Entro na escola e vou em direção a secretaria, enquanto caminho pelos corredores reparo em como as pessoas se portam, todas parecem estar muito felizes por estarem ali, enquanto eu devo estar com a pior cara possivel. Chego no meu destino, paro em frente a uma porta e vejo uma senhora que aparenta ter uns 60 anos sentada olhando alguns documentos.
- Bom dia, a senhora poderia me ajudar? - falo e espero que ela me responda.
- Bom dia rapaz educado - vejo ela abrir um sorriso e fechar a pasta que mexia - em que posso ser útil?
- Eu sou novo aqui e não sei como chegar na minha sala, aparentemente eu estou no 2°G - falo e vejo ela vindo em minha direção.
- Sua sala fica no segundo prédio - faço uma cara de apavorado e percebo um sorriso em seu rosto - não se preocupe que eu vou te acompanhar.
- Eu nem sabia que aqui tinha mais que um prédio - solto um riso sem graça e começo a acompanhá-la.
- Esse prédio que nós estamos é o primeiro e nele só fica os alunos do fundamental, por ser o maior ele acaba cobrindo o prédio do ensino médio.
Enquanto andamos ela vai me explicando todos os horários e onde eu posso ficar durante o intervalo, mostra o caminho mais rápido para a cantina e me fala sobre alguns professores. Depois de 15 minutos andando lentamente eu chego em minha sala, confesso que fiquei um pouco triste pois gostei muito de conversar com ela.
- É aqui, se o professor reclamar fala que fui eu quem te trouxe - ela fala e se vira para ir embora.
- Desculpa, qual o seu nome? - fico vermelho por só ter lembrado de perguntar agora.
- Nélia, espero te ver por ai - ela responde amigavelmente e sai.
Bato na porta e ouço uma voz feminina pedindo um minuto, quando a porta abre vejo a professora me olhar com dúvida.
- Sim? - ela pergunta enquanto me olha.
- Desculpa o atraso, sou aluno novo e a dona Nélia pediu para avisar que foi ela quem me atrasou - respondo quase tendo um mini infarto.
- Ah sim, entre, fique a vontade - ela me diz sorrindo.
- Obrigado... - entro na sala e vejo todos me olharem, reparo que tem uma única mesa vazia no lado da janela e vou em direção a ela.
As aulas passam e finalmente chega o intervalo, saio da sala e vou em direção à biblioteca na esperança de achar algo bom e novo para ler. No meio do caminho um menino esbarra em mim fazendo com que eu derrube meu celular, vejo o mesmo pegar o aparelho e olhar para a tela.
- Não trincou, é melhor tomar mais cuidado - ele fala em um tom grosso ainda olhando para a tela.
- É falta de educação ler as conversas de alguém que você não conhece - respondo no mesmo tom.
- Pessoas comuns pediriam obrigado, coisinha.
- Pessoas comuns devolveriam o celular das outras.
- Pede obrigado - ele fala usando um tom provocativo.
- Pede desculpa.
- Desculpa pelo o que?
- Por esbarrar mim e me fazer derrubar o meu celular? - falo usando um tom de deboche.
- Você é divertido - ele responde e joga o celular na minha direção.
Pego o aparelho e dou um olhar de reprovação ao menino, saio enquanto ouço ele resmungar algo não consigo entender.
Chego na biblioteca e começo a percorrer o lugar. Após andar pego três livros e noto uma placa escrito "Aberta a vaga para bibliotecário (a), permitido somente para alunos do ensino médio. Interessados falar com uma de nossas coordenadoras." Olho para o relógio e vejo que ainda faltam 15 minutos para o fim do intervalo, decido ir para o outro prédio e ver se posso ocupar a vaga.
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Mais Um Clichê Adolescente (Romance Gay)
RomanceTudo começou quando eu estava no 2° ano do ensino médio, eu só era mais um no meio de centenas de alunos, ninguém além dos meus amigos e professores lembravam que eu existia. Desde sempre eu soube que era diferente dos outros meninos, eu sabia que e...