I need You - Lumax

Chapter One: Snowball

Se existia algo nesse mundo que fosse mais bonito que o azul oceano dos olhos de Max, Lucas desconhecia. Naquela noite em especial, pareciam estar ainda mais azuis, iluminados pelas luzes quentes que dançavam por todo salão de baile, onde outrora, era a grande e bagunçada quadra de basquete do colégio Hawkins, hoje estava enfeitada de corpos cintilantes que movimentavam-se em sincronia de um lado para o outro, sorrindo e gargalhando.

Os olhos amendoados de Lucas percorriam o salão inteiro, com vergonha de olhar sua parceira diretamente. Como se o contato visual com Max fosse sugá-lo para uma dimensão desconhecida. Não é como se Lucas não quisesse isso, mas toda aquela imensidão de azul interligada ao sorriso sarcástico mais encantador que ele já vira, tiravam-no a capacidade de pensar. E Lucas sentia-se um tolo. Ele não queria parecer um otário na frente de Max. Ainda mais naquela noite.

— Sabe sombra, você pode olhar para mim. Eu ainda não adquiri meus poderes de bruxaria para enfeitiçá-lo — Os cabelos avermelhados de Max balançavam de um lado para o outro, caindo sob suas costas, enquanto ela ria. Falando em termos físicos, era mais fácil a gravidade ser uma piada de mau gosto do quê ter Maxine rindo por aí,  bobamente de algo que ela própria havia dito mais cedo. É que a presença de Sinclair a deixava tão leve.

Um sorriso meia boca é repuxado no canto dos lábios de Lucas, enquanto o garoto franze o cenho em um pedido mudo de desculpas.

Quando finalmente olha para Max, algo parece se revirar dentro de seu estômago, e Lucas tem a certeza de que não tinha nada a ver com o ponche de Nancy. Maxine olhava para ele com tanta intensidade, que Lucas não tinha certeza se era capaz de sentir seus pés sob o chão. Talvez estivesse flutuando?

— Max, eu... — A ruiva tapou-lhe a boca com o dedo indicador, impedindo que o namorado continuasse o monólogo. Ela olha para cima, como se quisesse absorver cada detalhe daquela noite. A decoração, as pessoas, Lucas...

Ali, naquele pequeno espaço da quadra, era como se o mundo pertencesse apenas aos dois. Não importa a música que tocasse, o som de suas respirações era a melodia mais pura já escrita pelas estrelas. Aquele instante era único.

Max aperta Lucas contra si, apoiando o queixo na curva de seus ombros, enquanto seus pés pareciam saber instintivamente o que fazer. Ela nunca havia gostado de romance ou coisas melosas, mas parada ali, sentindo o coração de Sinclair batendo contra si, não havia lugar no mundo para onde pudesse correr. Não havia lugar no mundo onde ela deseja estar que não fosse entre os braços deste garoto idiota.

— Têm tantas coisas que eu preciso te dizer — O aperto em seu parceiro fica ainda mais forte, como se ela tivesse medo que ele desaparecesse e a deixasse plantada ali. — Tantas coisas que eu preciso que você ouça.

Lucas balança a cabeça em confusão, deslizando as mãos da cintura de Max para seus ombros, afastando-a suficientemente para que ele pudesse ver seu rosto. Estava inexpressivo e ilegível, como Max costumava ser.

Era como se as cordas vocais de Lucas tivessem com algum problema. Ele abria a boca para falar, para protestar, mas simplesmente não saía som algum. Ele a olhou em desespero, como que pedindo por ajuda, mas Max continuava ilegível.

— Está tudo bem, ok? As coisas vão ficar bem — A ruiva tornou a abraçá-lo e conduzir seus corpos lentamente no ritmo da música que soava por entre as paredes do salão. — Lucas, eu... — Era a vez de Max se perder por entre as palavras que seu cérebro tentava desesperadamente expurgar. — Eu acho que você e os meninos são simplesmente idiotas.

Ainda sem conseguir pronunciar qualquer palavra ou som, Lucas continuava olhando em confusão para sua parceira. Ele não estava entendendo. É óbvio que eles eram uns idiotas, mas era isso que Max tinha de tão importante para dizer?