Lettre quatorze.

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Caro Amigo,

Meus planos de sexta-feira à noite foram por água abaixo junto com o diluvio que caía do céu. Estava frio e era um ótimo dia para ficar em casa em baixo dos cobertores enquanto se lê ou vê um filme qualquer.

Bem, fora isso que Louis sugeriu quando a chuva começou.

Nós ficamos na minha casa, porque segundo Louis era muito mais confortável, embora eu preferisse o seu apartamento porque tudo que havia lá tinha seu cheiro. Apesar de que, depois de todos esses meses, meu apartamento não estava muito diferente. Louis tinha tomado minha vida da melhor forma possível.

Nos tornamos bons amigos, mas a cada dia que passava, cada hora, minuto, segundo eu me via mais apaixonado por cada detalhe insignificante dele.

Louis escolheu um filme de drama para assistir, fez as pipocas, desligou todas as luzes da casa, deixando apenas a luz da TV nos iluminar e se enfiou em baixo da montoeira de cobertor ao meu lado.

"Você tá chorando?" Louis perguntou aos sussurros, risonho. Sequei uma das muitas lágrimas que já haviam caído tentando, inutilmente, esconder meu rosto completamente molhado por estar emocionado com aquele filme bobo e clichê.

Ao meu lado Louis puxou a mão que cobria meu rosto forçando-me a olhar para ele que ria discretamente de mim. Puxou uma das mangas do moletom que usava cobrindo uma das mãos e passou pelo meu rosto o secando tão delicadamente que meus olhos fecharam por conta própria. As pontas de seus dedos tocaram levemente em um carinho no meu maxilar "Você é inacreditável" sussurrou. Virei o rosto para a TV tentando prestar atenção em outra coisa sem serem as mãos pequenas e macias de Louis que ainda faziam o carinho leve e gostoso em meu rosto.

"Pare de rir de mim" sentenciei vendo pelo canto do olho que ele ainda tinha o sorriso zombeteiro nos lábios. Louis pressionou os lábios um no outro escondendo o sorriso, o que me fez sorrir "Idiota" sussurrei antes de voltar por completo minha atenção ao filme que ainda rodava.

Mas Louis não fez o mesmo. Sua mão continuou com as caricias que iam da lateral direita do meu rosto até os meus cabelos onde enrolava os dedinhos nas mechas compridas. Casualmente olhava para a TV dedicando a meia hora seguinte quase toda em me observar.

Virei-me para perguntar se estava tudo bem, mas os lábios de Louis foram mais rápidos tocando os meus tão delicadamente quanto a brisa quente de um verão alegre. Ele se afastou em seguida analisando-me, esperando que eu surtasse, mas ele não sabe, não sabe que ele é tudo o que eu sonhei durante tanto tempo.

Eu o beijei dessa vez, juntando nossos lábios em um beijo morno com direito a sorrisos e mordidas. Fora a primeira noite que nos amamos.

E se dependesse de mim seria a primeira de muitas, pois eu não deixaria mais Louis escapar de meus braços.

Com Amor,

Harry.

Dear FriendOnde histórias criam vida. Descubra agora