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[ Outubro, 2012]

Mi-suk

Eu não acredito que a Ji-hye tenha me feito essa proposta incrível de ter um encontro arranjado com um perfeito desconhecido apenas para que ela pudesse se encontrar com o Taehyung.
Não importa o quanto eu diga que não estou interessada em garotos na minha vida agora, ela parece ignorar completamente.
No entanto, agora eu não posso mais protelar esse encontro.  Os pais da Ji-hye proibiram o namoro. Parece que não acham o pretendente bom o suficiente para sua filha, por razões idiotas como a classe social. Parece tão medieval, mas os pais ainda usam esse conceito para medir o caráter de uma pessoa.
Mal sabem eles que o amor não se mede em moeda, porque o coração não dá outro valor senão o amor que se sente pela outra pessoa. Não tem nada a ver com a economia ou a quantidade de wons que a pessoa possui.
Eu quero ajudar a Ji-hye porque ela é a minha melhor amiga e ela já esteve tantas vezes me apoiando em uma infinidade de coisas desde o jardim de infância, e eu não posso ignorar os seus sentimentos agora.
Não pretendo me arrumar muito, então escolho o vestido mais sem graça e infantil que acho no armário.
Um vestido branco com dezenas de borboletas azuis, verdes e amarelas.
Com certeza o carinha vai olhar pra mim, revirar os olhos e se arrepender de ter deixado seu videogame de lado apenas para perder tempo.
—Onde vai tão bonita?  — Mamãe sempre me elogiava, não importa se eu estivesse fantasiada pro Halloween.
— Vou sair com Ji-hye para lanchar.
— Não vá beber ou chegar muito tarde meu docinho.
— Não se preocupe mamãe, a minha meta é chegar o mais rápido possível em casa.
Assim espero.

***

Peguei o ônibus e em menos de 30 minutos eu já tinha chegado no pequeno bistrô — uma novidade romântica em Seoul — em que marcamos o encontro com os rapazes.
Ji-hye já havia chegado e estava em nossa mesa. Ela abriu um sorriso enorme que iluminou todo o lugar assim que me viu, parecia muito satisfeita e aliviada por não ter desapontado-a.
Sorri com satisfação e fui ao seu encontro e ela me recepcionou com o seu tradicional abraço apertado, mas suas mãos estavam geladas demais apesar do seu rosto corado.

— Você está muito gelada amiga!
— Estou muito nervosa para ver o TaeTae.
— TaeTae?!
— Casais usam apelidos fofos, esse é o que eu dei pro Taehyung.
— Eu achei ridículo.
— Claro que achou, você é anti-romântica.
— Eu não sou anti-romântica. Eu acredito no amor. Mas não vou virar uma boboca por causa dele.
— Você vai adorar o Yoongi. TaeTae disse que ele combina muito com você.
— Duvido muito, mas não pretendo estender essa história muito além desse encontro. Só vim por você. Para que caso os seus pais liguem pros meus, confirmem que estamos juntas.

Antes que eu pudesse pedir uma água, Taehyung chegou com seu amigo.
O cabelo preto no estilo emo, roupas largas e pretas, não me chamaram a atenção, assim como eu já previa.

— Yoongi eu quero te apresentar a garota mais incrível do mundo, essa é a famosa Ji-hye.
— Oppa TaeTae ... — Ji-hye deu um beijo na bochecha do Taehyung seguido de um risinho que logo foi escondido por suas mãos pequenas.
— É um prazer! — Eles se cumprimentaram com os típicos três beijinhos. — Taehyung fala muito de você.
— Pelo menos você é um dos sete melhores amigos do TaeTae que eu conheci nos últimos meses.
— Mas, não se preocupe. Todos nós já sabemos o suficiente sobre você. Ele não para de dizer o seu nome um minuto sequer. — Yoongi amenizou.
— E esta é a minha melhor amiga: Mi-suk.

Me levantei para cumprimentá-lo adequadamente, mas ele me ignorou.

— E aí? — Ele deu de ombros fazendo um sinal de paz e amor com os dedos.

Eu o olhei dos pés a cabeça tentando encontrar algo que me fizesse crer que ele era um garoto legal, mas era só mais um trainee metido a besta.

***

O garoto erradoOnde histórias criam vida. Descubra agora