Quebrada

Capítulo 3

Travei, não conseguindo continuar e encarei ele, esperando sua resposta, querendo ouvir uma negação dele, mas olhando nos seus olhos, eu não consegui ver nada além de um espelho... Frio, vazio e sem emoção.

-Eu não... – ele fez uma careta pensativa e suspira resignado – Eu não te amo, mas tenho um instinto protetor contigo que a maldição... Não controla.

Neguei incrédula e irritada. Ele estava aqui por instinto?! Isso não podia ser sério! E realmente não me amava mais?! Queria poder bater nele, tentar colocar algum sentindo nele.

-E a culpa disso é minha?! Como a culpa pode ser minha? – perguntei e fiquei surpresa por ouvir minha voz trêmula de choro, mas minhas mãos tremiam de raiva.

-A maldição só é ativada depois de... – ele fez uma careta, como se não quisesse falar, mas deu os ombros e continuou – Só é ativada após amar intensamente, depois de se entregar completamente para outra pessoa... E a perder. Independentemente se for culpa do elfo ou não.

Ouço um suspiro tenso e viro para ver Dimitri nos encarando pensativo.

-Dimitri, sabe de algo? – perguntei e ele negou.

-Estou estudando a maldição, mas não consegui descobrir uma forma de quebrar ela.

-Existe uma forma de quebrar uma maldição? – perguntei esperançosa.

Pensei no sorriso do Darlan e soube não me importava se ele voltasse a me amar ou não, apenas queria o brilho de volta nos seus olhos.

-Toda maldição existe uma forma, nem que seja matar quem a fez. – Dimitri falou.

-Não adianta matar ela. Isso não vai quebrar a maldição. – Darlan fez uma careta e se afastou.

Voltei meu olhar para Dimitri que negou.

-Não, não dá... Mas se eu pegar a essência dela, consigo estudar a melhor forma de...

-MILA! – o grito que soa porta nos assusta e viramos para ver o Gael parado na entrada, me encarando incrédula, então sorriu aliviado – Que droga gatinha! Não me assuste mais assim.

Ele se aproximou rapidamente e me abraçou com força. Se minha boca não tivesse esmagada no seu peito, teria pedido para me soltar, considerando que já estava com dor.

-Está machucando ela, Gael! – ouço Dimitri falar, ao mesmo tempo em que gemi de dor.

-Desculpe! – Gael se afasta rapidamente e me olha preocupado – Está tudo bem?

Assenti, na hora tentando me conectar com ele, mas novamente não tinha nenhuma ligação lá. Tentei entrelaçar nossas essências, mas parecia que eu encontrava apenas um vazio ao seu redor.

-Dimitri, porque... – murmurei e então me virei para o Dimitri nervosa – Porque não consigo me ligar com ele?

Ele suspirou e se aproximou, sentando na ponta da cama e tocou na minha perna.

-Uma vez que as ligações foram cortadas é muito difícil se conectar. – ele falou e eu neguei incrédula.

-Nós... – tentei falar e ele acariciou minha perna com carinho.

-Somos um caso diferente. – ele me cortou e eu neguei.

Segurei os braços do Gael com força, só assim sabendo que realmente ele estava lá e bem. Encarei Gael e então Darlan antes de voltar a olhar para o Dimitri.

-Mas eles...

-Eu forcei uma conexão no momento em que você nasceu! – ele me cortou novamente e eu franzi a testa confusa.