Diálogos... ao pôr do sol

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"Como eu pude pensar… que a princesa do sétimo ano teria seu amor comprado com dinheiro…? Eu fui muito tolo!"

O nerd ficava aos chãos, derrotado pela "princesa do sétimo ano", Ayla, que estava em um outro nível

"O que está fazendo nesse chão sujo, jovem?"

"(É o líder da nossa sala, Andrew…! Faz sentido, eu sou tão invisível que, em 3 anos de convivência, nem ele me notou na sala… é aceitável que não me reconheça…)"

"Que tal vir comigo, na sala dos conselheiros de classe?"

Um sentimento estranho tomou o coração daquele nerd no chão, até como se ele fosse um doente sendo levado ao hospital…

Bem vindo a história onde corações balançam de um lado para o outro, sem rumo e sem um destino! Mas com uma coisa em comum… nenhum deles é igual!

Capítulo 05

Diálogos
Ao pôr do sol

No exato fim da canção, todos calaram a boca, mesmo sendo uma canção considerada infantil pela sociedade, aquilo fazia qualquer um tremer na base!

"Prontinho, agora ela não terá opção a não ser ficar calad-"

— É bem divertida a brincadeira e tudo mais, mas eu tenho que dar aula…

— A PROFESSORA COMEU A BOSTA DA VACA UEPAAAAAAA! — gritou Meg fazendo um alvoroço, com todos da sala gritando junto com ela

— NÃO É JUSTO EU SOU A PROFESSORAAAA! — disse a professora, chorosa

"Droga, meu plano foi por água abaixo…" — pensou Lewis, frustrado por seu plano não ter dado certo

— Ei Lewis… — Ayla chama a atenção de Lewis — Boa sorte!
— Eu poderia dormir sem essa, obrigado. — diz Lewis já vendo sua derrota

— Ah, enfim, como eu estava dizendo, você tem barba ou não? Seu rosto é tão lisinho, ai caramba! Por que eu disse isso!? Acha que eu sou muito exibida? Tenho medo das pessoas pensarem mal de mim…

— Minha barba ainda não cresc- ah, obrigado, é muita gentileza s- n-não é exibida não, relaxa… — nem mesmo Lewis conseguia acompanhar a vitrola quebrada

Conforme o tempo passava, Lewis ficava cada vez pior, cada vez pior, até nem conseguir mais prestar atenção na aula, pois a voz de Meg já estava cravada em sua cabeça

— Ai caramba, eu já contei sobre semana retrasada que eu passei mal?
— É.
— Depois meu cachorro começou a lamber minha boca!
— É.
— Super nojento né?
— É.

"Então esse é o seu limite, Lewis Vitigor!?"

Quando Lewis está prestes a cair num lago de perdição profunda, o sinal da esperança toca! Na verdade, era só o sinal da escola mesmo.

— Finalmente… ai, meus neurônios tremem… — dizia Lewis se levantando da cadeira

— Tchauzinho amores, até semana que vem! — acenava a professora para os alunos — Se preparem que da próxima as cócegas voltaram com tudo!

"Por favor, não!" — pensou a sala inteira

Um por um, todos saiam da sala, com Lewis saindo na postura, se esforçando pra não sair rastejando de tanto que seu cérebro estava cansado

— É a primeira vez em tantos anos que fico cansado… não, eu preciso terminar de estudar latim, quando terminar meus estudos eu irei descansar…

Logo na saída da escola, o sol estava se pondo, pois as aulas aconteciam a tarde, é então que Lewis atravessa a faixa de pedestres e vai até um gramado com um enorme rio e alguns coqueiros, onde se encosta em um dos coqueiros e observa o pôr do sol com um sorriso pacífico no rosto

— Você é um perdedor!

— Hm?

Quando Lewis olha para cima, ali estava, Ayla Magdala, em pé e chamando a atenção de Lewis

— Ah, é só você, por que me seguiu até aqui? A faixa de pedestres é muito perigosa, sabia?

— Humpf, você não aguenta nem uma falação da Meg! Achei que você fosse melhor!

— Escutou algo do que eu disse…? Enfim, sim, eu não aguento uma falação da Margareth, pode me chamar de perdedor, isso não me afeta de maneira alguma… — ele suspira voltando seu olhar para o pôr do sol

— Mas… eu achei interessante o como você não sente cócegas…

É então que ela ganha a atenção de Lewis, que o faz virar seu rosto para ela

— Minha pele é ressecada, então eu não sinto dor alguma, nem mesmo em meus nervos…

— P-posso ver…? Digo, tocar, ai caramba, eu me enrolo toda…

Ele estende seu braço com a manga dobrada para Ayla, para a mesma tocar na pele de seu braço

— Fico surpreso em tomar essa iniciativa, geralmente pessoas mais quietas como você tendem a ter mais dificuldade de comunicação… não concorda?

Ayla, com suas bochechas rosadas de vergonha, acena com a cabeça levemente, e começa a passar sua mão delicadamente sobre o braço de Lewis

— No-nossa, é como se eu tocasse em uma pele morta ou em uma terra seca…
— Essa doeu
— Mas… é muito gostosa de tocar…

Os olhos de Lewis se arregalam, se deparando com algo que nunca haviam dito para ele, não deixando passar um sorriso

— Obrigado… suas mãos também são delicadamente fofas, eu gosto…

— C-COMO ASSIM? ACHEI QUE NÃO SENTISSE NADA!
— Não sentir dor e não sentir nada são coisas totalmente diferentes…

Lewis se levanta e abaixa levemente seu chapéu, sorrindo e vendo o sol desaparecer com um resplandecer a se fechar

— Ninguém vem te buscar nã-
— Lewis, por que você decidiu estudar tanto?

Suas sobrancelhas levantam automaticamente, ficando curioso quanto a pergunta da menina

— Eu não lembro o motivo.
— Como assim? Não lembra o motivo de estudar dessa maneira? Mas então você faz isso desde que era criança? Eu até entendo, porque eu também não lembro direito da minha infância…

— Não… meus pais e minha irmã disseram que eu comecei a estudar três anos atrás… disseram que ficaram orgulhosos, pois eu alcancei o que eu queria…

— E o que você queria…?

— Ser… a pessoa mais inteligente desse mundo.

Um Líder Ao LuarOnde histórias criam vida. Descubra agora