Com muito prazer? Eu já não entendia mais nada do que estava acontecendo e nada fazia a ficha cair de que eu passaria uma noite inteira sozinha com Murilo. Seria somente eu e ele naquela casa enorme!
Aquele sorriso magnífico não o abandonara seu rosto um minuto sequer. Estava começando a ficar hipnotizada. Mais algumas palavras e Murilo desliga o telefone. Senti meu corpo todo começar tremer.
–Bom, acho que teremos uma noite longa juntos. — Ele continuava sorrindo. Nunca o vira sorrir tanto.
— S-sim. — Qual seu problema, Anabela?
De repente, seu sorriso se cessou e ele pigarreou antes de perguntar:
— Bom, o que você costuma fazer durante as noites solitárias?
— Geralmente eu assisto ou jogo alguma coisa. — Meu olhar se mantinha baixo e meu tom de voz era incerto. Eu me senti um pouco desconfortável com aquele Deus grego em minha frente, me olhando tão intensamente que eu sentia meu corpo queimar. Eu queria agarrá-lo e fazê-lo meu.
—Anabela, a casa é toda sua. Você conhece mais aqui do que eu mesmo. — Ele deu uma risadinha sem graça. —Sinta-se a vontade para fazer o que quiser. Eu irei tomar um banho.
— Sim, senhor. Obrigada. — Consegui olhar brevemente para o seu rosto e o vi tentar reter um sorriso ao tê-lo lhe chamado de senhor.
Murilo saiu da cozinha e foi em direção a sua suíte. Porém, ao invés de usar o banheiro de lá, optou em voltar e usar o principal, passando por mim novamente. O que ele estava aprontando?
Alguns minutos mais tarde e eu escuto o barulho de água vindo do banheiro. Resolvo me levantar e ir à sala procurar algo para assistir. Entretanto, assim que passei em frente a porta do banheiro, escutei algo que eu jamais esperaria.
—Oh, Anabela! — Murilo estava clamando por mim????
Entrei em choque e fiquei parada em frente a porta. Eu havia ouvido direito? Eu estava imaginando coisas? Eu não sabia sequer dizer se eu estava sonhando ou se era realidade. Só saí da transe quando ouvi o chuveiro ser desligado e o barulho de água se cessar.
Corri para sala e me joguei de qualquer jeito no sofá. Estava vermelha e ainda estava processando o que acabara de acontecer. Não muito tempo depois, o vejo sair do banheiro, com uma toalha enrolada na cintura, um pouco abaixo da onde realmente deveria estar, e outra secando seus cabelos.
Assim que seus olhos se encontram aos meus, senti que iria entrar em chamas. Murilo estava mais perfeito do que jamais estara. Seu corpo molhado parecia ter sido esculpido por Michelangelo, seus traços todos muito bem marcados, sua pele escura como a noite. Aquele homem é um pecado.
Ele me encarava profundamente e sem conseguir evitar, eu passava meus olhos por todo seu corpo, analisando cada detalhe. Podia ver de relance seu sorriso no canto da boca enquanto terminava de secar o cabelo. Murilo estava jogando comigo e eu estava gostando desse jogo, mesmo sabendo que iria perder.
Um tempo se passou e ele simplesmente seguiu o seu caminho para o quarto, me deixando ali sentada e desnorteada. Meu corpo estava muito quente, minha respiração descompensada, estava excitada e necessitava dos cuidados dele.
Coloquei uma das mãos no meio de minhas pernas e com a outra apertei um dos meus seios, respirando fundo e tentando acalmar meu corpo.
Realmente não conseguia entender o que estava acontecendo. Afinal, o que ele queria de mim?
Por mais que minha irmã não tivesse em casa, eu devia me comportar e me dar ao respeito de saber que aquele é o marido dela. Mas com um homem dessa altura, com um corpo desses, um sorriso pervertido que, por ora, não sai de seus lábios, não havia como resistir.