Capítulo 02. Inusitado.

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Estação: Inverno.

Limpei seus ferimentos superficialmete e fiz alguns curativos, ele iria ficar bem, somente alguns arranhões e talvez algumas dores. Após isso passei a noite em claro para nos proteger do que fosse nos fazer mal e me perguntando,quem era esse garoto? De onde veio? O que fazia na floresta sozinho a noite nequela tempestade?

Minha mente tentava achar uma resposta para esses questionamentos e tudo só me levava a deduzir que esse garoto era bem mais do que aparentava, e isso me fez o reconhecer como um perigo em potêncial.

Estava sentado na poutrona observando o fogo lentamente se transformar em brasas,escutando o estalar  satisfatório da madeira e a tempestade desistir de lutar e se dissipar conforme o dia chegava, mas completamente atento a qualquer movimentação ou barulho suspeito.

-Parece que a lenha acabou. - falei ao levantar da poutrona observando que já não havia mais combustível para a lareira no canto onde costumava deixar. - Vou lá fora buscar mais, quer vir comigo garoto? - perguntei ao filhote que já estava disperto porém me ignorou totalmente.

-Tudo bem então mas ao menos fique de olho no nosso "convidado". - falei brincando mas o filhote levantou de onde estava deitado e caminhou até a cama começando a observa-lá. - Bom garoto!

Sai da casa e ia em direção a parte de trás para pegar a lenha que tinha cortado no dia anterior mas algo brilhante me chamou atenção um pouco mais a diante. Caminhei até onde vinha o brilho e fiquei um pouco surpreso por ver meu machado fincado na árvore, o brilho era advindo da lâmina que estava refletindo a luz do sol. Eu achei isso um tanto estranho pois tenho certeza de que a criatura fugiu com meu machado fincado nela mas também não me fiz de rogado apenas peguei meu machado de volta. Assim que completei a ação ouço barulhos vinda da casa, suponho que meu convidado tenha acordado.

Entro em casa vendo o filhote rosnando pronto para morder qualquer um que se aproximasse. Olho para cama vendo o garoto disperto sentado com um semblante perdido.

-Você está seguro. - falei simples sem sair do lugar. - Está com fome? - perguntei o vendo negar com a cabeça mas seu estômago roncou desmascarando sua mentira.

Fui até um velho barril de madeira reforçado com ferro e entupido de sal onde costumava deixar a carne, peguei um pedaço espetei em uma haste de ferro que tinha próxima a lareira e coloquei sobre as brasas.

-Espere até cozinhar um pouco. - falei vendo ele concordar. - qual seu nome garoto?

Enquanto eu espera uma resposta o alisei com mais calma, era um rapaz franzino de estatura mediana, seus cabelos eram curtos e cacheados e aparentemente bem cuidados comparado ao restante de sua aparência. Seu rosto não apresentava nenhum sinal de pelos faciais. Porém todo o destaque ficavam por conta de uma enorme cicatriz que começava a cima de sua sombrancelha direita atravessava seu olho e canto do lábio direito e terminava em seu pescoço, e seus olhos castanhos escuros cor de avelã igual a tonalidade de sua pele.

-Qual o seu nome? - me respondeu com a mesma pergunta.

-Por que deveria dizer meu nome a você primeiro? - perguntei impaciente com sua insolência.

-Aparentemente o senhor pegou uma faca de dois gumes. - disse me encarando e sutentando o olhar.

Com uma expressão neutra nada disse e fui em direção a lareira para verificar se a carne estava pronta.

-Está pronta. - disse pegando a haste de ferro e entregando a ele. - Coma e vá embora, agora está de dia e não ha mais perigo, siga o caminho ao sul e ira chegar ao vilarejo eles vão te ajudar lá. - falei simples o vendo comer com rapidez o alimento.

Uma história sem títuloOnde histórias criam vida. Descubra agora