Albânia Pimentel
Quando cheguei a festa a qual Giordano me convidou encontrei a ruiva de farmácia recepcionando os convidados e então entendi que era sua festa e que ela era a famosa Emma irmã de Gabriel. Assim que ele chegou e pôs seus olhos em mim meu corpo se acendeu, nossos olhares ficaram conectados por frações de segundo até a garota achar que eu estava com Giordano.
- Que apelido em Gigi - brinquei com meu chefe que fechou a cara e me empurrou mais uma taça de champagne - Não vou usar na empresa, prometo - disse gargalhando
- Nem se atreva Alba - ameaçou e riu comigo
Estava apreciando a festa apesar de não estar acostumada aqueles ambientes, a casa Assis daria uma tres da minha só pelo tamanho da sala, ela era bem decorada e aquilo me deixava eufórica querendo conhecer mais do lugar, talvez tivessem marcações nas paredes do quarto do pequeno Gabriel para acompanhar sua evolução.
Depois que a ruiva desceu do palco para agradecer a presença dos convidados uma gravação caseira começou a tocar e uma morena muito bonita preencheu a enorme tela e disse palavras fofas sobre a filha, Gabriel e seu marido e acompanhei cada reação do meu chefe com as palavras da mãe, havia dor em seus olhos e seja lá como essa mulher faleceu ela deixou um buraco enorme no filho e acho que jamais seria capaz de cicatrizar.
- E então doutor Gustavo, qual sua revelação da noite? - gritou de onde estávamos fazendo a atenção se voltar para o cantinho no bar
- Quando vai contar pra Emma o motivo da morte da mamãe? - direcionou as palavras com ódio ao pai que fez apenas um sinal para que ele o seguisse e Giordano saiu atrás me puxando.
- Ele vai sair daqui em 5 minutos Alba, você não pode deixar Gabriel sozinho - deu-me as instruções me fazendo entender o motivo de estar ali.
Passou os 5 minutos e os gritos lá dentro se alteraram e nada dele sair, fiquei de olho no celular até o furação Gabriel sair de lá e me fazer correr o seguindo em cima dos meus saltos, com certeza não teria meus pés amanhã e Giordano me devia um dia de folga por isso. Assim que toquei seu ombro ele se virou com as mãos em punho pronto para me atacar e se deteve assim que me viu, parecia indefeso, destruído e automaticamente o abracei tentando confortá-lo.
- Por que está aqui? - indagou tentando disfarçar as lágrimas
- Por que você precisa de alguém - disse e ele assentiu abrindo a porta do carro
- É melhor ir Albânia, o babaca do seu chefe não vai sair de lá tão cedo - comentou
- Não vou deixá-lo sozinho Sr. Fernandes - disse me apressando em sentar no carona e ele me fuzilou
- Gabriel - disse me fazendo arquear a sobrancelha - Me chame de Gabriel - pediu e eu assenti ficando em silêncio, ele colocou o carro em movimento e percebi que meu chefe dirigia como um lunático, não se importava com os carros à nossa frente fazendo cada vez mais ultrapassagens perigosas até entrar na garagem de um edifício.
- Senhor...digo Gabriel você veio no prédio errado - disse correndo para alcançá-lo e se ele tivesse vindo atrás de uma de suas putas o que eu faria, poderia deixá-lo certo?
- Jorge a chave - pediu ao porteiro e pressionou impaciente o botão do elevador, seguimos até a cobertura e ele abriu a porta do lugar revelando um apartamento que parecia inabitável.
Fiquei em silêncio enquanto ele parecia reviver algo naquele lugar, adentrou pelo corredor me deixando sozinha, abri a janela da sacada e contemplei a vista de São Paulo enquanto o aguardava até ouvir um soluço que me fez correr e entrar na primeira porta aberta.
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O Filho do Doutor
RomanceGabriel Fernandes cresceu odiando o mundo a sua volta, se formou em advocacia e tornou-se um homem frio e calculista deixando de lado qualquer tipo de sentimento. Albânia Pimentel recém formada em direito cai de paraquedas como assistente do Sr. Fer...