𝚊𝚝𝚘 𝙸𝙸𝙸 - 𝚟𝚎𝚛𝚍𝚊𝚍𝚎𝚜

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 ➥ "⎯ Onde estamos indo?" ⎯ você pergunta ao notar o caminho diferente da sua casa.

"⎯ Estou indo me deixar em casa, oras." ⎯ dizia como se fosse óbvio.

O clima entre vocês não estava dos melhores dês do quase beijo de vocês. Sabia que era bobagem, paranóia ou talvez sua mente tentava te convencer disso, mas você não conseguia parar de pensar que Eddie não queria aquilo, por isso havia se afastado.

"Você é mesmo uma tonta" - sua mente dizia, em lamúrias medonhas - "Achou mesmo que ele iria querer beijar você?"

Estava se sentindo culpada, achava que tinha forçado a barra e por isso aquele clima péssimo pairava entre vocês. Nunca, em todos esses anos, vocês haviam ficado mais de dez minutos sem falar absolutamente nada. E agora já faziam mais de meia hora em completo silêncio. Isso estava te deixando ansiosa.

Temia que isso tivesse assustado Eddie, que tenha posto a amizade de vocês numa linha tênue entre a maldita friendzone e o fim definitivo dela. E não queria isso, nenhum dos dois.

Eddie, por sua vez, se culpava por ter se afastado do jeito que fizera.

"Covarde!"

Ele queria aquilo, queria sentir seus lábios nos dele, queria provar seu maldito gloss de cereja que havia reparado na primeira vez que batera os olhos em você, quando fora buscá-lo. E, céus, precisava sentir sua língua quente na dele, porque era aquilo que o faria se sentir verdadeiramente vivo, que o daria ânimo, vida, energia. Você era o que mantinha ele nos eixos. E ele se afastara, como um maldito covarde.

Não poque não queria, isso jamais, mas ele estava nervoso e assustado.

"E se ela não gostar? E se eu não souber a beijar da maneira que ela gosta de ser beijada? E se eu não corresponder as suas expectativas? E se, e se, e se..."

Isso estava o matando, e ver você com aquele seu rostinho triste estava rasgando seu coração em mil pedacinhos. Precisava se redimir, e principalmente, mostrar que estava a sua mercê, que faria tudo e mais um pouco apenas para poder arrancar um sorriso dos seus lábios bonitos. Céus, como ele a amava!

Foi pensando nisso que, ao chegar em seu trailer, Eddie saiu apressado e foi até a sua porta, abrindo-a.

Assim que saiu do carro, você estava preparada para ir até o lugar do motorista e voltar para sua casa, se afogar em sorvete de morango e sofrer até a manhã seguinte, quando fosse para a escola. Mas Eddie fora mais rápido ao agarrar seu braço e puxá-la para perto dele.

"⎯ Não vai me levar até a porta?" ⎯ ergueu uma das sobrancelhas, tentava a todo custo arrancar, por mais pequeno que fosse, um sorriso seu. "⎯ Isso não é nada cavalheiro da sua parte."

Você apenas revirou os olhos e caminhou até a porta de entrada da casa dele, deixando-o para trás. Se abaixou o pegou a chave reserva que ficava debaixo do capacho, abriu a porta e apontou para dentro.

"⎯ Está entregue, milady." ⎯ seu tom era carregado com um sarcasmo ácido, e Eddie podia jurar ter visto seus olhos brilharem com algumas lágrimas debaixo deles.

Suspirando fundo, Eddie caminhou até você e tocou sua cintura, exitante. Sabia que, quando você estava brava ou chateada com algo, costumava se isolar de todos. Também sabia que, quando isso acontecia, ele era a única pessoa que conseguia se aproximar de você. Mas, agora, era com ele que você estava chateada, então...

Eddie estava receoso que você o afastasse por pensar coisas que não eram verdade, como que ele não queria a beijar. Deus, isso soava tão estúpido, era quase como negar querer viver. Ele precisava fazer algo. Estava doendo nele.

Meet You at Seven | Eddie Munson Onde histórias criam vida. Descubra agora