Capítulo 2

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 Acordo na manhã do dia seguinte ao som irritante do despertador, jogo ele no chão e levanto da cama e me dirijo ao banheiro e tomo um banho para me animar um pouco. Faço meu cuidado diário no meu cabelo e modelo alguns cachos com o dedo e saio do quarto arrumando meu uniforme e com a mochila nas costas, olhando os outros alunos em silêncio vejo as garotas no pátio da escola me olharem e sorrirem coro de leve e vou para a minha primeira aula no dia. Olho a sala procurando um lugar vazia para sentar, percebo que no fundo tem dois lugares vagos e vou até lá "jogando" minha mochila encima da mesa e sentando na cadeira.
 
-- só queria que isso acaba-se logo
 
Suspiro sussurrando para mim mesmo. Talvez estar em uma escola nova não seria tão ruim assim, mas acho que a parte mais chata disso tudo é que vou passar o meu último ano preso aqui sem poder sair, a não ser nas minhas férias ou em feriados, mas no fundo isso não faz diferença por que estar em casa é a mesma coisa que está na escola, sempre cheio de obrigações e tarefas para fazer sendo que na maioria das vezes a rotina é a mesma. Estava perdido em meus pensamentos quando um garoto de cabelos verdes, ondulado mais ou menos na altura dos ombros, de olhos azuis quase cinza chama a minha atenção batendo de leve em minha mesa.
 
 -- Oi, meu nome é Albert, você deve ser novo aqui né ? falo isso por que conheço praticamente todo mundo da escola e eu nunca te vi por aqui.
 
 -- oi...
 
falo sorrindo tentando parecer simpático.
 
-- eu sou o Eliot, fui transferido para essa escola faz pouco tempo. acho que é por isso que você não me conhece.
 
-- deve ser, porque um rostinho bonito como o seu é impossível de esquecer.
 
solto uma risada um pouco constrangedora ao ouvir o comentário de Albert. Esse garoto novo parece ser interessante e diferente dos outros, acho que vale apena fazer amizade com ele, pensou Albert sorrindo simpático para o Eliot.
 
 -- bom como eu não conheço a escola muito bem o que você acha de levar para um tour
 
falo olhando ele esperançoso por que sinceramente eu não gostaria de ficar sozinho logo no meu primeiro dia.
 
-- mais é claro, adoraria te mostrar toda a escola e seu lado bom.
 
sorrio de um jeito que transparece segundas intenções.
 
-- se é que você me entende, e gosta da mesma fruta que eu....
 
-- espero que você não esteja falando de garotas, pois sinto lhe informar que elas me odeiam, quando eu tento falar com elas acabo agindo como um idiota
 
-- Não Eliot, olha bem pra mim, eu não sou do tipo de garoto que corre atrás de garotas ou fica com elas
 
naquele momento pude entender a o que ele se referia quando me perguntou se eu curtia o mesmo que ele, por um estante senti como se meu rosto estivesse pegando fogo.
 
-- E-Então você... —faço uma pausa, criando coragem.— gosta de meninos ?
 
olho para ele, não com um olhar de julgamento e sim com um olhar misto de curiosidade e interesse.
 
-- sim, mas não se preocupe você não faz meu tipo então seremos só amigos se for tudo bem para você.
 
-- claro sem problemas, é que eu não sei também se eu gosto de garotas, e saber que você fala sobre isso abertamente me deixou com mais duvidas ainda sobre mim.
 
-- entendo, mas você não precisa se definir como gay ou hetero agora só por que as pessoas querem saber, isso é algo que só você precisa saber e ninguém pode te obrigar a seguir uma sexualidade que não te representa.
 
-- entendi, muito obrigado por me apoiar muitos já me falaram que se eu seguisse por esse caminho eu nunca seria verdadeiramente feliz, mais eu me sinto bem mesmo estando ainda um pouco confuso sobre minha sexualidade.
 
era tão bom falar com alguém que realmente me entende-se e não agisse com um falso interesse só para me machucar depois.
 
-- tá tudo bem Eliot, eu vou te ajudar a se encontrar mais por agora vamos assistir a aula
 
sorrio olhando para ele e me lembro de quando eu também não sabia o que eu sentia, e como foi difícil descobrir que eu era gay em uma família que nunca me apoiou em nada, e torço para que a família de Eliot não faça o mesmo que a minha fez comigo. Após falar sobre assistirmos a aula o professor Darius de História entra na sala já apagando os desenhos que os garotos fizeram no quadro, abro minha mochila e pego meu caderno e estojo. Olho Albert pegar seu material e faço o mesmo mais logo paro ao ver o professor, ele era um homem alto bonito e um pouco forte, seus cabelos e olhos eram castanhos claros, tão claros que parecia mel. Eu sei vocês devem estar pensando que eu sou estranho e doido por achar meu professor de história bonito, mais era a mais pura verdade, sem contar que ele tinga uma cicatriz atravessando seu olho esquerdo, acho que alguém não era só um professor. Riu bobo pensando na possibilidade de meu novo professor ser um espião lituano ou algo do tipo.
 
-- Eliot para de babar no professor e copia a matéria.
 
Fala Albert copiando a lição que ele começou a escrever no quadro negro.
 
-- em minha defesa ele é muito lindo.
 
Falo sorrindo e começo a copiar a lição enquanto Albert solta uma risada baixa.
Quando fui transferido para essa escola não imaginei que seria tão divertido assim ser o aluno novo, pois logo no primeiro dia já fiz um amigo e ele não se parece nada com os meus antigos colegas da escola onde estudei, eu sei pareço meio cruel falando assim, mas eles nunca se importaram de verdade comigo era só uma amizade superficial, e acabava que eu só ficava com eles para não me sentir sozinho, mas não fazia muita diferença.
 
-- Abram o livro na página 157, algum de vocês se oferece para ler o texto ?
 
Disse o Professor Darius abrindo o livro e olhando para a sala. Por um momento senti meu coração errar a batida, pois eu odeio ler textos em voz alta ainda mas se for na frente da sala toda. Quando Albert ia se oferecer para ler o texto um garoto extremamente lindo entra na sala chamando o professor com alguns livros nos braços, seus olhos eram azuis como o mar e sua pele negra era tão linda que brilhava com o reflexo da luz que entrava pela janela.
 
-- Meu Deus que moreno lindo
 
Sussurrou Albert para mim, e  tenho que concordar que esse garoto era muito lindo e eu nunca tinha visto alguém tão bonito assim.
 
-- só um segundo pessoal
 
Falou o professor indo até o garoto misterioso. Tento ouvir o que eles estavam falando mas com o barulho da sala era quase impossível até que escuto o Professor chamá-lo de Jack.

Um Amor quase impossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora