela foi expulsa de casa , nos moramos juntas . E agora, ela mora no apê embaixo do meu. Além de termos feito faculdade de jornalismo juntas e trabalhamos na mesma emissora.
Logo após em um dia cansativo de trabalho, —afinal , todas as sextas-feiras são assim— cheguei em casa e fui me arrumar. Afinal, tinha que ficar maravilhosa para uma festa dessas. Não demorou muito para Clara chegar no meu apê.
— Já está pronta, marida? Sua mulher, chegou !
— Sim , Amor, estou pronta com você gosta. — digo com o meu melhor sorriso.
— Nossa, Ali! Como você está linda. Se você pegasse mulher, te pegava! Te pegava e muito!
— Para de ser palhaça, Clara!
— Mas eu nunca neguei que não te pegaria! Você é muito gostosa! Nunca deve ter levado um fora na vida. Sofreu por feio e idiota porque quis.
— Nossa, Clara! Isso ajuda muito minha autoestima.
— Ali, quando você  desistir de sofrer por homem, sabe que estou aqui.
— Você sabe que é minha marida!
— Primeira e única !
— Claro, Amor! Vamos!
— Vamos!
Nós duas estávamos lindas . E estávamos combinando, mesmo não temos conversado sobre isso antes.  Estávamos de vermelho. Eu com um vestido coladinho e ela com um blazer e body preto e calça de alfaiataria.  Estávamos lindas e impecáveis . Hoje, a noite prometia — meu corpo estava implorando por diversão.

Depois daquela festaOnde histórias criam vida. Descubra agora