Trabalhar na agência de detetives não era nada fácil.
Muitos casos para resolver, Kunikida e suas papeladas, Dazai com suas tentativas múltiplas de suicídio.
E ainda havia ele.
Sério, o dia da detetive era muito mais feliz quando o cão de caça da máfia do porto não aparecia para encher o seu saco.
--Mulher do tempo - Akutagawa silibou para a rival, usava seu típico sobretudo preto e estava a alguns passos dela em um beco úmido pela chuva de mais cedo, que ainda caia chuviscos pela fachada dos prédios.
--Mulher do tempo? - ela sorriu com deboche --Sendo assim, devo te chamar do quê? Homem da roupa? Homem dos panos?
Com os olhos queimando de ódio, o moreno ativou o Rashomon, enviando uma estaca negra do seu poder em direção a ela.
--Pode me chamar de diabo.
Parando o tempo, ela caminhou calmamente até o cão da máfia, sacando uma adaga e a aproximando do seu pescoço para só então deixar o tempo voltar a passar.
--Diabo? - falou a um passo dele e segurando a adaga gelada próxima da pele exposta do seu pescoço --Pena que sou ateia.
Os dois se encararam intensamente, até o moreno dar um sorriso vencedor.
--Olhe para trás e acredite, então.
Uma das laminas criadas pelo poder dele vinham rapidamente em direção a ela, que não teve nem tempo de raciocinar, apenas desviar para o lado e ser surpreendida pela mão de Akutagawa agarrando a que ela segurava a adaga e a fazendo apontar para seu próprio pescoço, com a lâmina quase roçando em sua pele.
Akira trincou os dentes sentindo dor no seu ombro onde um corte tinha sido feito pela lâmina, ela não tinha conseguido desviar rápido o bastante.
Rynossuke a pressionou contra a parede fria, segurando com firmeza a mão dela e mantendo a lâmina rente a seu pescoço.
--Porque não parou o tempo e saiu do alcance? - ele perguntou observando o sangue nos ombros dela --Agora está machucada. Eu não quero lutar com você, se você não estiver atacando com tudo que tem.
Ela levantou o queixo deixando seu pescoço mais exposto para a lâmina alcançar, o encarou sem desviar.
--Me mate - ela sussurrou --Não é isso que você quer? Me matar e provar que é o mais forte para Dazai?
O mafioso arregalou os olhos surpreso e largou a lâmina no chão.
--Eu não vou está provando nada se você tiver me deixado ganhar - falou ofendido --E você precisa cuidar desse ferimento.
Ele tirou um lenço branco do bolso e pressionou no ferimento dela para conter o sangramento, a fazendo gemer de dor.
--Você por acaso se importa comigo, Akutagawa? - ela perguntou com sarcasmo e ele continuo a encarando sem demonstrar reação --Perai... Você gosta de mim?
Ele desviou o olhar para onde pressionava p ferimento dela. A garota estalou a lingua, ao fazer uma grande descoberta.
--Era por isso toda essa perseguição - ela constatou animada para provoca-lo --Você ainda tá nessa fase? De perturbar a menina que está afim?
Ele olhou para ela mal humorado.
--Não sei do que você está falando...
--Não vem com essa para cima de mim - ela sorriu diabólica e deu um passo colando seus corpos.
Ele ofegou baixo descendo seus olhos para a os lábios dela, o que não passou despercebido pela mesma.
--O que você...? - ele começou a sussurrar mas não terminou.
Aproximando seu rosto do dele lentamente, ela deslizou a mão do pescoço dele até entrelaçar seus dedos nos fios de cabelo de sua nuca, sentindo a pele do mesmo se arrepiar e seu corpo estremecer.
Com seus lábios quase se tocando, ela deu um pequeno sorriso e mordeu o lábio inferior dele com força.
Ele gemeu de dor e ela deu um passo para trás rindo baixo.
--O quê? - Ele colocou a mão em seu lábio dolorido limpando o pouco de sangue que escorreu --Você me mordeu?
--Olha, acredito que...
Ela não terminou a frase.
Tudo paralisou, ou talvez tenha acontecido rápido demais, ela não sabia. O nome de sua habilidade poderia ser "O tempo em minhas mãos", mas naquele momento ela perdeu totalmente o controle dele.
Quando conseguiu se dar conta, estava contra a parede úmida, molhando a parte de trás de sua roupa, coração disparado contra coração disparado, suas células entrando em combustão e os lábios de Akutagawa pressionando os dela.
Ele estava a beijando?
A detetive não esperava isso, realmente não esperava.
Akutagawa estava a beijando.
Segurou o ombro dele para se equilibrar, as mãos dele apertaram sua cintura inflamando seu centro. Ela ofegou dando espaço para ele aprofundar o beijo em um ritmo acelerado e faminto, o gosto de ferro do sangue em sua língua.
Akira só podia está enlouquecendo.
Tudo estava queimando, queimando. O fogo crepitava consumindo tudo.
A detetive passou suas mãos por dentro do sobretudo dele, as deslizando por baixo da camisa dele para tocar suas costas magras e fortes, a pele fervendo contra seus dedos.
Interromperam o beijo, sem ar e a detetive abriu os olhos lentamente, sem saber como reagir, sem saber o que falar.
--Akutag...
--Fique calada, pequeno demônio sádico - ele sussurrou tocando os lábios dela com um dedo --Eu sou chamado de cão e é você quem morde.
Ela sorriu e afastou o dedo dele de sua boca, se deleitando com a visão dele desgrenhado, com os lábios vermelhos e um rubror nas maçãs pálidas do seu rosto.
--Merda, eu esqueci que você estava sangrando...
--Isso é só um arranhão - ela deu de ombros --E a vingança me fez até esquecer da dor.
O integrante da máfia do porto tocou seu lábio inferior por reflexo.
Dando um pequeno sorriso que fez fogos de artifício dispararem no estomago da detetive.
--Precisa limpar isso e fazer um curativo - ele falou --Quer que eu te acompanhe até à agência? Acredito que médica de vocês deve cuidar disso.
--Eu preferia ir até o inferno - ela respondeu -- Para curar isso aqui será mil vezes mais doloroso do que deixa-lo cicatrizar sozinho.
Rynossuke a observou em silêncio, os olhos cinza distantes como se ponderasse algo.
--Ir até o inferno é o que você quer? Bem, é justo já que fui eu quem fez isso - ela o olhou confusa --Vamos até minha casa e cuido do que machuquei.
A mulher riu baixo balançando a cabeça.
--Você realmente entrou no personagem, Akutagawa. É mesmo inteligente me levar até sua casa? Eu poderia entregar seu endereço para a polícia, você não está sendo procurado ou algo assim?
Foi a vez dele rir baixo e oferecer a mão para ela.
Ela absorveu tudo ao seu redor por alguns instantes, os pingos de chuva que ainda escorriam dos telhados, as pedras do calçamento eslameada e a mão de Akutagawa estendida em sua direção, seus olhos cinzas fixos nela.
A detetive sentia que aquele seria um momento onde sempre retornaria no futuro em suas lembranças, que tudo mudaria dali para frente e ela não tinha certeza se era para melhor.
Colocou a palma de sua mão sobre a dele com segurança.
Akira não sabia do futuro, mesmo com o tempo suas mão, mas não dava a mínima.Nota da autora:
Essa vai ser uma fic curta então não vou enrolar para as coisas acontecerem.
Já tenho quase todos os capítulos prontos, então não vou demorar para postar.
Sem reclamação da mudança da personalidade de Akutagawa, por favor. Se fosse para ele ter a personalidade igual a do anime/manga essa fic só ia ter porradaria kkkkkkkkkk.
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Meu melhor inimigo
FanfictionAkemi sempre teve o tempo em suas mãos, mas tudo ficou fora de controle quando seu maior inimigo a beijou em um noite qualquer. ~Short fic~