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Hugo

Então porque estamos aqui? — deixo meu paletó na cadeira e me sento a frente deles.

— Te tirar de casa era o nosso objetivo — Jason me responde.

Os olho não acreditando. A linguagem corporal deles ficou fácil de ler depois de anos.

— Porque estamos aqui? — Repito seriamente.

Vejo Jaden revirar os olhos.

— Não queríamos tratar disto aqui Hugo, só queríamos tirar você de casa mas se insiste — ele olha para o irmão.

— Tem uma grana sendo desviada das contas.

— Quem?

— Não sabemos quem, mas percebemos a movimentação estranha e estamos seguindo os rastros que o idiota deixou.

Me controlo para não bater na mesa. Me afastei por alguns dias e algo assim acontece.

— Quero o idiota na minha frente em uma semana.

— Acharemos. Agora tire a pose de chefe e traga nosso amigo.

— O que houve esses últimos dias? — Jason pergunta se referindo ao tempo que sumi.

— Os remédios me deixaram meio desligado.

Abro os olhos meio zonzo. As luzes no teto não me permitem analisar o local de primeira mas escuto vozes.

— Na análise do sistema dele encontramos vestígios de algum remédios — Reconheço a voz do Doutor Laurence — São os que ele toma normalmente mas vi um em específico que não está incluso.

Tomo meus sentidos de volta a partir disto. Estou no hospital provavelmente e me recordo de ter caído no chão a caminho do banheiro no restaurante, e do rosto da mulher antes de perder os sentidos.

Me movo na cama e vejo meu médico Laurence e os gêmeos.

— Como assim um em específico que não está incluso? — pergunto de imediato.

No horário exato tomei meus remédios de sempre e uma hora depois saí para encontrar os gêmeos.

— Hugo olá — ele se aproxima da cama — tem, tinha na verdade já foi retirada um tipo de droga no seu sistema, preciso saber se tinha conhecimento disto?

— Claro que não Laurence! Isso nem é minimamente possível. Tomei meus remédios de sempre nenhum outro.

— Certo mas isso não anula o fato de que tinha uma droga no seu organismo Hugo.

Não entendo. Eu não uso drogas. Olho os gêmeos que tem a mesma expressão que a minha, confusos.

— Vamos nos concentrar em descansar, você tem um corte na cabeça devido a queda, nada grave, amanhã poderá ir para casa — Assinto mesmo estando a ponto de ter um surto.

Drogas.

— Foram vocês que me acharam no corredor? Me lembro do rosto de uma mulher antes de apagar.

Eles se entreolham.

— Foi essa mulher que chamou uma ambulância, você tava tonto quando levantou e eu fui atrás, te achei no chão com uma mulher perto. Ela ajudou — Jason explica.

— Mmm, e vocês vieram comigo?

— No carro atrás da ambulância, ela insistiu em vir te acompanhando, estava preocupada.

Penso um pouco.

— Tem alguma chance dessa mulher ter injetado a droga em mim antes de vocês me acharem com ela?

Sei que é quase impossível mas minha mente quer achar uma resposta do porque uma droga estava no meu organismo sem meu conhecimento o mais rápido.

— Nenhum pouco Hugo, você estava sonolento desde que chegou ao restaurante e saiu para o banheiro meio zonzo — O mais novo fala.

Inclino a cabeça no travesseiro suspirando.

— Ela ainda está aqui.

— Acho que ela não nos achou confiáveis até o doutor Laurence vir falar conosco sobre você.

— Justificável — Murmuro.

Tanta preocupação com um completo desconhecido.

Olho para a porta cinza ao ser aberta. Reconheço o rosto de quem entra.

Ela fecha a porta e se vira em minha direção. Acena para os gêmeos.

— Ele está bem? — Pergunta a eles.

Mais linda do que eu lembrava.

— Pode perguntar diretamente a mim.

— Certo — Cruza os braços — Você está bem?

— Estou — Minto e ela parece não perceber.

Vejo os gêmeos saindo do quarto em silêncio por trás dela.

— Seu nome é?

— Alia — Ainda de braços cruzados ela me encara inclinando um pouco a cabeça.

— Não tem sobrenome? — É algo importante.

— Alia Iglesias — Responde semicerrando os olhos. — O seu é?

— Me acompanhou até aqui e não perguntou meu nome a ninguém?

— Seu sobrenome Hugo.

— Santoro — Viro a cabeça para a janela — Porque está aqui?

— Para saber se você ia ficar bem? Você bateu a cabeça na minha frente e desmaiou. Não ia te deixar com desconhecidos para mim.

— Não são desconhecidos, você é uma desconhecida.

— Agora eu sei que não são desconhecidos — A olho a tempo de a ver revirar os olhos.

Volto a olhar para a janela.

— Sei que está mentindo mas não é da minha conta certo? Então eu vou embora.

Não a olho, apenas escuto a porta abrir e fechar.

— Seu amigo é um belo de um mal educado — escuto ela falar do lado de fora.

Logo os gêmeos entram de novo no quarto.

— O que você fez?

Dei de ombros.

Em minha cabeça há uma confusão, vozes e flashes do meu dia, tentando me lembrar em que momento eu poderia ter ingerido algo que continha a maldita droga.

Tomei os remédios antes de ir até o restaurante, não pretendia ir foi uma decisão repentina. Nem penso no que teria acontecido de tivesse ficado sozinho em casa.

Ninguém foi a minha casa hoje, não tenho ninguém que arrume a casa ou cozinhe. Sou só eu.

Não encontro sentido algum. Em que momento e como?

Então minha mente vaga até a garota, Alia.

— Alia Iglesias. Quero o que acharem sobre ela na minha casa amanhã.

Roses and their thornsOnde histórias criam vida. Descubra agora