2- De volta às festas da faculdade

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Alice

— Bem-vindas, minhas gostosas! — gritou Nanda logo que nos viu com um taça de drink em cada uma das mãos — " Mi casa es tu casa", meninas!
— Como?— Eu e Clara falamos em coro.
— Quero dizer...Obrigada , Nanda . Que casa linda !  — termino com uma risada sem graça.
— Muito linda mesmo, que nem a dona .
— Para, gente. Sei que ficaram surpresas. Mas, é claro que eu não comprei essa casa com o meu salário de psicóloga recém-formada . Foi um presente do papai por ter me formado.
— Nossa, como seu pai é generoso! Que linda essa demonstração de amor e cari...
— Caralh* ! Queria ter um pai assim. O máximo que o meu fez , foi  comprar uma bicicleta para mim , no meu aniversário de 7 anos. E ainda, aquela merd* era usada.
— Ah , Clara ! Como eu sentia falta do seu senso de humor!
— É ! A Clara é realmente uma comédia!
— Gente, não é piada ! Meu pai não vale nada! Que bom que ele se divorciou da minha mãe! Outra que eu não suporto.
— Clara! Cala a boquinha, cala!
— Enfim, garotas, para esquecer dos problemas. Querem que eu pegue um drink pra vocês? Sei que a Clarinha ama uma Caipivodka .
— Não precisa , meu amor. Eu e Clara nos viramos aqui. Além disso, acabamos de chegar, não é?
— Sim, Ali. Temos que falar com o pessoal.
— Claro, claro. Qualquer coisa estou por aqui . Já sabem onde me encontrar?
— Sim! Sempre está no bar ou na pista descendo até o chão.
— Ali, como você me conhece bem. O bar está ali.— diz apontando pra um barman sem camisa.
— Já vi ! Obrigada!
Após sermos recebidas pela Nanda, fomos direto para o bar . E no caminho aproveitamos para fofocar e admirar a casa.
— Nossa, não lembrava que a Fernanda era de família rica.
— Além de rica, ela também é do vale...
— Como é que é, Clara?
— É... Marida, têm mais gente do vale do que pensa.
— Então, ela é lésbica? Tem certeza?
— Certeza, não. Mas eu sinto o cheiro de couro e anel de coco de longe. No mínimo, é bi ou pan.
— Como assim, cheiro de couro?
— Ah, Ali. Esquece! Bora , encher a cara!
— Bora!
— Nossa, que homem gostoso esse barman .
— Nossa, Clara. Tinha notado isso quando a  Nanda apontou para cá.
— Poxa, nem fala nada. Olha, se você não pegar, eu pego.
— Amiga, acabamos de chegar. Dá uma segurada.
— Ali, eu tô na seca faz um mês. Não posso ver um homem ou um mulher gostosa que a minha larissa se torna uma cachoeira .
— Para de ser engraçada, mulher! — dou uma risada.
— Estou falando sério! Vou lá, Marida.
— Tá bom. Só não esquece de usar camisinha.
— Sempre! — grita, Clara indo em direção da sua primeira vítima da noite.
Rapidamente, perco minha amiga de vista e me direciono para fora da mansão a procura de conhecidos. Alguns minutos depois, vejo dois rostos conhecidos mas não lembro dos seus nomes. No entanto, estampo no meu rosto o meu melhor sorriso e jogo minhas mechas cacheadas para o lado.
— Oi, meninos!
— Alice! — exclama os dois jovens bonitos
— Nossa, como está bonita! — diz o de cabelos encaracolados e olhos negros.
— Bonita? Tá uma gostosa! — disse o loiro, que se aproxima para dar um abraço.
E o amigo já aproveita a situação para me cumprimentar devidamente. Me dá um beijo em cada bochecha como um digno carioca. E finaliza com um abraço.
— Então, soube que você e Clarinha estão trabalhando no mesmo jornal. Como é a vida de comunicadora?
— Divertida e cansativa.
— Não era de esperar menos. Ontem deve ter sido bem movimentado por causa da chuva.
— Nem me fala. Só de lembrar , me dá calafrios.
Repentinamente, sinto um tapa em minha bunda. É a Clara . Já estou acostumada com o seu assédio carinhoso do dia a dia. Assim que ela fica no meu lado, dou um beijo em sua bochecha.
— Alice, Alice! Vai me deixar mal acostumada.
— Ah! Até parece que não gosta— dou risada.
— Amo! — ela dá um sorrisinho e continua a falar — Bruno e Léo, que saudade de vocês!
Sou todo o ar que havia no meu pulmão de alívio, depois da Clara me poupar do constrangimento de perguntar o nome dos dois .
— Também estávamos com saudade! — disse Bruno abraçando Clara.
— Diz por você, Brunão! — brinca o Léo
— Eu sei que você me ama, Léozinho!— diz Clara , que termina dando um selinho no mesmo.
— Caraca, não esperava por isso!— fala Léo com uma cara de surpreso.
— Ele ganha beijo e eu não? Que absurdo!— reclamo.
— Calma, amor. Você sempre é minha favorita.— diz Clara , e rapidamente, me dá um selinho.
— Que delícia!
— Eu sei, sou irresistível!
— Quer também, Bruno?
— Ah! Não vou ficar de fora, não é?
Logo, o Bruno recebe um selinho também.
— Era disso que eu sentia falta das festas universitárias!— exclama Léo com um sorriso radiante na face.
— Essa vibe de s*ruba e drogas?
— Ah, Clara! Você não para de falar besteira, não é?
— Paro sim. Quando estou beijando ou em momentos calientes, se é que me entende.
— Clara, você é louca!
— Esse é o meu jeitinho meigo de ser.
— É assim que eu te amo.
— Como o amor é lindo! Léozão , também te amo, mano!
— Tá bêbado, p*rra?
— Caraca, mano.
—  Tô brincando — Léo dá risada tentando abraça Bruno, que finge estar enfurecido com ele.— Também te amo, irmão.
— Então, galera! Depois dessa melação, quem quer pegar bebida comigo?
— Deixa que eu vou contigo, Ali! — afirma Bruno, com um sorriso lindo no rosto.
— Brunão, pega uns drinks pra mim e Clarinha ! — grita Léo , ao nos ver afastar.

Depois daquela festaOnde histórias criam vida. Descubra agora