A muito tempo atrás quando o mundo mágico ainda podia ter contato com o mundo dos humanos, existiu um amor na qual era tão puro e genuíno que nem mesmo a maldade do mundo conseguiu destruir: O amor de uma mãe e um filho. Naquela época, humanos e seres mágicos conseguiam manter amizade, respeito e empatia, disso tudo acabava surgindo paixões, relações que muitas vezes eram proibidas pois isso poderia ultrapassar a linha genética dos seres e se tornar algo grande e incapaz de ser parado.
Dessas paixões intensas uma em especial era considerada tão bela quanto o pôr do sol, um casal que foi até o mais profundo amor, atingindo o ápice da intimidade. Naquela noite de lua cheia dois corpos se amavam, ela era apenas uma humana e ele meio demônio que vez ou outra aparecia pelas redondezas do Japão e desde que a conheceu passou a vir com mais frequência. Aquela junção de corpos era muito mais que apenas saciar seus desejos sexuais, mas também era a união de duas almas que anseiam por tal toque. Para Vir, aquilo havia sido algo atemporal era como visitar o passado e o presente, como descer até o inferno e retornar a terra mas, eles não imaginavam que diante a Lua bela eles iriam ser abençoados com um filho no ventre da sua amada. Dias após a noite de amor, ela havia percebido que algo não estava como antes, seu corpo estava passando por pequenas mudanças e uma ida até uma velha feiticeira mostrou que ela carregava dentro de si um bebe. - Para o bem ou para o mal, ele é o seu filho.- Foram as palavras da senhora para Vir, aquilo resultou em seu amado indo embora e ela tendo que sumir para onde sua família não a encontrasse pois ela vivia em um lar abusivo e seu lindo rosto sempre vivia marcado.
Ela fugiu para o mais alto da montanha Natagumo, vivendo em uma pequena casa até o nascimento da criança que por sinal ela teve que fazer sozinha. Vir, cuidava do seu filho mesmo meio desleixada, ele era tudo o que ela tinha, mesmo que a sombra do passado a atormentasse isso não era importante, para o bem ou para o mal, Satyr era seu filho e o ver crescer era sem dúvidas a coisa mais linda do mundo, cada passo, cada coisa nova na qual ele aprendeu, suas primeiras palavras, para ela era como sentir o seu coração transbordar com o verdadeiro significado do amor. Enquanto Vir era a calmaria precedendo a tempestade, Satyr era agitado, não parava e às vezes agia como um animal da montanha. Eles viviam em paz, longe dos olhos de todos mas, não sabiam ainda a gravidade desse risco sabe alguns dizem que a paz é algo completamente relativo e que para uma guerra se iniciar bastava apenas uma centelha e essa centelha foi o boato que percorreu pela cidade sobre a fera da montanha, o filho do mal, porém aquela criança estava completamente longe de ser o mal do mundo, ele era luz, ele era a luz que Vir precisava para viver. O boato fez os seres mágicos ficarem assustados e os humanos incomodados, eles queriam matá-los, na cabeça dos seres humanos isso era um pecado, estava tudo bem terem empatia pela magia mas, uma criança com um ser mágico? Isso estava fora de cogitação. Eles marcharam rumo à montanha, iriam destruir a casa e matar tanto a mãe quanto a criança, enquanto tudo isso acontecia, Vir nem ao menos imaginava da guerra que se iniciava se não fosse pelas fadas vermelhas que voaram até a jovem para avisar o que estava acontecendo ela não iria conseguir fugir.
Era hora da fuga, a noite havia caído e ela precisava correr o mais rápido possível, ela corria de forma desesperada segurando a mão da criança, ele não entendia, tinha apenas dez anos, ela não fazia ideia para onde iria ela queria se salvar e salvar o seu filho enquanto isso, os seres mágicos juntavam forças para ajudar a garota a sobreviver, lutavam e davam suas vidas para que aquele amor continuasse vivo. A jovem correu o mais rápido que podia mas, um penhasco decretava o seu fim enquanto ela abraçava seu filho, a multidão que conseguiu passar em meio a luta se aproximava. - Para o bem ou para o mal você é o meu filho.- Sussurrou, as lágrimas eram impossíveis de ser contidas - Me desculpa por ter sido assim. - Ele estava assustado com tudo aquilo o que tornava ainda mais desesperador. Era como percorrer por uma estrada tortuosa, e ela percorreu, uma mãe em prantos, com o coração apertado e pedindo a ajuda a todos os deuses e seres para que aquele inferno acabasse enquanto ela buscava ajuda divina uma flecha foi disparada acertando em cheio o peitoral dela, seu filho não a soltou por nada e a queda de ambos foi inevitável o que ninguém esperava era que naquele momento a magia e o destino se encarregaram de traçar um novo caminho para um amor que precisava durar, a morte de Vir era certa mas, ela tinha fé. Enquanto ela caia junto do seu filho, uma mão quase que invisível em um tom fraco de verde segurou ambos como se fosse uma proteção mágica os envolvendo. O céu foi tomado por uma aurora boreal tão linda e única que ninguém nunca tinha visto antes, aquilo deixou todos paralisados diante de tamanha beleza, uma estrada foi se formando até a lua enquanto uma voz rouca ecoou por todo o ambiente.
- Noite e dia são só duas metades num mesmo círculo. -
Vir e Satyr foram colocados ali, ela estava fraca e mal conseguia falar ou entender o que estava se passando ao seu redor, no entanto seu filho olhou para trás vendo toda aquela injustiça e em seguida para frente vendo uma chance de viver, ele a segurou e caminhou com ela por aquela estrada se aproximando cada vez mais da lua e logo seus corpos levitarem de forma única aquela aurora boreal seguiu em direção a eles de baixo para cima os envolvendo em um laço único de luz fazendo a silhueta humana desaparecer e se tornar a constelação mais bela e única de todo o céu.
Esse acontecimento era algo que já haviam ouvido falar entre o mundo da magia mas, nunca visto por ninguém, era uma lenda antiga sobre a lua e sol, uma união que trazia o caminho da liberdade no pico do dragão, por sorte ou destino aqueles dois estavam no lugar certo e a liberdade veio da forma mais benevolente possível, aquela noite havia acabado com a divisão de mundos os humanos não podiam mais ter acesso ao mundo mágico que agora estava intitulado de Savir e o mundo mágico não poderia interferir no mundo dos humanos. Vir e o seu filho estavam longe de serem apenas uma constelação mas sim, a origem de um novo mundo onde o amor e a liberdade era a prioridade, a reciprocidade e a empatia era essencial, eles eram o bem e a união do verdadeiro amor.
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SAVIR - Reino encantado.
FantasiUm amor incapaz de ser destruído onde uma mãe e um filho lutam por suas vidas para que possam sobreviver a maldade humana. Da união desse amor, surgiu um mundo encantado e magico onde o respeito e a empatia se tornaram uma obrigação entre os seres q...