Frescor da Irresponsabilidade.

370 25 7
                                    

CONTAGEM DE PALAVRAS: 1780.

Se manifesta um som abafado que inunda o local, quase ensurdecedor

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Se manifesta um som abafado que inunda o local, quase ensurdecedor. O galpão está lotado, você se encontra entre vários corpos fervilhando, danças desajeitadas e esbarrões atônitos numa festa quase que clandestina nas localidades de Morioh.

Sua visão é tomada por inconsistências após sorver um gole significativo de sua bebida, o líquido descendo por sua garganta em algo como um rasgo quente, uma pequena vertigem te atingindo quando o álcool dá indícios de se impregnar em seu sangue. Seu corpo subitamente aquecido se torna mais suscetível e maleável ao ritmo que se desenvolve no ambiente.

Sua lucidez aos poucos se perde no frescor das bebidas e na caloria dos risos desapercebidos que compartilha com suas colegas universitárias, suas companhias naquela noite agitada.
Os que dançam desfazem-se lentamente em manchas quando o álcool gradativamente sobe, os borrões quase como feixes de luz na escuridão. As roupas com detalhes fosforescentes reluzem no breu, criando uma fantasia psicodélica orgásmica que a diverte, te convidando sedutora para a desconexa embriaguez, e você a aceita-a.

Como uma estudante universitária saturada da morbidez da rotina abarrotada, tinha como objetivo se desamarrar do estresse quando buscou aquela festa. Algo que desviasse sua mente das responsabilidades, e impulsionada por rumores da grandiosidade da festança, viria com suas colegas - as quais logo percebe terem se misturado na multidão. Os rumores se fazem inegáveis verdades, e você permanece, mesmo que sozinha, degustando do entretenimento que a festa oferece, uma folga daquele dia-a-dia corriqueiro e desgastante que a cidade oferece.

Você busca seu próprio êxtase, igualmente aos daqueles que permeiam ali. Você procura a inconsequência que a faria levantar e se misturar com os outros, naquela libertinagem febril e aparentemente divertida; ainda sóbria demais, só lhe resta a própria companhia.

Mais alguns copos em goles apressados se vão e sua mente está no início da imersão alcoólica, os sentidos atordoados e a visão um pouco corrompida. Você cogita deixar a festa quando se sobressai uma figura na multidão. Fosse pelo penteado incomum ou a jaqueta de couro reluzente cobrindo seu porte alto, ele é inevitavelmente charmoso, difícil seria não nota-lo mesmo que no aglomerado de pessoas - especialmente garotas - que o rodeiam.
Ele tem seu fascínio, uma atração magnética criando uma pressão que por pouco não a leva até ele, como se estivesse numa órbita predatória atrativa, uma força firme e constante puxando-na inconscientemente. Você se esforça para não ser levada para aquele redemoinho tortuoso.

Desviaria o olhar daquele sujeito, apreensiva, afetada com a pouca timidez que lhe resta. Endireitaria a coluna enquanto arrumava o decote do vestido, um gemido tenso fugindo de sua boca enquanto você tenta limpar a mente. "Não quero ninguém em minha mente hoje" se manifesta em seus pensamentos.
Mas algo a instiga, instiga a olhar naquela direção novamente, apenas para pega-lo a olhando sem pudor. Um olhar firme, sufocante e quase hostil abaixo daquele penteado chamativo e o par de sobrancelhas bem-desenhadas.
Se estabelece uma atração entre os ambos, que corta o campo de pessoas, uma faísca instantânea.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jun 03, 2023 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

𝐈𝐍𝐂𝐎𝐍𝐒𝐄𝐐𝐔𝐄̂𝐍𝐂𝐈𝐀 𝐍𝐎𝐌𝐄𝐀𝐃𝐀, Josuke Higashikata.  Onde histórias criam vida. Descubra agora