Moth To A Flame [SAKUATSU]

MTAF - Parte 1

"Sakusa, deleta o meu número. Esquece que eu existo." 

"Já esqueci." 

Kiyoomi não esqueceu. 

Na verdade, ele se recusou a esquecer. 

Era a sétima vez que ele e Atsumu terminavam o namoro em 2 anos de relacionamento, e ambos prometeram que seria a última vez. Mas, para garantir que não cometeria o mesmo erro, Sakusa fez questão de manter o outro em seus pensamentos o máximo possível. 

Atsumu havia perdido desde seu videogame favorito até um pacote de escovas de dente com a última separação. Ele estimou um prejuízo de quase 2 milhões de Ienes entre roupas, aparelhos eletrônicos e até mesmo o cooktop da cozinha. Kiyoomi deixou todos os seus pertences na portaria do prédio com uma placa de "Pegue e Leve. É lixo". Uma atitude infantil e cruel (como seu irmão gêmeo classificou), e que pedia por retaliação, ainda que os dois já não se falassem há 2 dias. 

Miya conseguiu sacos de lixo na caçamba do prédio e, com um pagamento generoso ao porteiro por sua vista grossa, levou ao menos 5 deles para dentro do apartamento de Sakusa, espalhando o conteúdo variado, nojento e fedorento em cima da mobília polida à exaustão. Sentindo-se especialmente amargo, Atsumu abriu um saco de lixo orgânico e um de terra com estrume e despejou-o sobre a cama deles. 

"Correção: Não é mais nossa cama, então que se foda."
Pensou Atsumu. 

Ao chegar em casa após o treino, ao qual suspeitamente Atsumu havia faltado, Kiyoomi teve uma síncope. O jogador do Black Jackals foi encontrado ainda desmaiado e de porta aberta pelos vizinhos, que desconfiaram do fedor incomum vindo do apartamento. 

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- De alguma forma estou feliz que isso tenha acabado, irmão... Esse relacionamento não fazia bem para nenhum dos dois. 

- Nem me fala...
Atsumu respondeu com olhar distante, batendo o copo vazio de saquê no balcão do bar do restaurante de Onigiri de Osamu.

- Como seu irmão, eu gostaria de passar a mão na sua cabeça, mas você é um merdinha e sabe disso. 

- Que bom que sempre posso contar com seu apoio... 

- Ah, qual é, Atsumu? Vocês não tinham NADA para sustentar aquele relacionamento. Paixão e sexo incrível só te levam até um ponto, um namoro duradouro precisa de respeito, espaço e todas as outras coisas que vocês claramente não tinham. 

A exposição pragmática e verdadeira de Osamu fez com que a bebida acumulada no estômago de Atsumu quisesse voltar de onde veio. 

- E agora? O que você pretende fazer? Vai trocar de emprego? 

- Nem fodendo! De onde você tirou isso? 

- Quero dizer... Você ainda vai ter que levantar para ele e depois do que vocês aprontaram, não tem clima para jogarem no mesmo time. 

- Samu, eu sou profissional e se o Omi não conseguir ser, ele que deixe o Black Jackals e vá tentar a peneira dos Adlers. Quem sabe assim ele vai foder com o precioso "Wakatoshi-kun" e ferrar o trabalho de equipe deles? 

- Você é um merdinha, Atsumu.
Respondeu Osamu, um tanto incrédulo. 

- É, eu sei. 

- Mas ainda está chamando ele de "Omi". 

A voz de Atsumu desceu um tom, quase solidificando sua melancolia: 

- É, eu sei... 

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