Em um começo de verão no ano de 1797, ouso dizer que um como outros centenas dele —na breve visão que eu mesma tinha — Estava em uma visita ao campo. Lá, eu sentia a ponta dos dedos de minhas mãos ficando cada vez mais ásperos e levemente incômodos, graças a tinta que secava lentamente sob eles. A brisa daquela tarde por sua vez, apresentava-se ao contrário do incômodo de meus dedos, morna e serena, quase que indistinta. Enquanto o gramado verde e vivaz fazia-se presente em contato com os meus pés sem calçado algum.
Os afinados e dóceis cantos dos pássaros tornavam-se música ao meu redor. Tal esse som que era bem mais agradável do que as aulas de canto de Hellen, minha pequena e desafinada irmã. Que mesmo com tais características que dificultaram seu aprendizado, era determinada e esforçada, pois queria um dia se tornar um grande nome no mundo da música. Conhecida pelos que apreciam. Também queria um dia poder ser ouvida cantando um dia... Para a própria rainha.
Eu por outro lado, tornei-me a ser menos ambiciosa do que Hellen. Com um bom conhecimento das palavras, me permiti sentir a paixão pela escrita... Poesias que já passeavam em minha mente desde muito nova. Lindas histórias, cujo pensava que se um dia não as vivesse, talvez pudesse as ler, com bom gosto e prazer.Naquele mesmo fim de tarde, tornei a recolher todos os materiais de pintura que usava para pincelar a tela –que antes se encontrava em um branco absoluto – as guardando na caixa de madeira onde as cabiam com perfeição.
Caminhei morro abaixo a levando em mãos. Sabia que em breve estaria a escurecer pelo cair da noite. Fazendo então que eu tornasse a enxergar apenas pequenos pontos de luz das velas que iluminavam minha casa, e deixariam escapar um pouco de sua luz pelas janelas. Pude por todo percurso sentir o cheiro do frescor das plantações –como se papai houvesse acabado de rega-las– sabendo que no momento certo todo aquele cheiro seria guardado em uma garrafa de vinho, pronta para ser degustada. Por grandes homens... E encantadoras mulheres.Ao por fim a minha caminhada e os pés para dentro de minha casa –sentindo a diferença da textura nos dedos... A frieza daquele chão– observei ao meu redor, tendo a dádiva de te um lar que me permite continuar a ver o céu, rosado do por-do-sol, através das janelas amplas que papai fez questão de pedir que construíssem quando aquela dezena de homens trabalhavam para dar vida a esta casa.
Bom, ele costuma dizer que fez tanta questão que a casa tivesse tantas janelas assim, pois ele e mamãe após o nascimento de Ítalo –meu irmão mais velho–, perceberam que além da vontade de ter mais outros centenas de herdeiros, repararam que seu pequeno filho tinha olhos observadores, e por sua vez, gostava muito de apreciar o céu, as colinas e paisagens. Pensando nisso, sabiam que para que ele continuasse a fazer isso, precisaria de janelas por toda parte no projeto da casa, senão ele teria que passar o dia inteiro do lado de fora para fazê-lo –coisa que mamãe só permitiria por cima do próprio corpo morto–
Assim então foi feito, e com isso eu e Hellen que viemos em seguida, nos beneficiamos com a miragem que podemos ter do conforto de casa, por fim. –além da sorte de sermos irmãs mais novas de um bom homem, preocupado e afetuoso–- Cara Isabel...- disse meu pai enquanto me observava falhar em passar sem ser vista pelo corredor, caminhando por cima do chão reluzente, com os pés descalços cujo passaram a tarde desfrutando corporalmente dos bens da natureza –porém tal feito claramente iria aborrecer a governanta da casa, que por sua vez exige desde as maçanetas ao piso, uma limpeza rigorosa –
- Papai...- respondi o seu chamado respirando fundo –o que causava uma melhor aparição das clavículas perto de meus ombros, que estavam a vista pelo simples vestido que usava para ficar em nossos campos– reprimi os lábios por uns segundos com um sorriso minúsculo, provavelmente fazendo a feição que meu pai chamava de "Descoberta", pois alguém havia sido pego fazendo algo que não devia - Eu...- comecei dizendo, e pensando em uma forma de passar imune. Porém ao direcionar os olhos aos meus pés... Céus, estava a sujar toda a casa - Bem... Papai, o senhor sabe como são os gramados daqui, seria impossível mover-me se estivesse a usar sapatos!- Justifiquei-me gesticulando com as mãos de forma desordenada, o que não surpreendeu meu pai.
- Ah Isabel...- ele suspirou –bom, digamos que ele faz isso com constância – Pareceu pensar um pouco, e ajeitou a sua roupa, que já estava mais limpa e elegante do que as velhas que usava para cuidar das plantações, cujo sempre estavam manchadas da tonalidade roxa, Hellen costumava dizer que era um charme. Suspirou mais uma vez... - Depois resolvemos isso... Se apresse e vá direto para o banho, vista-se com um bom vestido... O que ganhou do tio Casper pode ser ideal para a ocasião.- Antes que eu o atingisse por todos os lados com perguntas ele continuou : - Vamos a cidade- completou.
Não precisou mais do que aquilo para que eu esboçasse um sorriso genuíno de entusiasmo.
Ir para cidade, era quase que um evento afastado dos outros demais. A última vez que fomos foi para assistir a premiação de Ítalo como oficial, houve um desfile bem colorido e decorado, cheio de pessoas de todos os tipos. –digamos que eu era a que mais acenava e assobiava por ele, talvez no fundo ele não tenha gostado tanto da atenção que eu atrai, mas o que eu posso dizer ? Era meu irmão medroso sendo elegido como um oficial de verdade! –
Respirei fundo para tomar fôlego e passei em passos apressados até os meus aposentos, quase correndo o que causou uma tentativa do meu corpo de derrubar-me, impedida por mim que segurei nas paredes, mesmo que pude até ouvir meu pai... Dando um riso nasalado a alguns passos atrás de mim, ele adoraria rir de me ver cair antes de acudir-me.
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✨MINHA GENTE! O PRIMEIRO CAPÍTULO TERMINA POR AQUI! Um beijo especial pra todo mundo que participa do grupo! Que vai ler com exclusividade com certeza! Kkkk Eu fiz com muito carinho, e o mais rápido que pude pra vocês! Deixem bastante comentários e vão lá no grupo dizer o que acharam! BEIJOS ENORMES!!! ✨
Vou deixar vcs com algumas fotos de vinícolas Kakksks
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Two hearts
RomanceNo ano de 1779, Isabel vinda de uma família simples, na sua flor da idade vivia uma vida calma e confortável no campo. Até ao desfrutar da vida que tinha, acaba por conhecer uma figura inesquecível, cujo seu segredo obscuro e olhos intensos, mudaria...