Capítulo 4

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Amber estava em sua cozinha vigiando a panela, com a sopa quase pronta, que estava preparando para o jantar. Enquanto ela esperava o jantar ser finalizado, a médica dispôs na bancada de sua cozinha todos os medicamentos que dispunha em casa. Para falar a verdade ela estava encontrando muita dificuldade em traçar um plano ação com seu estoque limitado. Até agora só tinha dado a menina o antitérmico, que até o momento tinha funcionado bem e Maitê havia voltado a adormecer logo que foi medicada.

A médica sorri ao lembrar que provavelmente Maitê nem tinha registrado que havia tomado qualquer remédio, em sua nevoa de sono a menina só fez tudo que foi instruída, de forma totalmente automática. A confiança já estava infiltrada ali, não tinha como negar.

"E então, cadê minha sobrinha?", a voz animada de uma mulher invadiu a cozinha.

Amber nem mesmo levantou os olhos da tela do computador que estava utilizando para fazer pesquisas mais aprofundada sobre os medicamentos que tinha ali o que poderia ajudar mais na condição de Maitê.

"Apertar a campainha e esperar ser atendida, quantas vezes eu já te disse?"

"Eu estava ansiosa demais pra esperar e está congelando lá fora, eu ia morrer até que você fosse abrir a porta. E foi você quem me deu a chave, não pode reclamar agora!"

"Eu te dei a chave para uma emergência!", Amber respondeu, desviando pela primeira vez o olhar da tela do computador e olhando para a mulher ridiculamente parecida com ela. E que ótimo que as semelhanças se limitavam a aparência.

"Mas é uma emergência, foi isso que você disse na mensagem", a mulher respondeu tirando o aparelho celular do bolso para provar seu ponto.

"Eu te mandei a mensagem há uma hora", Amber disse se levantando da banqueta em que estava sentada e indo até o fogão para desligar o fogo. "Você não tem nada lá? Ou você ignorou parte em que eu pedia para trazer os medicamentos que pudessem ajudar?"

"Olha eu não ignorei", disse a mulher se aproximando da bancada e olhando os rótulos dos remédios que estavam lá, "mas confesso que sai com um pouco de pressa de casa quando li a parte que dizia 'que minha sobrinha não estava bem e que você precisava de mim'".

"Eu tenho quase toda a certeza que eu não escrevi a palavra 'sobrinha'", Amber disse com o sorriso de lado.

"A titia já ama", a mulher responde descaradamente para irritar a irmã.

Amber revirou os olhos, era impressionante o quanto sua irmã podia ser irritante quando queria.

"E não tinha nada lá? Que tipo de médica você é?", Amber retornou para o assunto que interessava. Maitê precisava começar um tratamento o quanto antes, mesmo que fosse de forma paliativa.

"Eu te trouxe uma pneumologista, o que mais você quer de mim?"

"E cadê ela que eu não estou vendo? E me fala, por favor, que é a Rebecca?", Amber perguntou esperançosa. A Dra. Williams era uma das melhores pneumologistas do país, era um sinal de sorte que ela estava com sua irmã, que para o desespero de Amber era sua vizinha de porta, durante a nevasca

"Sim, é a Rebecca. Ela está terminando de tomar banho e já vem".

"Vocês deveriam namorar. Ela minha preferida, você sabia?", Amber disse de modo suave. Ela torcia para que chegasse logo o dia em que irmã finalmente sossegaria com uma mulher só.

"Sabia! Você repete toda vez que tem a oportunidade, o que significa que são muitas vezes para se contar. Posso ver ela agora?"

Amber notou logo que era uma estratégia para mudar de assunto, mas acabou cedendo. Ela sabia que também era verdade que a irmã estava ansiosa para conhecer Maitê.

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