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– Eu estive falando com a assistente social lá do trabalho.. tem muitos casais que querem adotar um bebê. Eu posso fazer alguém.. feliz, sabe? – Josh diz para Krystian enquanto gesticula com as mãos.
 
Uma semana havia se passado desde da descoberta que mudou toda a sua rotina, enjoos matinais e dores de cabeça agora eram normais no dia-dia de Beauchamp.
 
– Algo me diz que você deveria ir falar com Urrea sobre isso, Josh. Não é nada pessoal, só acho que ele tem o direito de saber sobre isso. Talvez até arranje uma solução..
 
Os dois estavam sentados sobre o sofá da casa de Wang, enquanto Josh devorava um sanduíche de queijo que Krystian havia feito.
 
– Claro que não vou contar. Ele vai dizer que estou dando um golpe pra conseguir dinheiro, ele é bilionário, uma coisa dessas deve ser normal para ele. – O cacheado estende a mão até a mesa de centro para pegar um controle de videogame.
 
– O meu quase-namorado é amigo dele, sabia? Eu poderia-

– Fique de boca fechada, Krystian! Você não contou pra ele, não e? – Josh praticamente grita e faz com que Krystian revire os olhos.
 
– Não contei, mas deveria. Só estou dizendo, que talvez seja mais fácil., – O chinês observa um pouco o cacheado. – Sua barriga já está crescendo.
 
Josh passa a mão pela protuberância que já havia ali, que pelas suas contas, já estava com quase três meses. Beauchamp evitava tocar aquele lugar, mas muitas vezes se sentiu tentado á acariciar o local.
 
– E, eu sei. Taylor está me deixando louco, eu ainda não sei o que vou fazer mas... vou conversar com ela sobre adoção, tem muita família por aí que daria muito amor para uma criança. E, eu só preciso assinar alguns papéis, não é nada demais.
 
Beauchamp suspira, ele sabia que era alguma coisa. Ele dá mais uma mordida no sanduíche e ouve Krystian murmurar algo sobre o jogo que estavam tentando passar de nível.
 
– Acha que eu devo marcar uma consulta? Você sabe.. ahn. Ultrassom, essas coisas – Josh diz baixo, nunca se imaginou falando uma coisa dessas tão cedo.
 
– Bom... se você quer seguir em frente e assinar aqueles papéis. Então sim.
 
Wang dá de ombros, algo Ihe dizia que tudo iria ficar bem. Um toque de campainha ecoa pela casa.
 
– Eu abro. – Krystian se levanta indo em direção á porta e Josh observa o relógio, tem uma aula para dar em 30 minutos.
 
Beauchamp ouve uma voz à mais, olha atento e observa Krystian e Samuel vindo em sua direção e sorrindo um para o outro. Josh sabia que os dois estavam quase namorando, mas nenhum dos dois havia feito o pedido.
 
– Oi, Josh. Como vai – Samuel o olha sorrindo alegre, Victoria era uma ótima pessoa e Beauchamp sabia disso.
 
– Bem. Como está Judy? – Judy é a irmã de 3 anos de Samuel, Victoria o mostrou uma foto dela da última vez que se viram.
 
– Muito danada, essa semana eu a peguei tentando colocar o nosso cachorrinho dentro da mochila da escola.
 
Josh soltou uma gargalhada, adorava crianças, onde trabalha tem uma ala infantil e ele costuma sempre levar chocolates escondidos para os baixinhos que tinham lá.
 
– Krystian, estou indo. Amanhã eu te digo sobre.. sobre aquele negócio.
 
Josh levantou do sofá meio sem graça.
 
– Você não precisa ir só porquê Samuel chegou, Josh. Não somos ninfomaníacos.
 
– Eu sei, mas preciso resolver logo a situação.. Bye, bye.
 
Com isso, Beauchamp saiu da casa de Krystian. E ao chegar em casa, recebeu uma notificação do seu aluno, dizendo que não poderia ir à aula hoje. Como Josh só tinha mais uma aula para mais tarde, resolveu conversar com Taylor.
 
Beauchamp encostou-se na porta da pequena cozinha. Olhando Tay fazer algo para o almoço dos dois, Josh se lembrou de quando ainda moravam com seus pais.
 
Josh e Taylor sempre tiveram problemas familiares, o pai deles era um alcoólatra incontrolável, e como consequência disso, a mãe era viciada em remédios antidepressivos. Não tiveram uma infância muito boa, por isso quando Kyle tinha 16 e Taylor 20, eles saíram de casa para morar sozinhos e cortaram o contato com a família.
 
– Aconteceu alguma coisa? – Tay pergunta cuidadosamente, ao ver Josh olhando para o nada por longos minutos.
 
– Sim, preciso falar uma coisa com você. Eu...sei que não temos condições de criar uma criança, mas eu também sei que existem famílias que tem e que também irão dar amor. Eu estava pensando, em ir até aquela agência de adoção e encontrar uma família que esteja tentando ter um bebê e você sabe.. dar, ahn a criança.
 
Josh sentiu o peso daquelas palavras assim que deixaram sua boca, acha que a gravidez esteja o deixando sensível demais.
 
– Se é isso que quer.. tudo bem. – Taylor sorriu, sentiu-se aliviada pela boa decisão do irmão.
 
– É, sim. É o que quero... – Josh engoliu seco e saiu do cômodo, indo para o seu quarto preparar a aula de seu segundo aluno do dia.
 
(2 dias depois)
 
– Você vai entrar comigo, né? – Josh sentia os músculos tensos, estava na sala de espera do hospital, esperando a moça de cabelos ruivos chamar o seu nome para entrar na sala e fazer uma ultrassom.
 
– Você quer que eu entre? Não fica nervoso, não é nada demais, Josh. – Krystian, que havia acompanhado Josh até ali tentava tranquilizar o amigo, mas sem sucesso.
 
– E se não tiver bebê nenhum e o teste estava errado? – Josh pergunta esperançoso.
 
– Josh, sua barriga está crescendo. Ou é um bebê ou um alienígena que se instalou no seu corpo.
 
Josh revira os olhos com o comentário sem graça, seu coração palpitou ainda mais ao ver o cara que tinha entrado antes dele, sair com o marido, ambos muito felizes por sinal.
 
– Josh Beauchamp. – A médica ruiva o chama, ele levanta, as pernas tremendo.
 
– Calma, vai dar tudo certo.
 
Algumas horas antes, Josh havia ido na agência de adoção.
 
Havia dito sobre a sua situação e a assistente social disse que o ligaria nos próximos dias assim que encontrasse uma família decente, mas que Josh poderia mudar de idéia antes de assinar os papéis.
 
– Deite-se, Josh. – A ruiva aponta para a maca branca que tinha ali, enquanto Wang sentou-se na cadeira de acompanhante.
 
– É gelado. – Beauchamp murmura, fazendo uma careta ao sentir aquele gel naquela área sensível.
 
– Esse deve ser seu namorado. – A mulher diz olhando para Krystian e sorrindo.
 
– Não. E meu melhor amigo, – Josh diz franzindo o cenho.
 
– Oh. Okay, vamos ver como está o feto. – A mulher responde sem graça e Beauchamp fecha os olhos se forçando á relaxar. – Sabe com quanto tempo está, Beauchamp?
 
– 2 meses e 3 semanas – Responde convicto.
 
– Certo. Olhe só, aqui é a cabeça, a coluna vertical e os membros do corpo já estão quase todos completos.
 
– Como consegue enxergar alguma coisa aí? Pra mim tudo é só um borrão. – Wang diz rindo, o que faz Beauchamp dar um pequeno sorriso.
 
– Pelo visto está tudo bem, ainda não dá para ver o sexo do bebê. Mas logo você vai saber...
 
A médica mexe em alguns botões daquela máquina que Josh não fazia idéia do nome, e um barulho rápido, como se fosse várias batidas ao mesmo tempo, ecoa pela sala e faz com que Josh abra os olhos.
 
– Isso é. – Começa Krystian.
 
– Os batimentos cardíacos do feto...rápido, não é? Mas é normal, – A moça sorri simpática.
 
Beauchamp sente uma sensação estranha tomar seu peito. Uma sensação calorosa e afetiva.
 
A consulta termina e Josh sai da sala com os papéis do exame. Krystian estranha o silêncio do amigo durante todo o trajeto para casa.
 
– Obrigada, Krystian. Você é um ótimo amigo, espero um dia poder retribuir Josh diz, assim que sai do carro de Wang.
 
Diferente de Josh, Krystian tem uma condição financeira melhor.
 
– Sabe que estou aqui quando precisar, – Wang devolve o sorriso.
 
Os dois se despedem, e Josh entra em casa, disse ao seu patrão que faltaria o trabalho naquele dia por motivos de doença, pois seu chefe era muito rígido. Então ele aproveita o tempo livre e lava algumas roupas enquanto ouve sua banda favorita.
 
Depois disso, tomou um banho o mais relaxante possível. Deitou-se na sua cama depois de atacar a geladeira, e novamente pensou naqueles olhos que não deixavam seus pensamentos em paz.

 
[Flashback On]
 
– Então você sempre acompanha caras estranhos em uma festa? Hm. – Noah diz sorrindo. Urrea abriu uma garrafa de vinho antes de irem direto ao que queriam, era a primeira vez que sentia vontade de conversar com alguém que era só mais uma transa.
 
Você não me deixou escolhas... – Josh diz rindo, fixando seu olhar nos botões abertos da camisa social de Urrea.
 
Beauchamp desce o olhar e observa a marca da pré-ereção de Noah, o que não passa despercebido pelo mais velho, que se aproxima segurando em sua cintura com uma mão e com a outra segura seu rosto. E enfim, juntando as duas bocas em um beijo quente.
 
Que os leva até a cama grande daquele apartamento, que deixa marcas de mordidas e chupões no corpo de ambos no dia seguinte.
 
[Flashback off]

 
Josh se lembra perfeitamente do gosto do beijo dele, do cheiro e de tudo. Confessa que ficou um pouco decepcionado, pois no final de tudo, Noah disse que ele não o procurasse, que tinha sido apenas uma foda, e chamou um táxi para o cacheado.
 
Beauchamp sabia no que tinha se metido assim que viu as tatuagens dos braços fortes de Urrea, assim que ele segurou em sua cintura e o pediu para ele cavalgar com mais força. Se ele pudesse voltar no tempo, não teria aceitado nunca o convite atrativo.
 




Desculpa qualquer erro.

Little Alice || N.B (m!preg josh)Onde histórias criam vida. Descubra agora