Droga, mil vezes droga.

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POV Rafaella

                     
22 de Junho de 2022

                     

Fixei meu olhar ao dela depois que a mesma retirou a máscara de seu rosto. Sua respiração falhava enquanto aguardava qualquer tipo de reação da minha parte.                    
                     

Tinha que ser...
                   
                     

Meu coração queimava em meu peito ao mirar aquele rosto que tanto admirei. Eu sabia que aquela voz era familiar. Aquele cheiro de algodão doce era mais que conhecido. Ela umedeceu os lábios com a ponta da língua e engoliu seco.                   
                     

Mas é claro que ela estaria por aqui, é seu habitat natural. É daqui que ela retira o dinheiro, é aqui que ela satisfaz a vontade de sexo. Por isso, não sente vontade de ir atrás do que perdeu.
                     
                     

- Vadia! — Esbravejei. Cuspi a única coisa que eu conseguia pensar diante de seus olhos cor de chocolate. Levantei em um solavanco e a soltei do meu colo, fazendo-a cair no chão.                   
                     

Saí daquela sala as pressas, deixando-a naquele estado enquanto eu corria o máximo que podia. Me arrastei até a parte de fora do corredor e mirei uma porta cinza no fim. Eu estava vendo tudo girar, fazendo-me sentir náuseas.
                     
                     

Sabe quando seu coração bate tanto ao ponto de você não sentí-lo?! Pois bem, o meu está assim. Por ela. Por mim. Por tudo o que acabou de acontecer. Eu não estava assim por conta do nervosismo ou  saudades. Eu sentia raiva. Nojo de vê-la cometer o mesmo erro. Jennyfer estava se prostituindo novamente. Claro que era o que ela tanto queria de volta. Tenho certeza que não via a hora de eu descobrir tudo e deixá-la de vez. (n/a: cê tá sendo tão injusta, Rafaella)
                     
                     

Céus! Como eu pude me apaixonar por essa vadia?                    
                     

- Rafaella! — Virei o rosto ao ouvir sua voz no fundo do corredor. Me arrastei pela parede até uma saída para o estacionamento. Sem pestanejar, parei na frente do meu carro, o desbloqueei com o alarme e entrei as pressas ao vê-la se aproximar.
                     
                     

Eu iria pra qualquer lugar longe daqui. Depois Manu e Mariana me ligariam para buscá-las com Briannah. Eu só... Não quero mais ficar aqui.
                   
                     

Jennyfer ainda conseguiu bater no capô do carro, mas eu saí em disparada cantando pneu. Olhei para o retrovisor de cima, deixando a imagem da morena semi nua para trás.                   
                     

Foda-se os sentimentos dela. Foda-se se daqui a alguns minutos ela se mataria de chorar. Ela não se importa com ninguém, então ninguém tem que se importar com ela. Ninguém. Nem eu.
                   
                     

Balancei a cabeça na intenção de retirar qualquer possibilidade de arrependimento. Eu não iria voltar para tentar conversar com ela.                 
                     

Nem parei nos sinais vermelhos, passei direto. Primeiro por estar de madrugada e segundo porque estava com pressa. Eu queria ir para algum lugar me refugiar. Tentar retirar quaisquer pensamentos que me rondassem sobre ela.
                     
                     

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