PRÓLOGO

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|Caroline Baker|

Respirei fundo, sentindo o cheiro enjoativo do aroma impregnado dentro do jatinho. Ainda não conseguia acreditar que estava mesmo indo morar em Nova York com ele. Nunca quis tanto que o meu pai fosse rígido em relação à mim. Ele poderia ter batido o seu pé e imposto um limite nessa situação toda, mas preferiu dar ouvidos ao que o Elias tinha pra te dizer e agora estou aqui do seu lado, agindo como se estivéssemos fodidamente casados.

Patético.

Estava deixando tudo aquilo que eu amava pra trás e seguindo um novo rumo ao lado da pessoa que mais odeio nesse mundo!

Devo dizer que o meu bebê é uma exceção, pois sentia-me completamente capaz de cuidar dessa criança sozinha e sem precisar da sua presença nisso, mas graças a minha querida amiga Aurora nada disso seria capaz de acontecer.

E ela não conseguia me enganar, pois eu sei que está amando todo esse circo que o seu irmão armou.

— Está tudo bem com você, Caroline?

Revirei os olhos, decidindo que iria mantê-los na janela perto da minha poltrona macia. Não gosto de tornar as coisas difíceis, mas também não posso me esquecer do quão babaca ele havia sido comigo. Tratá-lo como se nada tivesse acontecido, como se não tivéssemos um passado turbulento entre nós dois não é uma merda da qual irei seguir.

Ele sabe o que fez e vai ter que beijar os meus pés pra conseguir o mínimo de mim!

Ou eu não me chamo Caroline Baker.

— Precisa de alguma coisa? – Retornou com as perguntas. Podia sentir os seus olhos em cima de mim, mas não iria encará-los. — Tudo bem, eu já entendi. Irei deixar você em paz, por agora!

Por agora... eu gostaria que ele fizesse isso pelo resto da minha vida. Seria pedir demais um presente desse?

Pois bem, a minha mente logo desligou quando o comandante avisou que estávamos prontos pra seguir. E dispensado ajudas, coloquei o cinto de segurança em mim mesma e fechei os olhos diante do céu azulado que nos acompanhava na parte exterior. Somente gostaria de chegar em Nova York e tomar distância do Elias o mais rápido que pudesse.

[...]

Eu jamais me acostumaria com essa cidade. Ele está louco se pensa que iremos criar o meu bebê nesse inferno barulhento!

Agora faz sentido todo o seu amor por essa cidade... – Divaguei, olhando para a janela do carro em movimento.

— Não entendi.

— Esse lugar é um inferno na terra e tudo indica que o capeta está sentado bem do meu lado.

Não perdi o meu tempo em olhá-lo, pois de fato não queria ter que fazer isso tão cedo. No entanto, pude ouvir o momento em que reclamou alguma coisa da qual não tive a oportunidade de entender e agradeci silenciosamente por isso. Que ele continue sussurrando perto de mim ou até mesmo engolindo as merdas das suas palavras, eu não quero ouvir a sua voz mesmo.

Os meus olhos pareciam cansados e a minha mente imersa em um bug mental ao tentar contar as inúmeras pessoas andantes na cidade. Parecia até mesmo um ninho de formigueiro nervoso. Isso me deu calafrios, pois gostava da minha antiga casa e da tranquilidade que era morar lá. Apenas a universidade possuía toda essa vibração com as aulas e as festas, mas Nova York aparenta ser desse jeito todo o momento.

ME PERDOE, CAROLINE - LIVRO 5 [RETIRADO PARA REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora