apenas o amor pode ferir assim.

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Nós éramos jovens.
Mas, você prometeu não largar a minha mão.

Nós éramos tolos, porém
jamais subestimamos a força do amor.

Te chamei de minha alma gêmea, e automaticamente
Você sumiu.

͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ (꒨꒨:꒨꒨)


Estava mais pesado que a gravidade, transbordando enquanto engasgava no sabor amargo das lágrimas.

Me questionando o porquê de acabarmos assim, ou como tudo que eu amava automaticamente sumia.

Passei horas trancado no meu quarto, desejando que o sol explodisse, o mar se revoltasse, que o fim finalmente aparecesse. Talvez essas séries de catástrofes acabariam com aquela dor cansada e profunda no meu peito?

Eu sentia que meu coração poderia parar a qualquer instante.

Deus.
Como pude.
Ser.
Tão.
Perdedor?

Era uma dor indescritível, mas intensa, em um nível que eu desejei morrer porque não havia mais uma voz para gritar, forças para socar alguma coisa, lágrimas para derramar.

Oh, é assim.

É assim que provam o quanto aquela maldita e fodida frase "almas gêmeas sempre se encontram, mas nunca permanecem juntas", faz sentido.

Você nunca sabe até passar.
Você nunca sabe até te sufocar.
Você nunca sabe até ...

Está completamente indefeso, aos soluços, sentindo seu coração doer cada vez que respira fundo. Pra quem não está entendendo, eu tentei me expressar quando escutei que o meu grande amigo....

Meu melhor amigo.
Meu melhor e único amigo.

Foi embora.

Embora.

Pra longe...

O quão longe iria por um amigo?

Minha garganta ardia tanto, aquele peso nos meus ombros quando me toquei que tinha um corpo, já que a dor estava maltratando minha alma e não aquele maldito físico.
Eu gostaria de não lembrar de ontem a noite, quando nos despedimos naquele abraço singelo.

Ele sorriu pra mim. Eu senti que seria a última vez.
Se eu pudesse voltar imediatamente, nem que fosse os vintes minutos que gastei andando até sua casa pra não atrair a atenção de seus pais com o carro...
Abraçá-lo. Ou puxar ele pra fugir comigo.

Mesmo que nenhum de nós sejamos rico o suficiente para bancar o outro, isso poderia ser pensado depois.
Sempre demos um jeito.

Eu desmoronava toda vez que o via chorar, escutava ele dizer que um dia me diria adeus. Mas eu não pensei que seria tão rápido.

Tão... De repente...

Agora eu só conseguia me encolher em meios as cobertas. Por que era aquela a dor de perder sua alma gêmea.

Se recordar a todo instante, sentir aquela facada a cada respirar, a vontade de se fundir com a dor e desparecer quando as pílulas finalmente fizessem efeito.

Estava condenado a lembrar.

"Não seja bobo de morrer antes de mim Park." Ele riu, enquanto regava algumas flores. Nossas favoritas.

"Quem vai cuidar das tulipas? Você sabe que eu não sou bom nessas coisas! Agrh! Tem que ser eu provavelmente." eu me defendia e riamos, era trágico.

" Você sabe que não deve dar sol demais para não desgastá-las, nem água, pode afogá-las. Tudo tem seu limite. Certo?"

"Mesmo assim Jake hyung. O que seria de mim e das tulipinhas sem você?" ele sorriu, eu amava o seu sorriso, até mesmo a curva pequena porém detalhada que se destacava.

"Faremos um acordo então. Nenhum de nós vai morrer antes um do outro, porque vamos ser dois velhinhos no campo!" pulei de alegria.

"Dois velhinhos com uma casa cheia de crianças?" propôs.

"Se pelo menos duas delas se chamarem Arthur e Luna, sim!" era contagiante, um tom tão firme.

O que eu faria com aqueles planos?
Com as tulipas?

Nada fazia mais sentido.
É como se meu mundo....
Tivesse morrido.

Ele havia prometido que nos levaria para um lugar melhor na última vez que andamos de barco, que estava cansado, mas iria nos levar para um lugar melhor.
Que eu nunca me arrependeria de segurar sua mão.

Mas, agora eu estou me arrependendo de não tê-la segurado mais tempo!

"Por que seus olhos estão vermelhos?" questiono, após me afastar do seu abraço.

"Eu odeio ficar aqui Hoon, é triste quando temos que nos despedir." ele disse, olhando levemente para trás, sua casa ficava no fim da rua.

"Não queria te deixar... Por mim, você viria comigo!" ele sorriu, levando sua mão cautelosamente até minha face e fez um carinho.

"Bobinho. Mas, eu fico bem logo. Você já fez muito em me fazer rir a tarde toda" deposito um selar na sua testa com a frase.

"Somos almas gêmeas! Se você não estiver bem eu também não estarei, se você sorrir eu também sorrirei e vamos estar sempre juntos." digo e ele mais uma vez sorriu.

Meu peito voltou a se contrair.

Eu deveria ter notado de uma vez que ele estava se despedindo.
Mas eu estava flutuando, nem sabia que mais tarde eu morreria.

Por que éramos almas gêmeas e se ele estiver morto.
Eu também estarei.

- Querido... - a voz melancólica me fez virar de costas para a parede, ainda em cima da cama.

Eu só queria visitar minhas memórias empaz.
O único lugar que seremos pra sempre eternos.

— Sei que é um momento difícil. Mas...

— Mãe. Você me odiaria se eu fosse encontrá-lo? – minha voz fraqueja, pela vontade incontrolável de chorar.

A mulher arregala os olhos e arruma sua postura antes de ir até mim, sentando-se na cama ela me puxa para um abraço desajeitado.

— Não querido, mas... O Jake não iria querer que fizesse isso. Sei que é doloroso e que você o amava mas...

Eu voltei a chorar.
Desesperadamente.

Não que eu não estivesse antes, mas agora eu estava desabando nos braços de minha mãe.
Eu não queria conselhos. Eu não queria que me ajudassem.

Eu... Queria Jake na minha frente. Sorrindo, ou chorando, apenas me abraçando, dizendo mais uma vez que o salvei de algo horrível.

Céus.
Apenas o amor pode nos ferir assim.

Porque as lágrimas chegavam a queimar minha pele, e o carinho da minha mãe vinha acompanhado de suspiros longos.

Era aquela dor
A dor que ele sabia que sentiria se eu fosse primeiro.

A dor de perder uma alma gêmea.

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⏰ Última atualização: Jun 24, 2022 ⏰

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Caralho, ele é a minha alma gêmea. 🪐 jake ㅤ𝅭 hoonㅤ⸺Onde histórias criam vida. Descubra agora