De volta a sala

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No corredor do Neurodesenvolvimento o silêncio se expandia, somente os passos de Tweek e Craig podiam ser ouvidos, junto com algumas outras enfermeiras que passavam despercebidas

Craig olha para os lados, percebendo que seu acompanhante que estava a sua esquerda havia começado a se sentir ansioso novamente, as tremedeiras que já eram constantes estavam mais intensificadas.

- Chegamos Tweek, o quarto 209 - o moreno deu um giro na maçaneta abrindo a porta, abrindo para que o loiro pudesse adentrar o lugar.

Sem dizer nada, o garoto entrou na sala, se sentando em sua cama, logo olhando para o doutor, seus olhos que agora estavam cheios de lágrimas como se estivesse prestes a desabar em um vazio obscuro.

- D-Doutor - O garoto chutou as próprias palavras em possíveis soluços - A-agente pode ficar mais tempo j-juntos?

O moreno logo entendeu a situação, adentrando o lugar e fechando a porta, se aproximou do paciente, quando chegou em sua frente, estendeu os braços, logo o loiro se levantou e deu um forte abraço no maior, como se estivesse pulado no colo do mesmo, o choro que antes era inaudível ecoava na sala, os dois se abaixaram até seus joelhos encostarem no chão, ainda sem se separar do abraço.

Os dois sabiam que se alguém entrasse naquele local entenderia de forma errada de todos os sentidos, pelo abraço, pelo choro, por tudo; mas os dois não se importavam, principalmente o Craig, que sabia que seu paciente precisava mais do que tudo de apoio mesmo que seja de um estranho, seus pais tinham acabado de lhe abandonar em um momento tão crítico de sua vida, ele estava em desespero.

Craig fecha os olhos e aperta com força o garoto, até que suas tremedeiras ficassem de forma mais tranquila, já que poderíamos dizer que ver Tweek sem tremer ou vibrar é algo quase impossível.

- Eu vou estar aqui, vou fazer meu máximo pra atender os seus pedidos; mas ... - Craig dá uma longa suspirada, separando o abraço e encarando de frente o loiro - preciso que de vez em quando retribua o favor.

- N-não consigo! - Tweek chutava as palavras em meio soluços- Só o fato de imaginar aquelas agulhas entrando no meu corpo me dá calafrios...

- Algo ... Lhe trás lembranças ao ver ou sentir as agulhas? - Craig deveria saber que aquela era uma pergunta arriscada, mas ainda sim queria aproveitar a oportunidade.

Tweek se calou por alguns minutos, apenas tremendo, uma piscada de canto, mais tremedeiras, desviando o contato visual, outra piscada de canto.

- Tweek - O moreno tentou deixar suas intenções o mais breve possíveis - Estou aqui pra ouvir tudo o que você tem a dizer, apenas preciso que você diga.

- O ... Gosto do café é diferente - Tweek formula uma frase, que aparentemente nem tem sentido com o contexto anterior.

- Que café? - Craig tenta adivinhar o que o loiro gostaria de dizer- O do hospital? Ou o do seus pais?

- M-meu pais s-são donos de uma cafeteria - Tweek começa a esfregar seus braços- O gosto do café dos clientes e do m-meu é diferente.

- De que forma? É mais doce? É mais forte? Você sente tontura? Desconforto? Vê coisas? - O moreno não parava de fazer perguntas, começando a ficar nervoso

Tweek se encolhe com o quantidade de perguntas expostas sobre ele, tentava dizer algo mas nenhum som era transmitido de seus lábios nem garganta.

- D-desculpe -O loiro abaixava a cabeça- não posso c-contar tudo, mas eu meio que ficava t-tonto e perdia noção do q-que estava fazendo.

Tweek se encolhe e logo estava em posição fetal no chão, Craig demorou até receber que seu paciente estava no chão prestes a ter um possível surto. O moreno logo cutucou o ombro do loiro, sinalizando que iria embora, mas primeiro ajudando o garoto a se levantar.

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⏰ Última atualização: Sep 16 ⏰

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