As vozes, primeiro um, depois os outros. Minha cabeça se tornou um lugar caótico. Me perguntava se estava ficando louco. Primeiramente eram meus inimigos,ou eu achava que eram, me diziam para fugir, para gritar com ela ou contar a ele. Eu achava um absurdo, mas aí tudo piorou. Eu não sei o que houve, tudo apagou por um momento e acordei sentindo a dor.
Uma dor grande demais para uma criança sentir sozinha.
Mas eles deixaram de ser inimigos para meus únicos amigos. Uma criança rejeitada e maltratada. Esse era eu.
Encarei a figura no espelho, toquei as pequenas cicatrizes ainda existentes no abdômen, já não doíam mais.
— Sem surtar dessa vez. — Avisei.
Liguei para um dos irmãos Ortiz.
— Preciso do endereço para chegar até aí.
— Não achei que viria.
— O endereço Ortiz.
— Por mensagem grosso.
Dirigi até o local, de fora vi que não estava cheio. Melhor assim. Estacionei o carro e sai do mesmo arrumando o terno.
Entrei no restaurante procurando os irmãos com os olhos. Mas eles acharam uma outra pessoa. Uma mulher. Seu olhar cruza com o meu me encarando por alguns segundos mas o quebra rápido. Pude ver um leve sorriso em seus lábios.
Achei quem eu procurava seguindo meu caminho.
— E não é que ele veio.
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Roses and their thorns
Romance- Não acha estranho? As trocas, ou eles existirem? - Que? Claro que não. - Me deixe te perguntar algo. Algum dia, vai nos amar? Com cicatrizes, traumas e personalidades. Ainda é possível receber o amor de alguém? Obra de total autoria minha. PLÁGIO...