Panfletos, cartas e outros troços sobre amor

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Oieee!

Lá vem eu com mais uma história quentinha saindo do forno hehe *-*

É minha primeira tentativa de escrita em primeira pessoa, então estou beeem ansiosa pra saber a opinião de vocês! Espero que gostem...

Boa leitura <3

💘

Detesto panfletos. Ainda mais quando são sobre amor.

Na esquina do Sebo com a Cafeteria do senhor Park, sempre tem uma velhinha entregando panfletos. Ela é fofa demais, até sabe meu nome. "Taehyung, como foi a aula hoje?". Uma fofa, juro. Quando tô com a língua solta ou se é meu dia de lavar a louça em casa, eu paro pra conversar com ela, só pra matar o tempo e tal.

É sempre a mesma coisa, as conversas. Ela reclama da hérnia de disco por uns quinze minutos e depois me conta sobre o último capítulo da novela das nove. Eu não suporto novelas, não suporto mesmo, mas o jeito que ela conta do trelelê entre a mocinha e o advogado me deixa curioso pacas. Às vezes, por causa da idade ou sei lá, ela até repete uns troços. "Mentira! Me conta direito isso daí", eu falo com a cara mais mal lavada do mundo. Ela sorri, me entrega mais um panfleto e conta tudo de novo.

O ponto é que você pode detestar panfletos, mas nunca vai conseguir rejeitar aqueles que a velhinha fofa entrega na esquina do Sebo com a Cafeteria do senhor Park. Pode parecer besta, mas nem consigo jogar essas porcarias fora. Deixo tudo guardado num dos bolsos da mochila, porque, sei lá, sinto que assim não tô desperdiçando o tempo de ninguém. Ainda mais o tempo daquela velhinha, ela não deve ter muito disso e tal.

Hoje o dia foi uma merda. Teve pombo correio no Colégio então você já pode imaginar o bafafá que deu. O comitê dos mauricinhos montou um trambolho bem no meio do pátio. Pensa num troço brega, cheio de TNT rosa e coraçõezinhos de EVA, feio de ver, juro. Jimin, meu melhor amigo, achou bonitinho. Bonitinho. Tá aí um adjetivo tosco. Se alguém olhasse pra minha cara e dissesse que eu sou bonitinho, eu ia ficar bem puto. Nem feio demais pra ser feio, nem bonito demais pra ser bonito, bonitinho. Me poupe.

- Qual é! Vai me dizer que não sente nadica de nada quando vê o Yoongi ganhando várias cartinhas? - Jimin perguntou enquanto apoiava um dos braços fedidos sobre meus ombros. Aquele gesto me deu uma vontade grande de chutar a canela magrela dele, porque hoje teve educação física e ele tem aquela bagaça que faz as pessoas suarem pra cacete, hiper-alguma-coisa.

- Tô sentindo é esse cheiro de gambá morto embaixo do seu braço, desencosta de mim.

Só pra você não ficar perdido, Yoongi é minha paixonite do colégio. Veio de Seul já faz uns dois anos e desde então não deixa meu pobre coraçãozinho em paz, sério eu sou completamente idiota por esse garoto. Ele tem toda aquela vibe de gente cult, saca? Cabelos cor de menta, roupas conceituais e um sorriso gengival que me treme as pernas. Pois é, ele é bonito sem a porra de nenhum diminutivo.

- E se você escrevesse uma carta anônima? - continuou, ignorando completamente meu comentário - Acho que é uma boa oportunidade pra você finalmente se declarar.

- Prefiro um tiro. Agora será que dá pra tirar essa asa de perto do meu nariz?

- Aish, você tá insuportável hoje, tá parecendo minha vó!

- Eu gosto da sua vó.

- Sei disso, toda vez que ela tá em casa você me deixa jogando videogame sozinho pra conversar com ela sobre chá e bingo.

- Ela já te contou da vez que foi picada por uma cobra e, ao invés de ir pro hospital, fez um chá de boldo?

- Veneno de cobra é coquetel perto daquele chá. Mas voltando pro que importa - balançou a cabeça na direção da mesa em que Yoongi estava - acho que você vai se arrepender se não fizer nada.

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