Prólogo

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Os gritos vindo do quarto estavam estridentes. Só os Deuses saberiam o quanto estava sendo difícil aquele parto. Jay já estava perdendo as suas forças e seu primogênito não parecia ter muita vontade de nascer.

O pai estava ao lado e ele não sabia se o calafrio era por conta da forte chuva e da baixa temperatura típica do mês de dezembro ou se era o pavor de ver sua amada esposa sofrendo tanto. Segurava a sua mão, lhe dava forças como podia, mas sabia que somente Jay seria capaz de fazer algo nessas horas.

- Já estou vendo a cabecinha - a parteira informou - vamos lá, moça - incentivou - faça força só mais uma vez! - Jay estava chorando, mas ela fez - mais uma... - outra vez e então a senhora conseguiu segurar na cabeça do bebê e puxá-lo. Jay jogou seu corpo na cama, quase desfalecendo e sorriu quando escutou aquele chorinho. A parteira enrolou o bebê em mantas e depois deu ao pai - parabéns, é um lindo menino.

O pai segurou aquele bebê frágil em seus braços e o desenrolou das mantas, mas quando colocou seus olhos naquele lindo bebezinho, começou a chorar quase tão estridente quanto ele estava.

- O que foi? - Jay perguntou - o que foi?

- Ele... ele é tão pequeno, tão frágil - disse soluçando - você sabe o que acontece com bebês assim e...

- Não, Troy, por favor, não!

- Jay, você sabe o que acontece quando um bebê...

- NÃO! - ela tentou tirar seu primogênito dos braços do pai - ME DÁ, ELE É MEU!

- Jay, por favor - ele limpou as lágrimas - nós podemos ter outros filhos, ele... se eu não fizer isso, você sabe que eles vão fazer pior!

- O que você vai fazer? Ele é o nosso filho!

- Eu vou... - olhou o bebezinho chorando - levá-lo para as margens do rio.

- PARA MORRER DE FOME E FRIO?

- Eles vão matar o nosso filho de forma muito pior quando ver que ele é pequeno e frágil! Você sabe disso, morrer de fome e frio vai ser menos torturante - Jay começou a chorar - você sabe que ele não poderá se tornar um guerreiro, Jay.

- Ele é apenas um bebê - chorava descompassadamente - é só um bebezinho, nosso bebezinho! Deixe-me dar de mamar ao menos uma vez, por favor! - ela estendeu os braços - olha como ele chora, ele precisa de mim.

Troy ficou encarando seu filho nos braços, limpou as lágrimas e entregou a mãe. Jay acariciou seu rostinho e deu um beijo em sua testa, depois disso o colocou em seu peito.

Era a cena mais linda que todos naquele quarto poderiam ver, mas Troy sabia que os governadores de Atenas não permitiria que um bebê pequeno daquele jeito e tão frágil sobrevivesse, não seria útil para eles, iriam matá-lo de qualquer forma.

Depois de alguns minutos, o bebezinho acabou dormindo no colo da mãe e ela ficou acariciando seu rostinho tão pequeno e... frágil.

- Jay, chegou a hora - Troy queria parecer um
homem forte e decidido, mas estava morto por dentro. Amava seu filho, acreditava que aquela atitude seria um ato de salvação.

- Não! Não pode fazer isso com o meu bebê, ele é meu filho! - Jay chorava - ele é nosso filho, nosso primogênito! - Troy tremeu os lábios - ele é tão pequenininho, precisa de mim... Troy? - ela segurou seu filho ainda mais forte quando percebeu que seu marido tentava tirar o bebê dos seus braços - Troy, não! - ele tirou - NÃO, TROY! POR FAVOR, NÃO FAÇA ISSO... TROY!
- mesmo sentindo tanta dor, ela levantou e foi até seu marido, mas ele apenas a empurrou e ela caiu para trás, sendo acudida pela parteira - NÃO TIRE ELE DE MIM, NÃO O LEVE! - Troy estava irredutível - VOCÊ É UM MALDITO MONSTRO!

ATHENA                ꧁༻L.S༺꧂Where stories live. Discover now