Quando tudo parecia ir bem

151 2 0
                                    

Final de semestre no colégio de Tiffany,finalmente as provas e professores chatos estavam prestes a acabar,não que ela esperasse algo de impressionante nas férias como sempre sua Tia a fazia passar as férias no acampamento,aquela coisa chata que da última vez não foi nada agradável.
-Iremos juntar todas as turmas de Ed.Física, sim eu sei que todas nos odiamos. -Acrescentou a Professora Rose, que tinha um cabelo curto engraçado, originalmente ruiva já beirando seus 40 anos,que por sinal não estava nada feliz com seu casamento e descontava nas alunas,quem ela pensa que é aliás?Pensava Tiffany.
Ignorando a Professora, seguiu até o último banco da quadra colocou seu fone e deixou soar nos seus ouvidos Dear God- Ax7, no momento não tinha música melhor que essa,na verdade nunca tinha, sempre foi sua preferida dez da morte de Victor, seu ex-namorado.
Suspirou e fechou seus olhos deixando as lágrimas rolarem, porque tinha que ser assim?Ok chega de mistério...Há exatamente dois anos atrás lá no primeiro colegial,havia finalmente entrado para o colegial, escola nova e pessoas novas,lá estava ela na aula de química fazendo novos experiementos, concentrada, nada poderia tirar sua concentração a não ser um rapaz, com a pele branca tão macia quanto bumbum de bebê, olhos castanhos, um sorriso de encantar qualquer um, e aquelas covinhas?Cabelo castanho com um topete.
-Oi? Tudo bem? - Disse Victor, o tal rapaz do topete.
-Oh,me desculpa eu estava...Concentrada em você, quero dizer meu exercicio de química é claro. -Se sentindo a mais boba deste mundo, naturalmente se sentiu corada e um leve desconforto surgiu em seu peito. -Sério mesmo que fiz isso?- Pensava consigo.
-Ahn,entendi. Indo direto ao ponto,será que poderia me ajudar no exercício?
-Claro, porque não? Sente-se comigo. Fique à vontade. - Estava fazendo o possível para disfarçar o quanto ficou intimidada e desconfortável com aquela situação,obviamente ele havia percebido que ela estava corada e sem jeito,mas fizera o possível para manter a pose.
Ao final da aula, Victor agradeceu por ela ter lhe ajudado.Tiffany pegou sua bolsa e a colocou nos ombros, seus cadernos aninhados ao braço, e seu guarda-chuva armado, fones no ouvido,tudo ok agora poderia refletir em paz.A chuva estava forte naquela tarde nublada de Segunda-Feira,seus pensamentos ultrapassavam a margem da razão, o que poderia ter causado isso?Sua voz grave,ou o jeito com que é falada? O jeito de olhar talvez, ou como fica sem graça ao trocar olhares.É ela estava fascinada e sabia que isso ia se estender mais.
Chegando em casa logo percebeu o cheiro de cigarro misturado com whisckey,sua Tia estava sentada no sofá com uma roupa inadequada e falando ao telefone. -Sr.Williams?Oh claro, as 21h te espero aqui, minha sobrinha?Não se preocupe dou um jeito nela.- Ao perceber a presença de Tiffany, sua tia desligou, apagou o cigarro e foi em direção a ela,incomparavelmente despreocupada. -Vou precisar que saia hoje,irei receber um cliente em casa.
-O quê? Não pode simplesmente ir me expulsando assim,sou sua sobrinha estou sobre sua responsabilidade! Aonde quer que eu fique? -Esse é o meu trabalho,sabe que é através disso que compro seu pão de todo dia,portanto as 21h quero te ver longe daqui,e sem reclamar, se não te devolvo pra miserável da sua mãe!
Tiffany a olhou por um segundo, com a expressão mais incrédula que pode fazer e tentando impedir que as lágrimas viessem,tinham que cair,mas não na frente dela.
Foi até seu quarto esvaziou sua bolsa e a encheu de roupas e um dinheiro que talvez a bancasse por algumas semanas, escova de dente, desodorante e seu diário é claro.Separou outra bolsa para os materiais escolares e jogou um estilete dentro,talvez fosse necessário pois viver na rua por uns dias não seria nada seguro. Pegou as chaves reservas e partiu antes mesmo de escurecer.
Sim, sem rumo,não tinha um conhecido sequer por perto,sua amiga Tinna havia viajado e talvez fosse a única que a acolhesse. Andando pelas ruas vagas de Bridgeport as 20h, resolveu entrar em uma cafeteria pois estava com fome, e o frio era grande. Entrou logo abrindo a sua bolsa pegando sua carteira e fazendo o pedido, ao entregar o dinheiro reconheceu a mesma mão desajeitada ao segurar os fracos de experimentos pela manhã. Era ele.
-Boa noite, Ahn...Coincidência não é? -Disse Victor. Com um olhar bajulador.
-Olá, tudo bem? Bom te ver por aqui,não sabia que trabalhava aqui.
-Agora parece que sabe, e o que faz desse lado da cidade? Não disse que morava perto do colégio?
-Ahn,bom...Dando uma volta,as vezes é bom,sabe.
-Entendi,fique a vontade.Qualquer coisa só me chamar. - Tiffany hesitou balançando a cabeça em concordância, pegou seu café e sentou-se a mesa.Olhando pelo vidro coberto por chuviscos, e uma leve garoa a fora a fazia refletir o porque de sua mãe a ter abandonado tão tarde. Não, ela não havia morrido,apenas ficou assim desde que casou com Harry,o padrasto de Tiffany.Tudo havia mudado e nada parecia melhorar.
Ao ouvir seu nome,voltou a realidade em questão de segundos e virou-se para observar Victor vindo em sua direção.
-Estava pensando,poderíamos sair sábado a noite? -Disse ele.
-Não sei se seria uma boa ideia,estou passando por uma fase difícil agora.
-Ah, me desculpa já deveria saber,uma menina linda como você jamais iria aceitar,sou tão ingênuo as vezes, mas esquece isso.
-Não Victor, meu Deus eu sairia com você quantas vezes fossem preciso, quer dizer... Poderia ser bom para me distrair. Sábado as 20h passo aqui para lhe encontrar, meu celular,aqui esta. - Pegou a caneta que achará na mochila e anotou seu número.
-Ok Tifanny,nos vemos sábado.
Os dias se passavam e nada daquilo parecia ser realidade, primeiramente que ela estava morando na rua desde que foi despejada da casa de sua Tia,e segundo que tinha um encontro sábado com quem jamais imaginara. As pessoas passavam a olhando com arrogância, nunca se sentiu tão mal,talvez deve-se tomar banho,mas como? Pensou, era sexta a tarde e o dia estava ensolarado, porque não correr algumas quadras a frente e pular no riacho?
Depois de dez minutos andando,encostou suas coisas em um canto e pulou direto no riacho, era como se estivesse lavando a alma,um peso saindo de suas costas.Se distraia cada vez mais sozinha,quando virou e viu Victor parado a observando com cara de quem queria rir,mas achou constrangedor.
-Oh meu Deus, não é o que esta pensando! Me desculpa, eu só estava buscando um meio de...
-De tomar banho? Oh sim Sra.Tifanny, tenho percebido que esta morando na rua por esses dias,posso saber o que esta acontecendo?-
Ela o fitou por alguns segundos,não o conhecia o suficiente para lhe contar e se sentiu intimidada e nunca havia se sentido tão envergonhada. Pegou sua bolsa,e saiu correndo em direção ao campo logo a frente do riacho, sentou-se a grama verde em frente ao por-do-sol e começou a chorar e soluçar.
Depois desse dia,tudo mudou.Contou sua historia para Victor,seus motivos de ter fujido,o porque morava com sua tia e que tinha sérios problemas emocionais. Não tinha nenhuma amiga verdadeira e isso a fazia se sentir inútil e desinportante. Ele há fez prometer que voltaria a casa da tia,acertaria as coisas e que assim tudo se resolveria e que ele sempre estaria do lado dela para faze-la rir e que estava disposto a se apaixonar, tal como já havia se apaixonado.
Dez meses se passaram e tudo parecia um verdadeiro paraíso,pareciam que tinham sido feitos um para o outro,quem diria que aquela aula de química daria nisso?
-Amor esta pronto o café.Venha logo antes que eu desista de ir a praia. -Disse Tiffany entusiasmada.
-Bom dia meu amor.Hmm exatamente do jeito que eu gosto,panquecas americanas. - Olhou para Tiffany e a beijou.Em seguida ela saiu para o banheiro, e Victor pensava que ela ficava tão sexy com sua camisa e calcinha. E um coque feito de qualquer jeito,o que era mais sensual.
Tomando um banho de espuma ao som de Only u- Leo Von, Tiffany se divertia com as espumas em seus corpo,e pequenas bolhas de espuma. Ao levantar-se percebeu que havia esquecido a toalha,e chamou Victor para pega-la. Ao perceber que não obteve resposta, chamou mais uma vez.Franziu as sombrancelhas ao continuar sem resposta alguma. Colocou a roupa de antes por cima,e abriu a porta curiosa. Continuando com a curiosidade no olhar, parou no meio da sala e olhou em volta. E avistou Victor caido no chão tendo uma convulsão.
-Meu Deus isso não pode estar acontecendo! -Disse Tiffany desesperadamente. Correu para o quarto pegou seu celular e ligou para ambulância, não sabia o que fazer diante daquela situação, só chorava e estava tremula. Minutos depois os socorros chegaram,enquanto alguns bombeiros o colocavam na maca, um policial veio lhe fazer algumas perguntas básicas. -Bom dia Sra.Tiffay,certo? Posso lhe tirar um minutinho? -Bom dia, é claro. - É a primeira vez que ocorre isso? Você é namorada dele? -Sim exatamente, nunca aconteceu nada do tipo e ele nunca apresentou ter problemas de saúde. -Também poderia ser a última vez,fique tranquila.
O policial deu as costas e saiu andando,o que ele queria dizer com isso afinal? Tiffany foi até seu quarto trocar de roupa e colocar na bolsa o que achava necessário para eles.
Duas horas se passaram, aquele hospital não parecia nada confortável, as paredes brancas como de costume, cadeiras de espera almofadadas e pretas,o piso branco e pessoas andando de branco por todos lados,cheiro de médico que lembrava desespero,morte. E aquela luz fluorescente a estava deixando com dor de cabeça.Deixando sua bolsa no banco, levantou-se e andou pelo corredor até chegar ao filtro de água,nada podia ajudar mais que uma boa água gelada e em seguida,pegou alguma revista qualquer que se encontrava ao lado.Antes mesmo que pudesse sentar, Dr.House a chamou para entrar na sala de operação, imediatamente correu pegar sua bolsa e se dirigiu a sala.Ao entrar, não podia sentir angústia maior, o amor de sua vida deitado em uma cama de cirurgia,ligado a tantos aparelhos e fios com a cabeça enfaixada. Naquele instante se sentiu fora de ar,desligou-se do mundo,e um peso enorme agora habitava em suas costas. Deixou tudo que segurava cair no chão, e correu até Victor sentando na cadeira que havia ao lado da maca,pegou suas mãos e trouxe para junto de si,e soluçava desesperadamente.
Um barulho agudo no fundo e constante,barulhos de pés correndo e porta batendo,foi a que a fez perceber que havia entrado no sono. Não enchergava quase nada tudo parecia estar embaçado, vozes ecoando e parecendo tão distantes, tudo parecia estar em câmera lenta. -Sra.Tiffany me dê licença!!!-Gritava a enfermeira e outros médicos,que com dois aparelhos um em cada mão, colocava no peito de Victor e dava um choque, duas vezes não foi o suficiente. Aquilo tudo parecia um sonho,mas não era,era apenas o começo de todo sofrimento. E então, mais uma vez e Tiffany se sentiu obrigada a despejar-se sobre o chão, de joelhos e com tantas lágrimas que não havia mais possibilidade de saírem tantas, se debruçou sobre Victor e lhe fez uma promessa. -Sempre estaremos juntos,nunca vou tirar essa aliança, ela vai ser como sua presença.

Acampamento de verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora