Capítulo 59

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Any

- É hoje que eles voltam, né?

- Parece que vai ter uma festa pra se despedirem do acampamento de depois vão pegar o ônibus e vir embora. - contou Dytto, jogando mais um vestido na minha direção.

- Você não acha que são muitos vestidos? - perguntei, colocando o décimo primeiro vestido na sacola. Dytto me encarou e balançou a cabeça.

- Eu já sei que o primeiro vai ficar bom em você, mas precisamos de mais opções. Aliás... - ela pegou outro e colocou dentro da sacola. - Seis são para mim e seis para você. Vamos para o provador. - ela pegou a sacola da minha mão e me arrastou até os provadores.

Separamos os seis vestidos e começamos a experimentar. Quando eu terminava saia para mostrar a Dytto como ficou, assim como ela fazia.

Para mim havia ficado um vermelho com detalhes chamativo, o outro era azul marinho com as mangas comprimidas. Um preto com partículas de brilhos, e um preto simples. Já o último que experimentei era em si o mais bonito, chegava na metade da coxa e tinha alças extremamente finas, com partículas de brilhos igual ao preto, só que mais visíveis.

Dytto resolveu ficar com o preto que tinha apenas uma manga cumprida, deixando o ombro do outro lado amostra. Ela sorriu para mim e pegou a minha mão, caminhando até o espelho grande.

- Estamos lindas. - disse ela, abraçando meu ombro. - Obrigada por estar me fazendo companhia todo esse tempo. Deveria ter virado a sua amiga antes.

- Você quem não me deixa sozinha na escola, obrigada por isso. - esbocei um sorriso. - Além do mais, essa amizade vai longe. Vamos juntas para Londres.

- Vamos, vamos sim. - ela disse animada, dando pulinhos. Uma moça que estava saindo do seu provador olhou para Dytto com a testa franzida, parecendo não entender muito bem o que acontecia. Dytto parou de pular e me encarou, dando risada.

《《《》》》

- Bem, eu acho que não ficou tão ruim. - falei, encarando o bolo que eu e Dytto havíamos acabado de fazer. Eu havia convencido ela a ficar na minha casa pelo menos até escurecer, e convenci Noah também a depois levar ela para casa porque estaria tarde.

- O que importa é o gosto. - deu de ombros, indo até a gaveta e tirando de lá uma faca de cortar bolo. A última vez que usamos essa faca faz mais ou menos três anos, quando eu fiz quinze anos Noah fez um bolo surpresa para mim.

Dytto cortou dois pedaços e colocou-os nos pratos que eu havia separado. Quando íamos experimentar, minha mãe entrou na cozinha junto com o Jorge, e um sorriso enorme tomava conta dos seus lábios.

- Amanhã vai estar fazendo dezoito anos. - minha mãe falou, parecendo emocionada. Ela levou as mãos até o peito e pressionou os lábios um no outro. - Meu bebê.

- Ah, não mãe. - resmunguei, quando ela estava prestes a chorar.

- Jorge e eu temos um presente para dar a você, mas saberá apenas amanhã avisou ela, se aproximando mais. O que você e a Dytto marcaram de fazer amanhã?

- Eu convenci ela a ir na balada, você acredita? - Dytto falou, orgulhosa. - Amanhã ela vai dançar e beber muito.

- Beber é só com vinte e um. - lembrei-a.

- Eu consegui duas identidades falsas para mostrar ao barmen. - sussurrou, mas falar baixo era algo inútil com a minha mãe bem na nossa frente.

- Eu estou ouvindo. - minha mãe disse com certa diversão. - Mas vou fingir que não escutei.

- Você é a melhor. - elogiou Dytto, enviando um beijo no ar para ela.

- Eu preciso ir para a empresa, querida. - Jorge avisou, e ele estava tão quieto que eu até havia esquecido que ele estava ali. Talvez ele só precisasse de familiarizar mais para se sentir mais confortável em entrar nas nossas conversas.

Ele e Noah naquele jogo e desde então estão bem próximos pelo o que parece.

- Vou dar tchau para o Noah. - avisou, dando um beijo na testa da minha mãe e acenando para mim e Dytto.

- Pensei que seria difícil para o Noah, mas até que não. - minha mãe falou após Jorge sair da cozinha, parecendo aliviada. - Vamos experimentar esse bolo? - perguntou, ela pegando um prato pequeno e cortando um pedaço para mesma.

Até que não estava ruim.

《《《》》》

Mais tarde, quando Dytto havia ido embora eu fui tomar um banho e deitar um pouco. Havia andado demais com ela para achar mais coisas para nos arrumarmos amanhã e confesso que estava exausta. Nem consigo imaginar como estarei amanhã depois que chegar em casa.

No silêncio do meu quarto, eu fiquei pensando se enviava uma mensagem para o Josh ou não. Mas amanhã era o meu aniversário, eu queria saber se ele iria para a balada comigo e com o pessoal, ou se pelo menos iria vir me ver.

Amanhã a galera e eu vamos numa balada para comemorar meu aniversário. Você vai querer ir? Qualquer coisa passa aqui conversarmos no começo da tarde.

Depois que enviei alguns minutos se passaram olhando para a tela do celular e desisti se ele talvez iria ver.

Bailey me ligou, e isso me acalmou pois eu com certeza não ficaria que nem maluca esperando a resposta do Josh. Pelo menos não enquanto estaria falando com Bailey.

- Você não estava dormindo, né? - perguntou preocupado.

- Está bem cedo ainda, apenas deitei porque não aguentava mais ficar andando de um lado para o outro.

- Como está se sentindo sabendo que daqui... - ele deu uma pausa. - Três horas e quatro minutos você vai estar fazendo dezoito anos?

- Estou me sentindo assustada com o que vai vir nessa vida "adulta". - respondi, ouvindo um riso dele.

- Eu fiquei assim também, mas confie em mim, não é nada demais. - disse despreocupado. - Além do mais, você deveria ficar ansiosa pelas coisas que vai conquistar.

- Não posso pensar apenas nas coisas boas. - apontei.

- Tudo bem, você me pegou agora. - falou, e naquele momento eu pude sentir que ele sorria.

- O que você está fazendo?

- Talvez, só talvez, eu esteja embrulhando o seu presente. - respondeu com diversão. - Mas eu disse talvez.

- Você vai me falar o que é? - perguntei. - Não seja um amigo ruim.

- Eu tenho dois presentes, um material e o outro não é bem um presente mas eu vou te ajudar apenas se você quiser. - contou. - E quando você quiser.

- Você poderia me falar algum dos dois. - insisti, curiosa. Mordi o lábio interior esperando a sua resposta, mas ouvi apenas uma risada gostosa vinda dele.

- Eu até poderia, mas não quero. - disse, arrancando um sorriso do meu rosto. - Eu, na verdade, nem sei se você vai gostar. Mas estou torcendo que sim.

- Não importa o que seja, eu vou gostar.

- E se for um sapo? - perguntou.

- Você não me daria um sapo.

- Como você pode ter certeza? - questionou. Balancei a cabeça, sorrindo.

- Porque não teria sentido você me dar um sapo. - franzi a testa. - Um coelho seria melhor.

- Mas e se fosse um cachorro?

- É um cachorro? - quis saber em animação. Fiquei tão animada que me sentei na cama.

- Não vou responder!

- Você não deveria ter falado sobre meu presente então. - reclamei. - Isso não se faz.

- Tudo bem, sinto muito. - lamentou. - Mas não adianta fazer isso, eu não vou dizer.

Conversamos por mais ou menos trinta minutos. E a voz do Bailey tão calma pelo telefone que eu comecei a ficar com sono, mas estava muito cedo. Eu tentei brigar com o sono até aonde eu consegui, mas não demorou tanto assim.

5 Pedidos | Adaptação BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora