prólogo

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Alyssa Trisham

Algumas pessoas não sabem apontar um certo momento da vida em que se apaixonam por algo ou alguém.

eu sei.

Me lembro do dia fatídico de  9 de julho de 2008, meu aniversário de 9 anos, nunca gostei de celebrar meu aniversário pelo simples fato de que 7 bilhões de pessoas fizeram o mesmo, nasceram, sou apenas uma em bilhões, e não gosto nem um pouco de ter a atenção voltada a mim.

Mas esse ano foi diferente, sempre  convenci meus pais de que uma festa de aniversário seria bobagem já que não tinha muitos amigos e nossa família não morava perto de nós, então sempre acabamos indo a um restaurante coisas do tipo.

Mas esse ano mamãe insistiu para que fizéssemos uma festa, já que para ela eu já estava me tornando uma "mocinha" e me arrependeria depois.

É claro que neguei, mas ela insistiu tanto que acabei cedendo, e como o esperado ninguém foi.

De uma certa forma, acabei ficando meio chateada, mesmo sabendo que ninguém iria.

Mas me lembro de naquela tarde mamãe me encontrar jogando pedrinhas no lago atrás da nossa casa no Kansas, ela se abaixou com uma caixa nas mãos e disse que sentia muito, sabia que aquela festa tinha sido contra a minha vontade e acabou me chateando.

Quando ela me entregou a caixa, seriamente achei que seria algo bobo como uma boneca, mas para a minha surpresa era uma câmera polaroid.

Mamãe me disse que essa câmera havia sido dela quando adolescente e que era doida por fotos, minha mãe não era nenhuma velhota, então a câmera estava em uma ótima qualidade.

Estava meio confusa em como eu iria usar aquela coisa, já que nunca havia tido contato com algo do tipo, por falta de interesse ou talvez eu estivesse ocupada demais tomando conta de meu coelho, senhor carrots.

Então ela segurou em meus braços e guiou a lente da câmera em frente ao meu rosto.

Me pediu para mirar em um pardal que estava sentado em um galho de árvore e assim eu fiz.

Enquanto esperava a foto ser revelada meu irmão mais novo o assustou enquanto corria atrás de um esquilo, e então o pássaro voou para além da minha visão.

Mamãe olhou em meus olhos e disse : ㅡ veja, meu bem, você sabe me dizer que cor era aquele pardal?

Fiquei quieta por um instante tentando me lembrar a cor do pequenino, mas balancei a cabeça pois não me lembrava.

ㅡ olhe a foto docinho. ㅡ ao olhar para a fotografia, vi o pequeno pássaro, ele era marrom, com manchas verdes e azuis. ㅡ você não soube me dizer como era o pássaro pois ele vôou, para bem longe, mas aqui, nesta foto, ele ainda está aqui, ainda está com você, o pássaro já se foi, mas sua lembrança dele está registrada aqui, você vai lembrar dele sempre que olhar para essa foto.

Naquele momento olhei de relance para a árvore e para a fotografia, abri um sorriso de orelha a orelha e perguntei para mamãe se eu poderia ficar com a câmera, pois queria registrar mais momentos.

Ela riu de relance e disse que aquela câmera era minha.

Naquela tarde gastei todo o cartucho da câmera, registrando momentos, tirei fotos da minha vizinha senhora Darcy, de senhor carrots, de tudo.

Fiz um mural em meu quarto com todas as fotos que tinha tirado naquele dia e alguns pedaços de barbante.

E dormi feliz, pois sabia que amanhã poderia registrar mais momentos como aqueles.

Desde então, passei a não odiar meu aniversário tanto assim.

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oii pessoas, faz um tempão que não atualizo nada aqui, então aqui vai um presentinho para vocês, espero que gostem :)

Caminhos TraçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora