Você... Ou Senhorita?

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"Vo-você é muito linda, Ayla… p-por favor, namore comigo!"

  Quem falava isso era um garoto de óculos e sardas no rosto, com um porte grotesco em questão de postura, tinha um enorme dente de coelho e seu cabelo era todo lambido…

  A mulher a quem ele se declarava tinha cabelos vermelhos e pretos, ou pretos e vermelhos, ninguém sabia ao certo, um grande porte e olhos ameaçadores, mas um rosto angelical…

  A ingenuidade do nosso herói era capaz de chegar ao ponto de pensar que ela o aceitaria, mas todos sabemos que ele, com toda certeza…

"Ué… não…?"

…seria rejeitado.

  Bem vindo a história onde corações balançam de um lado para o outro, sem rumo e sem um destino! Mas com uma coisa em comum… nenhum deles é igual!

                            Capítulo 01

                                  Você
                          ou senhorita?

— Princesa, precisamos levar tudo para a Limousine?

— É claro, nada que está aí será desperdiçado…

  A mulher de cabelos vermelhos e pretos está de volta, dessa vez na frente de sua enorme mansão, está um pouco mais alta, com um rosto mais maduro e um sorriso mais… malicioso.

— Estamos apenas uma hora atrasados, não é… mamãe?

— Ayla, entre logo na Limousine, ou vai se atrasar ainda mais para seu primeiro dia de aula… afinal… — a mãe de Ayla entra na Limousine — …já está no primeiro ano do ensino médio, precisa aprender a se comprometer como tal estudante deste patamar.

  Ayla apenas revira seus olhos e entra na Limousine, cruzando os braços e pondo seus pés em cima da poltrona a frente

  Logo sua mãe dá um tapa em suas pernas, gritando com a mesma por seus atos "repugnantes"

"Por que eu nasci rica?" ela pensava, mas seu porte e personalidade foram destinados para tal classe social.

— Chegamos, miladys… — logo após o motorista da Limousine avisar no auto-falante, um mordomo sai rapidamente de seu acento, abrindo a porta para as duas "patroas"

— Grata por nos acompanhar, Charles… — a mãe de Ayla agradece ao mordomo, porém, Ayla mal dá importância ao mordomo e sai disparada com suas coisas na mochila

— Filha, juízo! Essa é a Illustratum, a melhor escola do país!

  Ignorante, sem se despedir de sua mãe, a mesma vai rumo a entrada da escola Illustratum, onde muitos jovens adentravam lenta e calmamente

"Plebeus arrogantes, acham que só porque tem esse portezinho de merda podem se considerar da realeza?" — pensou Ayla, dando um olhar de desprezo a cada pessoa que passava em sua frente

  A garota passa por diversos setores, e chega finalmente em sua sala, onde lá estava…

— Aylaaaa! Meu doce, anjo de minha vida! — Meg, a melhor amiga de Ayla

  Por mais que Ayla seja ignorante quando se trata de outros cidadãos, ela sente um leve respeito quanto as mulheres, sente que elas podem levar o mundo a um lugar mais nobre, portanto tem mais facilidade para fazer amizade

— Meg, guardou o lugar para mim? — falava Ayla, cheia de graça

— Ah… não.

  Os planos fofoqueiros de Ayla foram por água abaixo! Ela pretendia sentar-se ao lado de Meg para conversar, pois a mesma já havia estudado tudo que os professores passariam, porém, sua amiga é uma encarnação inofensiva de Ayla! Ela pensa apenas em si mesma, e esquece completamente de sua amiga!

  Não entenda errado, não é que Meg seja orgulhosa ou egoísta, ela apenas se esquece de seus amigos quando está pensando em si própria!

— Mas que pena… acho que vou ter que subornar aquele garoto que se senta ao seu la-

  Quando ela pensa em ir para a carteira do garoto, ela nota que o mesmo não estava lá, apenas sua mochila, é então que o garoto sentado naquele lugar aparece, e acaba esbarrando em Ayla

— Perdão, não queria esbarrar na senhorita…

  O garoto era alto, tinha longos cabelos lisos e pretos, seu olhar era autoritário, como se estivesse supervisionando um trabalho escravo de plantão, porém a maior característica era seu boné de ponta triangular, que demarcava um broche escrito "LÍDER" em dourado

— N-não, tudo bem… — a mesma puxa uma mecha para trás da orelha, e dá um olhar interesseiro para o garoto, porém, ela nota que o mesmo era o dono da carteira ao lado de sua melhor amiga!

— Então você é o dono da carteira, não… — as escondidas, Ayla entrega uma certa quantia de dinheiro, equivalente a uns 30 dólares, logo a mesma cochicha no ouvido do garoto, pedindo ao mesmo se retirar

— Perdão, mas eu não aceitaria algo tão sujo… nem mesmo desse nível. — o mesmo cruza as mãos sobre o queixo

— Como assim? Não quer me dizer que não aceita dinheiro?? Tudo no mundo se resolve com dinheiro!

  Frustrada, Ayla amassa o dinheiro por instinto, batendo seu pé fortemente no chão

— Meu cérebro só pode ser comprado com um cérebro, meus braços só podem ser comprados com braços, meu coração… só pode ser comprado com um coração. — termina essa frase ideológica com um sorriso gentil no rosto

  Ayla desmorona sobre o garoto, e apenas assente e se senta na carteira, logo atrás do garoto misterioso

"Mas por que afinal… suas palavras mexeram tanto comigo…? Esse garoto… é deveras interessante." — a garota sorri, mesmo em meio a seus longos raciocínios

  No fim, ela não conseguiu se sentar ao lado de Meg, por simples respeito repentino ao rapaz.

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