Já fazia três dias sem notícias, o hospital estava lotado. O moreno de olhos castanhos estava sentado em uma das cadeiras de espera, suas mãos cobriam seu rosto, ele estava cansado, ele não havia descansado um dia se quer, mas ele temia que se saísse ele perderia alguma notícia sobre a morena.
Um soluço forte o faz erguer a cabeça. A mãe da morena caminha lentamente acompanhada de seu marido, seus cabelos estão amarrados em um coque bagunçado, seus olhos estão fundos e seu nariz está inchado, seu esposo tentava ser o mais forte possível, ele não poderia mostrar fraqueza, não agora.
Os nervos de todos estavam afetados, o moreno sabia que todos o culpavam pelo acontecido, mesmo o verdadeiro culpado sendo um motorista bêbado. Ele havia bebido para não pegar no sono enquanto dirigia sua carreta, mas a bebida o deixou mais desnorteado o fazendo cochilar e perder o controle do caminhão.
Ele saiu ileso do acidente. Seu nome era Paul Mendes, ele tinha seus 48 anos, viúvo e com dois filhos. Ele recebeu alta essa manhã e veio se desculpar com os pais da morena, sua mãe não aguentou escutar suas desculpas calada, todo o hospital ouviu seu desabafo. Se não fosse seu marido li segurando ela teria avançado na garganta do homem e matado o mesmo ali mesmo, ela prometeu que faria de tudo para deixa-lo atrás das grades onde era seu lugar. Ela poderia muito bem fazer isso, ela não precisaria de muito esforço já que ela é uma Juíza respeitada.
— Parentes da paciente Lizzie Samuels — uma das enfermeiras para bem ao meio da ala de espera, ela olha mais uma vez a ficha em sua mão e põe uma mecha de seu cabelo para trás de sua orelha.
— Somos nós — a voz fraca do Sr. Samuels é ouvida.
— Preciso que me acompanhe — ele confirma e sua esposa se espreme mais ao seu corpo. Eles começam a seguir a enfermeira, mas logo o Sr. Samuels para, ele olha para trás vendo o moreno sentado encarando o longo corredor por onde eles iriam andar.
— Você não vem? — Ele perguntou. Sem pensar duas vezes ele se levanta, a Sra. Samuels não gostou muito do gesto de seu marido e o moreno percebeu e manteve distância deles.
A enfermeira que não deve ter mais de 30 anos para em frente a uma porta de madeira, ela dá dois toques na mesma antes de abrir, ela pediu para que eles aguardassem um pouco e entrou na sala, ela não fechou a porta, mas não deixou ela totalmente aberta, todos escutam um "Tudo bem, os mande entrar" antes da enfermeira abrir a porta totalmente.
Quando os três entram na sala o cheiro de álcool e naftalina é forte deixando ambos tontos, eles mal comeram durante esses dias. O médico abre algumas fichas e o som da porta se fechando faz o moreno olhar para trás vendo que a enfermeira não se encontra mais na sala.
— Boa Noite, sou o médico que está cuidado da sua filha — O médico finalmente fala, seus cabelos estão levemente pintados de pretos deixando alguns fios brancos aparentes. Ele se levanta e cumprimenta cada um na sala. — Sou o Dr. Arthur — se apresenta voltando a se sentar em sua poltrona. — Vocês podem se sentar — ele aponta para as duas poltronas a sua frente. O moreno se afasta um pouco e se escora na parede vendo os pais da garota se sentando cada um em uma poltrona.
— O senhor pode me falar o estado da minha filha. Não aguenta mais espera — a mãe da garota soluça. Seu marido junta suas mãos, de algum modo aquilo deu esperança para ela, mas ela mal sabia que ele precisava mais disso do que ela.
— O caso da sua filha ainda é considerado grave, quando houve a batida ela fraturou o lóbulo occipital, não se preocupem não chegou a afetar o cérebro, mas a batida foi muito forte e acabou ocasionando um coágulo. Ontem fizemos uma cirurgia de emergência que foi muito bem-sucedida, mas tivemos que coloca-la em coma induzido e a entubala, não sabemos se ela iria aguentar as dores. O coma induzido é para que o sistema nervoso se acalme e dê um tempo para que o cérebro se restaure enquanto o inchaço diminui e depois lentamente a trazemos de volta — as palavras fluem dos lábios do médico como se ele já tivesse ensaiado tudo que iria dizer, como se já tivesse dado essa notícia algumas vezes.
— Quanto... quando tempo? — A voz trêmula e desesperada da Sra. Samuel faz um nó na garganta do moreno, ele tem se mantido firme, mesmo estando todo quebrado por dentro. Nesses três dias ele tem ignorado as ligações de seu pai, ele sabe que se atender terá que voltar para a Inglaterra.
— Estamos falando de algumas costelas quebradas, a tíbia o osso da perna direita foi quebrado e ela está com alguns pinos fora a batida da cab. . . — o médico começa sua explicação, mas ela trata logo de interromper.
— Quanto tempo ela vai ficar em coma? — Pergunta mais uma vez fungando o nariz. A atenção de todos está no médico, ele não quer da esperança em um caso que ele mal entende como a pobre garota sobreviveu.
— Só o tempo dirá — disse ele deixando o silêncio se estalar.
Não havia esperança em sua voz, o peito do moreno se apertou e a mãe da morena chorou em desespero, ela se levantou e se virou para o moreno, seus olhos estavam vermelhos de uma mistura de raiva e tristeza. Ele se endireitou quando viu a mesma caminhando até ele, ele sabia que ela o culparia, era questão de tempo, mas ele não esperava pela tapa na cara que recebeu, ele sentiu a ardência do lado esquerdo de seu rosto, ele não disse nada só abaixou a cabeça enquanto sentia todo seu corpo estremece ao escutar os choros de uma mãe desesperada.
— Eu quero que volte de onde quer que você saiu, não apareça aqui nunca mais, ela estava bem antes de você aparecer e fazer a cabeça dela com suas merdas — o moreno não sabia de onde vinha toda sua força para se manter tranquilo, ele sempre teve problemas de ansiedade e de raiva.
— Querida, ele não tem culpa — seu marido sai em defesa do pobre rapaz. Ele se posiciona atrás de sua esposa segurado os braços da mesma, não para conforta-la e sim para segura-la caso ela tente fazer mais algumas coisas.
— Ele tem, ele sabe que tem por isso está calado, ela estava bem, ela iria terminar a faculdade em dois anos iria se casar com o Noah e ter filhos e uma vida sossegada aí ele aparece e ela joga tudo para cima, e agora isso — ela se vira para seu marido — E se ela nunca mais acorda? O que vamos fazer Gustavo? — Ele a abraça e ela chora em seu peito.
— Vai ficar tudo bem-querida, ela é uma garota forte — ele assegura e sua esposa o abraça mais forte. — Porque não vai descansar um pouco Leon, amanhã você retorna — o moreno confirma e sem dizer qualquer palavra se retira da sala.
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Twitter 》Book One
FanfictionUm dia você finalmente soube o que tinha que fazer, e começou... Todos os direitos reservados a Lyall_Paysa, 2015. © [Liam Payne Fanfiction] Historia publicada dia 26 de abril de 2015 Historia terminada no dia 23 Junho 2015