um conto nada clássico

Planos Suícidas

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Estávamos todos reunidos no bar papeando quando Félix nos convocou para casa e disse que era hora de planejarmos como iriamos derrotar a tal da bruxa antes que ela começasse a destruir outros mundos como o meu.

- Olha, mesmo que a pirralha esteja aqui e não no mundo provavelmente destruído dela, ela não esta segura e muito menos nos estamos. Se aquela velhota conseguir abrir outros portais ela virá atrás da garota e de qualquer um que ajudá-la, como estávamos fazendo agora. 

Félix disse, me sentia um pouco mal por ser o motivo deles correrem perigo, mas quem quis me ajudar foi ele então que ele lide com isso, oras!

- OK, primeiro precisamos saber por que cacete essa velha estava te seguindo, tem alguma ideia, pirralha?

- Na verdade, a velha me disse que veio para me ajudar "eu vim ajudar alguém chamada buge ou bud..?"  Foi o que ela disse.

Falei, imitando a voz rabugenta de taquara rachada da velha.

- Certo, se era para ela te ajudar, por que ela te mandou para cá?

- Não sei, provavelmente ela mentiu.

Aquele filhote de anticristo com certeza mentiu, por que raios ela falaria a verdade e me colocaria aqui?

- Bom, ela disse que queria tirar sua posse do reino certo?- Assenti- Então ela queria seu reino por algum motivo, provavelmente para dar para aquela tal Rainha, A Fada da Floresta.

- Sim, ela disse que meu reino seria dela, porém Rufus me disse que ela desapareceu então isso é impossível!

- Bem, não necessariamente...

Jonny entrou na conversa.

- Antes dela sumir a Rainha pediu aos meus guardas para que fizessem um feitiço no qual ela adormecesse por cem anos, nada original, eu sei.

-É, isso foi meio um lance bela adormecida, plagiou legal.

Respondi, Jonny seguiu.

- Enfim, eles lhe deram um feitiço de congelamento e ela congelou a própria alma, isso foi a mais ou menos 200 anos e todos disseram que o feitiço dará errado e ela morrerá, mas eu não acredito que o feitiço tenha dado errado...

- Porquê? Feitiços dão errado sempre!

- Não esse, esse nunca dá errado.

- Por....?

- Por que fui eu que fiz esse feitiço.

Ok, isso me surpreendeu um pouco, admito.

- Esse feitiço foi feito com meu próprio sangue, acredito que ela errou a dosagem e usou sangue de um demônio mestiço para completar o feitiço e acabou se prendendo por mais que o esperado. 

- Ok e...por quanto tempo a mais ela ficaria congelada?

- Por mais 115 anos.

- Isso não me parece bom, Félix isso é ruim?

Perguntei, minha voz estava alterada.

- Bem... Isso é preocupante por que significa que temos apenas uma semana até ela acordar...

Uma semana? Planejar algo para deter um ser de tamanho poder como eles dizem é impossível... Isso é...É...Não dá nem para descrever.

- Certo precisamos nos preparar agora, já perdemos tempo demais aqui!

Jonny começou a passar ordens para outros. Ele disse que por enquanto ele e eu ficaríamos encarregados  de abrir o portal que nos levaria para o meu mundo onde começaria o plano da bruxa, mas primeiro, precisávamos saber como abrir um portal grande o bastante para passar o exercito da cidade.

_______________________________⚜tempo depois⚜_________________________________

Nos descemos por uma escada que ficava no fim do outro corredor que eu passei anteriormente e saímos numa sala escura onde havia uma luz roxa fraca que chamava atenção para apenas um livrinho em cima de uma mesinha no meio da sala escura. Jonny fechou a porta atrás de nos e fez um sinal com a cabeça, indicando que era seguro passar.

Passei na sua frente e me adiantei, sentando numa cadeirinha que havia do lado da mesinha. Jonny me imitou, sentando na cadeira da outra ponta.

- Porque estamos aqui?

Perguntei, não fazia ideia de como iriamos abrir um portal do tamanho da cidade naquele quarto minúsculo! mal caberá eu e Jonny, imagina a cidade toda!

- Estamos aqui para que você aprenda o básico. Antes de abrir um portal tão grande, precisa começar com coisas menores. Quero que você pegue isto- Jonny me deu um lápis fino e afiado.- E tente criar um portal para passa-lo.

Bem isso deve ser fácil, se Jonny transportou todos nos, eu posso transportar um misero lápis, com instruções, claro.

- Bem...E como eu faço isso?

Perguntei, esperando atentamente as ordens de Jonny, eu não podia ser rebelde agora.

- Certo, você precisa convocar seu lado demônio, uma forma leiga de dizer, você precisa fazer com que esse seu lado se sobressaia ao seu lado humana, tente lembrar da sua mãe, par exemple. ( Francês: Por exemplo)

Ok, eu não possuía muitos memórias da minha mãe, mas talvez se eu conseguir lembrar de quem basicamente me deu poderes, eu lembre de como usa-los.

Me concentrei o máximo, comecei a lembrar dela: As roupas amarelas que ela usava, sua pele morena contra a agua na piscina...Seu cabelo preto e cheio...Sua voz, minha Deusas, a sua voz era tão...Doce...Suas mão macias toda vez que me abraçava, seu vestido amarelo e branco todo amassado pelo tempo...Suas lágrimas.

Eu estava dentro de uma lembrança.

Outra vez.

Era a minha ultima lembrança, suas lágrimas, suas lágrimas encharcando seu rosto e molhando meu macacão amarelo, suas lágrimas que rolavam pelo seu rosto que agora já não parecia tão feliz, suas lágrimas cessando junto aos gritos e ao sangue...Sua voz parando junto com a espada e então....Um sorriso, um sorriso que soava como despedida, um sorriso bonito, mas não meigo e feliz como os outros, este continha tristeza e raiva, aflição e desespero...

Raiva.

A primeira coisa que me veio com aquela memória foi raiva. Raiva pelos guardas, raiva de meu pai, raiva do povo que ria em silêncio ao redor do corpo, raiva da corte que olhava com desdenho, raiva daquele Reino. Raiva de Camelon.

lembro-me de após isso eu gritar e sentir um clarão, eu não ouvia nada, aquela lembrança era minha, mas eu não me lembrava dela, eu a havia enterrado para sempre, junto com o corpo de minha mãe.

Acordei.

Assim que acordei vi Jonny, ele sorria, maravilhado comigo. Foi ai que percebi que nascerá uma cauda, que não era de Jonny mas sim minha, era....Minha cauda.

 - Jonny não sei se posso continuar com isto, me parece muito perigoso!

Disse, me referindo ao plano que ele havia feito anteriormente.

- Você aceitou não aceitou?

- S-sim, mas isso é suicídio!

- Bom, então prepare-se para a morte.

Isso não pode ser bom.

_________________________________⚜continua...⚜__________________________________