Capítulo 1

31 0 0
                                    


- Mãe eu preciso ir, me solta, eu vou ficar bem._ ela me abraçava cada vez mais forte._ Mamãe! 

- Tudo bem entendi, entendi._ Ela me solta e segura minhas mãos._ Se eles não forem legais com você, ou te maltratarem, não te alimentarem, reclamarem muito, não te pagar o salário, o que for... Me liga, que eu compro sua passagem de volta na mesma hora.

- Eu sei que sim._ Abraço ela novamente_ Eu te amo.

- Te amo filha._ Ela me solta e me ajuda a colocar uma de minhas bolsas nas costas. 

- Diz pro papai que amo ele...

- Ele sabe Bianca, só da um tempo pra ele, prometo fazê-lo te ligar pra pedir desculpas pelo surto de mais cedo. Ele só não queria que fosse pra tão longe, mas ele vai entender.

- É meu sonho...

- É seu sonho!_ Ela me abraça. De novo._ Agora vai, antes que eu desista dessa ideia de intercâmbio.

Sorrio para ela e vou em direção ao guichê de embarque. Agora não tem mais volta Bi. 


[...]

A ansiedade não me deixava dormir, e já haviam se passado 5 horas de voo. Minha cabeça doía com a pressão nos ouvidos, e a ânsia nunca passava, mesmo depois de duas garrafas d'água e um remédio que o farmacêutico me prometeu que era o melhor. Mentiroso. Ainda faltavam mais de 8 horas para chegar em Miami, e eu já estava de saco cheio daquele avião, sempre sonhei em andar em um, mas pelo visto eles agora são meu maior pesadelo. 

Duas horas depois tomei um calmante e coloquei alguma música em meu fone, pelo menos o barulho do ronco da senhora que estava ao meu lado que não podia mais ser ouvido, aquilo já melhorava minha situação uns 50%. Sem perceber, caí no sono finalmente e acordei sendo chamada pela aeromoça que me avisava que o avião já havia pousado. 

Me sinto aliviada mas mesmo assim ainda ansiosa e nervosa. E tão mando mensagem para minha patroa, ou host mom, ou apenas Laura, como ela preferiu ser chamada, avisando que já estava em solo americano. Mas não obtive resposta, então apenas desci do avião e fui seguindo os outros passageiros para o aeroporto. 

Saindo do portão de embarque me surpreendo quando vejo um rosto conhecido e uma placa escrito "Welcome Bianca" e uma bandeira do brasil mal pintada ao lado, provavelmente arte feita pelas duas crianças que estavam ao seu lado com sorrisos banguelas enquanto me olhavam. Era Laura e seus filhos mais novos, os gêmeos Billy e Lisa. Eram mais fofos que nas fotos que Laura me enviou enquanto conversávamos por Whatsapp. Aceno para a família e recebo um abraço acolhedor de Laura, e um meio atrapalhado dos gêmeos. 

As crianças tinham apenas 6 anos, mas eram bem espertos, enquanto íamos para casa eles me contaram as palavras em português que haviam aprendido para conversar comigo e me fazer se sentir em casa. Olho para o retrovisor e vejo Laura olhando e sorrindo para nós enquanto dirige. 


[...] 


- E esse é seu quarto.

Laura havia me mostrado a casa e gentilmente me disse que desocupou o quarto de um de seus meninos mais velhos para que eu pudesse ter privacidade. Ainda não acredito que uma mulher nova e conservada como ela tinha 4 filhos. Até então eu só conhecia os gêmeos, o do meio ela me disse que estava estudando e o mais velho em algum tipo de reunião com sua banda. Fiquei muito feliz com a recepção, e mais ainda por ela não ser nenhuma louca que me escravizaria aqui. Após me mostrar tudo ela me disse que eu deveria descansar e que no outro dia ela me explicaria como seriam meus horário de trabalho e todo o resto. 

Babysitting my BoyfriendOnde histórias criam vida. Descubra agora