• E se você se mudasse para o outro lado do mundo e seu vizinho tivesse uma varanda a um passo da varanda do seu quarto?
• E se esse garoto que sai escondido na madrugada pela sua varanda, agisse como um santo na escola?
Sun-hi se muda para a Core...
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Luigi mal deixa eu terminar de colocar sua comida na tigela e já atacava tudo de uma vez.
Acordei mais cedo, deixando o café pronto, arrumando a cozinha e sala e aproveitei pra ficar um pouco com Luigi. Era bom liberar um pouco do estresse da semana ocupando meu tempo. E meu cachorrinho melhorava tudo de ruim que eu podia ter sentido antes.
Apesar de dizerem que era perto de casa, nos morávamos um bairro depois da escola. Mas acho que menos de uma hora não teria problema em caminhar até aprender a pegar o ônibus.
— De que adianta uma carona que você me larga na metade do caminho! — eu disse ontem a minha mãe na volta pra casa.
— Eu não estou te impedindo de andar, Sun-Hi
Foi o que ela disse, depois de me largar no restaurante com meu papi.
Arrumamos mais alguns detalhes no restaurante, fizemos compras da semana de inauguração, que seria no sábado e ele me levou a floricultura depois.
Era incrível como meu pai nunca me esquecia, por mais que não dissesse a cada minuto ele demonstrava em cada detalhe sua preocupação comigo e me animava.
Eu estava a caminho da porta quando minha mãe aparece:
— Tá indo pra onde?
— Boun diurno mama.
— Boun diurno, tá indo pra onde?
— Pra escola. Andando. — sorrio forçado.
— Eu te levo hoje, e segunda fazemos um cartão de ônibus. Não é seguro andar sozinha, principalmente quando você não conhece o lugar, filha.
— Eu sei me defender . — debocho, mas volto pra cozinha atrás dela.
Ela termina o café e seguimos nosso caminho encontrando no fim da rua, Yang Jeongin.
— Oii Jeongin! Entra, pega uma carona com a gente. — o garoto recusar a princípio mas logo entra.
— Sabe filha, Jeongin parece muito com Hong-so quando era jovem. Sempre fomos melhores amigos. Eu que ajudei ele a conquistar sua mãe.
— Eles sempre contam essa história. Eu agradeço muito, são a melhor família que eu poderia ter. — Jeongin sorri satisfeito.
Durante a semana, Jeongin se mostrou ser uma espécie de santinho na escola, onde poucos o adoravam ou a maioria o odiavam. Foi o que as meninas me disseram, e ele fez questão de me ignorar. Mas eu ouvi duas ou três vezes o mesmo barulho dele usando a rampa do meu telhado pra sair de casa, pela minha varanda de madrugada.
— Com as notas que você tem, pode escolher qualquer faculdade do país. Já sabe o que quer Jeongin? — minha mãe conversa animada.
— Eu ainda não tenho certeza. Mas quero apenas orgulhar meus pais, fazendo o que é justo e ajudando os outros da melhor forma que puder — sorri largo mais uma vez.
