Capítulo 4: Um Lembrete

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Olá! Eu sou a Rebeca, e estou novamente aqui para contar o resto de minha história. Quanto mais eu procurava por qualquer vestígio humano, qualquer traço, mais acabava minha esperança. Fui em vários lugares, desde praias que pareciam ser infinitas até o interior do continente, mas não encontrei nada. Apenas uma paisagem de uma natureza que parecia intocada, era lindo ver tantas espécies conseguindo se desenvolver naturalmente, porém também era perigoso viver naquele local, ainda mais quando se está sozinha.

Após cinco anos naquele lugar, já conseguia viver bem usando os recursos da natureza, não foi fácil descobrir o que podia ou não comer ou onde encontrar essa comida e onde morar, mas com o tempo aprendi a lidar com esse mundo selvagem. A princípio, pensei em construir uma casa na árvore para viver lá, mas não era uma boa opção, pois havia um tipo de robô que fazia rondas onde eu vivia: ele voava, emitia uma luz vermelha e tinha câmeras. Eram vários, mas cada um ficava em uma parte diferente do planeta e só passavam por um lugar uma vez por semana, provavelmente serviam para monitorar as criaturas que viviam nesse mundo e depois voltavam para o céu. Na primeira vez que eu o vi, pensei que se tratava de um animal estranho, mas depois percebi o que era e tentei me aproximar, mas quando estava chegando perto, vi o que ele fez com um animal que parecia estar doente. Ele analisou o animal e logo atirou um raio de energia que o matou. Depois a máquina simplesmente foi embora, então pensei que se não fosse para eu estar nesse lugar, o mesmo poderia acontecer comigo. Comecei a evitar esses robôs, e a estratégia para sobreviver naquele local foi viver em cavernas que encontrava e sempre mudar de lugar. Aprendi a pescar e pegar frutas de grandes árvores onde poucos animais podiam alcançar.

Eu estava tentando pegar uma fruta de uma árvore quando percebi que ficava embaixo de uma colmeia de abelhas rosadas, mas já era tarde demais, ouvi elas zumbirem quando o medo tomou conta de mim, essa era um dos animais mais perigosos daquela região. Tentei escapar, mas logo fui picada por uma, seu veneno era capaz de fazer a vítima dormir enquanto era ferroada até a morte. Acabei caindo da árvore, mas quando já estava perto do chão percebi que estava parada no ar, como um vídeo pausado para uma ida ao banheiro. Virei os olhos para baixo e caí, felizmente já estava perto do chão e longe o suficiente das abelhas. Elas não tentaram mais me atacar, mas seu veneno teve efeito.

Quando acordei tratei de descobrir o que tinha salvado a minha vida e logo percebi que conseguia parar os objetos em qualquer lugar, parar a água e passar por cima dela, até parar o próprio ar e usá-lo como escudo, assim como usá-lo como plataforma para pisar em cima. Quanto mais usava essa habilidade, mais eu conseguia controlá-la melhor, podia usá-la, por exemplo, para pegar frutas das árvores sem precisar subí-las, já que podia criar uma escada com as plataformas de ar. Percebi também que conseguia me curar super rápido quando me machuquei em algo afiado no rio, senti a dor do corte e ao levantar o pé vi a pele se regenerar em um instante.

Logo comecei a viver melhor, mas ainda precisava descobrir o que estava acontecendo e se eu teria que viver pra sempre nesse planeta.

Estava indo para uma caverna onde tinha passado algumas noites quando olhei para cima e vi duas luzes brilhantes vindo em minha direção, uma logo desapareceu no ar sem deixar vestígios mas a outra era um tipo de meteoro que caiu entre as árvores que estavam bem perto de mim, imaginei que seria um desses robôs que talvez teria se quebrado, então comecei a me aproximar com calma. Esperei por um tempo e nada aconteceu, então eu me aproximei, olhei e vi algo que não podia explicar, não sabia como isso tinha parado ali e nem o seu propósito, mas quando o abri, tive consciência de tudo o que estava acontecendo.

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