Noah acabou de se mudar. De blusões coloridos e a cabeça enfiada num gibi, acha que consegue passar despercebido.
Mas não para Sadie.
Aos poucos, entre fitas cassetes gravadas, pilhas de história em quadrinhos, fotos polaroid e conversas até tarde...
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Agosto de 1985, Verão
A sexta e última aula tinha acabado, iniciando o fim de semana. Sadie agradecia por ter sobrevivido à primeira semana de aula. Se não fosse por Noah - o seu novo amigo - ela já teria degolado a própria cabeça.
A garota ruiva andava pelo corredor ouvindo California Dreamin e Noah apareceu ao seu lado falando algo que Sadie não pode distinguir o que era, então tirou os fones.
-... E então a professora disse "detenção"! - Noah falava indignado. - Aquela velha é maluca.
- Quem? A Burgess? Ela é maluca mesmo! Um dia eu tinha esquecio de responder uma questão no meu dever de casa e ela disse que eu não teria futuro.
Noah riu.
Os dois caminharam até o fim do corredor, assim, saindo da escola e indo em direção às suas casas.
- Você vai fazer o que nesse final de semana? - Noah perguntou quebrando o silêncio.
- Sei lá. - ela deu de ombros. - Eu queria ir no lago, 'tá muito quente. Lá é bem fresco e calmo.
- Entendi... você vai ir sozinha?!
- Ah, você quer ir? - ela perguntou sorrindo.
- Olha... s-se não for encomod-
- Você nunca vai incomodar, Noah!
- Ah, hm, ok eu vou. - ele coçou a cabeça e sorriu escondido.
Sadie e Noah haviam se aproximaram bastante nos últimos dias, os dois tinham bastante coisas em comum.
─────────────────────── Sadie's pov
Já era 10 da noite e eu estava deitada na minha cama fitando o teto. "Dead End Justice" das The Runaways tocava no meu rádio e o som ecoava por todo o meu quarto.
Eu não tinha nada para fazer, e como eu já tinha feito o dever de casa eu estava completamente no tédio.
Virei minha cabeça para o criado mudo ao lado da minha cama e fitei o telefone. Noah tinha me passado seu número de telefone, mas nunca liguei para ele.
Levantei da cama e fui até a minha escrivaninha, procurei um papelzinho onde continha o número dele e o peguei. Sentei na cama e disquei os números no telefone. Coloquei o mesmo no meu ouvido e esperei alguém atender.
"Bolsoir, mademoiselle. Boa noite, bela dama. Que luz é essa que na janela reflete..." - Noah atendeu a ligação me fazendo sorrir.
