Noah acabou de se mudar. De blusões coloridos e a cabeça enfiada num gibi, acha que consegue passar despercebido.
Mas não para Sadie.
Aos poucos, entre fitas cassetes gravadas, pilhas de história em quadrinhos, fotos polaroid e conversas até tarde...
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Agosto de 1985, Verão
O despertador que tocava a cinco minutos foi arremessado contra a parede coberta de posters.
A garota bufou mais uma vez, jogando os cobertores para o lado da parede e retirando o travesseiro de cima da sua cabeça. Sonolenta, Sadie se levantou da cama e foi até o seu armário de roupas.
A garota escolheu uma jardineira comprida jeans e uma camiseta longa colorida, seu vans cano alto e por último mas nem um pouco menos importante, sua mochila, dentro havia seu walkman, revistas em quadrinhos, algumas fitas cassetes e um caderninho onde anotava e desenhava coisas aleatórias.
Ela se olhou no espelho e tentou arrumar seu cabelo, já que o mesmo estava bagunçado, passou seu perfume de amêndoas e logo depois foi para a cozinha.
Sadie foi até a geladeira e tentou achar algo para comer, mas sem sucesso, fazia séculos que não ia ao mercado. Assim que ela fechou a porta da geladeira pode ver um bilhetinho.
Farei plantão duplo hoje, voltarei só de madrugada. Beijos, mamãe
Já era de se esperar, a mãe de Sadie era enfermeira no hospital da cidade, era raro quando as duas se viam, já que ela estava sempre trabalhando para tentar sustentar a casa que as duas moravam.
Sadie foi ao banheiro e escovou os dentes, se olhou no espelho uma última vez e saiu de casa colocando sua mochila nas costas.
Pegou o seu famoso skate e o pôs no chão, colocou seu walkman no bolso e o ligou. Assim, a garota estava pronta para ir.
Era o primeiro dia de aula depois do verão. Ela não era uma fã dos estudos, mas continuava na escola por insistência da mãe.
A brisa daquela manhã era fresca e leve, Sadie amava as manhãs por causa disso, amava os pássaros cantando, amava como o céu ficava, amava incondicionalmente a brisa fresca e amava aquela névoa que ficava pelas ruas.
E ela estava tão dispersa com tudo aquilo que acabou esbarrando em algo e se chocando com o chão - novamente.
- PORRA!
Assim que Sadie abriu os olhos pode ver em o que havia se esbarrado, ou melhor em quem. Era o garoto da bicicleta, como ela havia apelidado.
- Aí meu Deus, você 'tá bem?? - o garoto pergunta olhando para ela.
- Não, acho que quebrei um osso... - o garoto fez uma cara de preocupação e analisou o corpo de Sadie, para ver se tinha algo quebrado mesmo. - É brincadeira! - Sadie riu. - Tinha que ver a sua cara!
- Que susto! Achei que ia ter que te levar 'pro hospital. - o garoto diz com a mão no peito esperando o pior.
Eles ficaram se encarando por uns 10 segundos e então o garoto estendeu sua mão para Sadie conseguir se levantar.
