epílogo.

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T.

Observo os cachos escuros da minha filha balançando em sua cabeça enquanto ela cambaleia pelo quintal. Eunbi tem o cabelo da mãe, os cachos pretos caem por suas costas como turmalina fiada ao sol da tarde. Ela anda há não mais que algumas semanas e seus passos ainda são difíceis. Ela ainda cai com frequência e, todas as vezes, sinto que estou tendo um ataque cardíaco.

Mindsey, a garotinha de Jack, é apenas alguns meses mais velha, mas já rápida em seus pés, pisando no quintal com facilidade e firmeza. Ela se senta bem na frente de Jack e de mim pegando um dente-de-leão da grama.

Sua pequena mão envolve o caule da flor, seus grandes olhos castanhos olham para ela como se fosse a coisa mais fascinante que ela já viu. Então ela franze os lábios como se estivesse tentando soprar a semente, mas em vez de ar, cuspe voa de sua boca pequena. As sementes não voam, mas caem no chão.

— Esta é a coisa mais fofa que eu já vi. — Jack diz.

— Você diz isso duas vezes por semana. — eu rio. — Tudo o que sua filha faz é a coisa mais fofa que você já viu.

— Porque é! — Jack diz defensivamente. — E não aja como se você não pensasse o mesmo sobre Eunbi. Nossas filhas estão mudando todos os dias, e eu acho cada aspecto disso legal.

Eu não posso discutir com isso. Nunca pensei que poderia me divertir e ficar maravilhado com algo tão mundano como minha garota segurando uma colher pela primeira vez, mas fiquei fora de mim quando ela segurou. Ser pai é a coisa mais estranha, assustadora e épica do mundo. Bem ao lado de ser marido.

Jennie e eu nos casamos duas semanas depois que Eunbi nasceu. Eu não podia esperar mais um minuto para tornar ela oficialmente minha. Seus avós finalmente concordaram e começaram a apoiar suas exposições de arte, que eu sabia que significavam muito para ela. Eles também estavam felizes por termos um filho e um casamento, embora preferissem que tivesse acontecido o contrário. Meu pai e meus irmãos ficaram radiantes desde o início, como eu esperava. Todos eles amavam Lisa antes mesmo de eu saber que a amava.

Jack e Soojin acabaram se casando pouco depois de descobrirem que iam ter Mindsey. O casamento combina bem com o meu irmão, agora só temos que trazer Eunwoo a bordo com a ideia de algo mais do que um caso de uma noite.

Por falar nele.

— Ei, babacas. — ele cumprimenta enquanto atravessa o quintal.

— Não fale assim perto das crianças. — Jack diz severamente antes de um sorriso se abrir em seu rosto.

Eunwoo revira os olhos.

— Não as crianças, vocês são os idiotas. Eu nunca poderia chamar minhas sobrinhas de nomes tão sujos.

É a minha vez de revirar os olhos.

— Como vai a vida? Alguma coisa nova acontecendo? — Eunwoo ainda não gosta de falar sobre sua vida amorosa, ou qualquer coisa nesse sentido. Desde que as meninas nasceram, ele meio que se fechou, se mantendo sozinho a maior parte do tempo.

— Não, a mesma coisa.

— Bom, bom, então nenhum casamento planejado tão cedo? — Jack o chateia todos os dias sobre como nós dois somos casados e temos filhos, enquanto nosso irmão mais velho não.

Eunbi cambaleia até onde Eunwoo está sentado, um grande sorriso no rosto. Seus olhos brilham de excitação quando ela lhe entrega um dente-de-leão, que ele pega com um sorriso.

— Obrigado, querida. — Eunbi cai em seu colo, uma risadinha contagiante enchendo o ar.

— Você não gostaria de ter filhos? — Jack pergunta. — Agora que tenho Mindsey, não acho que conseguiria imaginar minha vida sem ter um filho.

Eunwoo encolhe os ombros.

— Isso não me incomoda. Não estou pronto para ter filhos, casamento ou qualquer coisa do gênero. Ainda estou... instável, desequilibrado. Eu preciso me recompor antes de pensar em algo assim.

Eu sei o que Eunwoo pensa, que ninguém vai amar ele e todas as suas falhas, mas ele está errado. Haverá uma mulher que poderá lidar com ele algum dia, que irá edificar ele em vez de destruir ele. Antes que Jack ou eu possamos responder, Jennie e Soojin saem da casa, uma carregando uma bandeja de sanduíches e o outra uma jarra de chá.

— Vocês estão com fome, rapazes? — Jennie pergunta, e eu não consigo evitar. Assim que ela coloca a jarra na mesa, eu a agarro pelos quadris e a puxo para o meu corpo.

— Estou com fome, sim, mas não é para sanduíches. — eu rosno, meu pau já duro e em posição de sentido.

— Jesus, vão para um quarto. — Eunwoo engasga.

— Oh, pare com isso. — Jennie me dá um empurrão suave para trás, e eu a solto, embora seja a última coisa que eu queira fazer.

Eunbi rasteja para fora do colo de Eunwoo e caminha até mim, suas pequenas mãos agarram minha calça, e eu fico olhando para ela, uma versão diminuta de sua mãe. Nunca pensei que teria tudo. A casa, a esposa, a filha, o emprego dos sonhos, mas eu tenho. Quando perdi Jena, pensei que minha vida havia acabado, mas Jennie me mostrou que havia muito mais na vida. Não foi fácil, mas juntos conquistamos a grandeza.

— Eu te amo. — eu digo para Eunbi e então olho para Jennie, que está me olhando com admiração em seus olhos.

— O que? — Eu pergunto, me servindo de uma xícara de chá.

— Nada, só espero que você aguente dois.

— Dois? — Minha testa franze em confusão. Ela não pode dizer o que eu acho que ela quis dizer...

— Dois bebês. — Ela sorri. — Eunbi vai ser uma irmã mais velha.

E assim, sou abençoado novamente.

— Parabéns, irmão. — Jack e Eunwoo dizem, e eu coloco meu copo na mesa e levanto Eunbi e Jennie em meus braços.

— Obrigado, baby, muito obrigado por ser tudo para mim, por me dar as melhores coisas da vida. — Selo minhas palavras com um beijo, imaginando se a vida pode melhorar.

Fim...

𝐉𝐎𝐏 - 𝐊𝐓𝐇+𝐉𝐍𝐊Onde histórias criam vida. Descubra agora