"Estamos vivendo como anjos e demônios, demônios"- Why Try, Ariana Grande.
"Bem-vindo a Oxford" era o que dizia a grande e enferrujada placa de metal posicionada do lado da rodovia, ela passou rápido pelos meus olhos, pois, minha mãe, provavelmente, esta dirigindo mais rápido do que uma ambulância. Mesmo que a Ariana Grande grite nos meus ouvidos, eu ainda escuto os seus resmungos "esses fones estão altíssimos" "você é louco mesmo não é Zayn? seus tímpanos vão estourar garoto". Louco. É, pra ela eu realmente tenho loucura, não é só ela, meu pai, primos, tios, avós, todos acham que sou louco. Porque? Bom existem vários motivos para acharem isso de mim. Primeiro, mas não tão esquisito assim, eu falo sozinho. Isso mesmo, falo sozinho, me abro comigo mesmo, até por que nunca tive tantos amigos assim, de todos os meus longos 19 anos de vida me lembro de somente uma pessoa que fosse realmente minha melhor amiga. Dani Carter, a unica pessoa que lembro de ter como amiga, eu e Dani nos conhecemos quando eu estava na oitava série, ela estava na sexta série, e digamos que a culpa de eu ter repetido dois anos no colégio foi, relativamente, dela, nós dois só queríamos passar o último ano do ensino fundamental na mesma série, pois, não era nada agradável ser o excluído da turma e ainda por cima, ser zuado pelos garotos da sala por que sua unica amiga estava a dois anos abaixo do seu nível. Eu realmente não ligava pra que ano ela estava ou se eu tinha uma idade superior a dela, ela era a unica que me entendia, a unica que eu podia conversar e expor meus sentimentos. Depois que concluímos o ensino fundamental, juntos, Dani e seus pais saíram de Londres e foram morar na Filadélfia em busca de novas oportunidades de trabalho. Desde então, eu falo sozinho, converso comigo mesmo e sinto que isso é extremamente normal, porém, para minha família esse já é um dos meus sinais de loucura.
Dani também foi a unica que tentou resolver meus problemas, ela se esforçou em me ajudar, mas não conseguiu, tenho pena dela por isso, ela queimou muitos neurônios tentando achar soluções para as minhas grandes intrigas.
Fechei a porta do banheiro causando um estrondo que ecoou por toda a casa, encostei a cabeça na parede branca e me deixei levar pelo choro. Finas e fervorosas lágrimas que mostravam o meu ódio e raiva pela família que tenho. Por que continuam com a ideia de que devo ir a um psicólogo me tratar? Eu não sou doente, não sou louco! A loucura vem da parte dessa família idiota e medíocre que eu nasci. Séria bem melhor me jogar de uma ponte do que continuar sendo membro dessa facção criminosa contra a minha vida. Gritei de raiva, pois as palavras não sabem expressar o ódio que sinto nesse momento.
"Esta berrando? Não acha melhor ligar para um manicômio vir busca-lo querida? Ele não esta muito bem da cabeça." Meu pai só sabe reclamar de minha suposta loucura inexistente.
Olhei para a pia do banheiro encarando as lâminas de barbear que estão logo em cima dela. Iria amenizar a dor? Logico que iria. Iria amenizar a raiva? Com toda a certeza iria.
Peguei as lâminas e sentei no chão frio, arregacei as mangas de meu moletom preto e observei meu pulso esquerdo, não é a primeira vez que faço isso, outras cicatrizes já estão encontradas ali, é um ciclo viciante, que cura a minha dor por alguns instantes.
Passei a lâmina no meu pulso formando uma linha reta, o sangue escorreu rápido dali, fazendo com que eu fizesse mais uma sequência de dez cortes no pulso e no meu braço em geral. Deixei que as lágrimas caíssem em cima do lugar ensanguentado, não liguei para o ardor que a pele trazia ao se encontrar com a água, só fechei os olhos e encostei a cabeça na parede:
- Zayn Malik! - escutei aquela voz já conhecida pelos meus tímpanos, a voz fina que gritava desesperadamente meu nome - Saia já dai, o que você esta fazendo?
- Dani, me deixa em paz - choraminguei soluçando.
- Eu não vou te deixar em paz enquanto você não me dizer o que bulhufas você esta fazendo - ela batia na porta de madeira cada vez mais forte - Me deixa entrar!
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Love Me Like You Do
FanficZayn era considerado louco por sua família graças aos problemas de infância, devido isto, ele foi matriculado em uma escola interna, em Oxford. Zayn nunca soube expressar seus sentimentos, e além do medo, só conseguia sentir raiva de sua mãe. Porém...