Águas Passadas

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- Pode pegar a chave pro papai, filha??

- Claro, papai!!

Tudo estava indo tão bem naquele dia, até que..

- Filha, eu sei que você já se tornou uma grande garota, por isso irei confiar que você ficará bem sem mim. Eu tenho assuntos a tratar com eles, mas eu voltarei, isso é uma promessa.

Até hoje eu espero a volta dele, e para que ninguém sinta a minha dor de perder alguém importante de sua vida, prefiro fazer todos aqueles que teve algum tipo contato comigo me esquecer usando meu poder.
Já que a dor da despedida é pior que a da chegada.

Atualmente apenas uma pessoa tem contato comigo, já que eu não posso hipnotizá-la.
Kishimura Ayumê, ela é bem cabeça dura, mas sempre esteve comigo independente de qualquer coisa. Então se ela estiver feliz, eu também estarei, é como se ela fosse a irmã mais nova que eu nunca tive.
A facilidade que ela tem em me alegrar chega ser impressionante, agradeço cada segundo que tenho com ela, pois nunca sei quando será o último.
E sobre esses cortes em meu pulso? Eles são parte da minha vida, são quem eu sou, são as pessoas que tive que me afastar, eles são apenas a Hiyori de sempre.

*No parque

- Agora que ele foi enterrado, oque faremos??
- Questiona Miyamoto enquanto limpa o suor de sua testa.

- Agora que o serviço acabou eu quero relaxar!! - Afirmei.

- Como assim?

- Vamos para a praia, nem está tarde mesmo.

- Achei uma boa, bora. - Diz Miyamoto e Nara empolgados

Enquanto caminhávamos até a praia que não era tão longe de onde estávamos, eu vi duas garotas correndo. Mas uma delas não me era estranha, a sensação de já ter a visto era imensa, foi como ter visto ela pela primeira vez, de novo. Memórias, tudo são memórias, memórias de águas passadas que já não são mais lembradas.

(Que situação estranha...)

*Na praia

- Espera, Yamada!!
Não são os garotos ali? - Disse Haru empolgada.

- São eles mesmo, mas não estavam em uma missão? Não acredito que mentiram para o diretor. - Yamada diz indignada.

- Parece que até a Nara está lá..

- Eu vou resolver isso agora.
Posso saber o que os mocinhos fazem aqui?

- Ué, estamos relaxando. - Logo disse colocando um óculos de sol qualquer.

- O seu merdinha, devolve meu óculos!! - Disse-me o dono do óculos.

- Ehehe... Foi mal.. - Respondi enquanto devolvia e passava a mão em minha cabeça.

- Por acaso sabe o que acabamos de enfrentar?
- Questiona Yamada indignada.

- Não?

- Nós acabamos de enfrentar uma sereia assassina, que por pouco não nos matou.
Se não fosse aquelas duas garotas, nós não estaríamos aqui.

- Pera, como assim duas garotas? - Perguntei intrigado.

- Foi, eram duas garotas bem fortes, uma delas estuda na nossa escola.

- Então uma delas era a Ayumê que o Shiro disse? - Me questionei assustado.

- Sim, porque??

- Elas passaram correndo por nós não faz muito tempo..

- Ok, mas elas não são o caso aqui.
Vocês não estavam em uma missão?

- Falou certo, "estavam".
Damos um fim nela já. Agora só queremos relaxar, não foi nada fácil...

- Acho que seria bom todos nós ficarmos aqui na praia, tirar um dia de folga.. sabe? - Afirmou Nara

- Mas e o diretor? - Questionou Haru

- Deixa que eu aviso ele, não se preocupem. Vocês merecem descansar, todos nós merecemos. - Disse Nara deitando na areia.

- Bom, já que a líder tá de boa, eu também vou ficar, não sou besta. - Disse Miyamoto também já se deitando.

- Oxi, concordo contigo. - Logo disse a ele.

- Já que vocês vão ficar, também irei. - Falou Yamada pela primeira vez soltando seus cabelos.

- Puta que pariu, que cabelão... É muito lindo.. como cuida de tudo isso?? - Questionei ela.

- Ah, obrigado... Confesso que é difícil, mas nada que eu não consiga resolver. - Ela me respondeu desajeitada e sorridente.

- Nossa, que lindo, Yamada. - Elogiou Nara levantando para passar a mão.

- Concordo com eles. - Disse Miyamoto.

- Eu- eu também gostei.. - Comentou Haru baixinho.

- Que isso gente, assim eu fico sem graça.. - Respondeu Yamada envergonhada.

(Esse dia foi interessante, mas nada melhor do que chegar em casa e relaxar, então assim eu fiz... Ou não, chegando em casa fui direto tomar um banho e comer. Subi no meu quarto e me deparei com algo, ou melhor, alguém.

E quem será a pessoa em, ALICE???)

- Alice????? Como isso é possível?? Isso não é real, NÃO PODE SER REAL!!! Eu vi... EU VI VOCÊ MORTA, eu vi aquele cara te matando. Eu fui no seu enterro..

- Calma, Kah. Está tudo bem!! - Disse Alice passando a mão na cabeça de Kailan.

- Tudo bem?? Como pode estar tudo bem?... Eu sofri e ainda sofro muito por você.

- Apenas acalme-se, você precisa entender a situação. Eu não estou viva, só estou "existindo".. Alguém que eu conheci me fez voltar até aqui.. até o mundo real.

- Que? Como assim "alguém"?

- Uma consciência.. algo do tipo. Mas prefiro não falar sobre isso agora.

- Eu não consigo entender..

- E nem precisa.. Só se acalme e me conte tudo, tudo o que você fez esses ultimos 6 anos...

(Aí eu cheguei em casa e me deparei contigo... Foi tudo isso o que aconteceu.

- Aaaah, entendi.. Agora se prepare, você vai conhecer como é ficar aqui e assim.

- Como é que você consegue viver assim? Tipo, você é só uma consciência.. Não se cansa de só me ouvir falando sobre minha vida??

- Você saberá como é, não se preocupe, Kah. Agora para de fazer perguntas e deita logo aí.

- Certo...)

Alice vendo Kailan já deitado, põe a mão em sua cabeça e o deixa desacordado. Ela vai até uma escrivaninha ao lado, pega papel e caneta e começa a escrever algo. Logo em seguida deixa ao lado do garoto o papel e vai em direção a cabeça do próprio.

UNS - Soberania Do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora