há alguns anos atrás.
Eu tinha viajado pra longe, Manaus não era mais a minha casa, afinal, minha mãe sempre gostou muito mais de São Paulo, sentia falta dos meus avós, dos meus primos, de morar em um único bairro desde a infância, mas isso significava um novo começo né?
Eu tava andando por aí já tinha chorado pra caramba de saudade de absolutamente tudo, minha cabeça doía.
Cantarolava alguma música da Tina Charles enquanto eu comia uma coxinha enorme que a minha mãe tinha comprado mais cedo pra mim para tentar fazer eu esquecer toda aquela tristeza, acho que ela não entendia que comprar comida pra mim só vai me deixar pior.
Parei numa praça, sentei num banco e fiquei observando tudo de longe, uma multidão de pessoas, e mesmo que o barulho fosse ensurdecedor tinha gente que ainda conseguia conversar, pra mim, que não tinha experiência mínima com multidões, a não ser aquelas dos shows que eu ia em Manaus.
Aqui parecia que tudo era muito distante um do outro, talvez pelos letreiros ou pelas grades construções, a praça que eu estava ficava literalmente na frente do prédio onde eu estava morando.
— Ei, garota. — Ouvi uma voz me chamando, parecia estar bem perto de mim, quando eu me virei, me deparei com um garoto que parecia ter a minha idade, os olhos azuis chamativos, o cabelo loiro escuro, era hipnotizante por completo. — Qual teu nome?
Eu naquele momento definitivamente não sabia o que responder, afinal eu tava na cidade há dois dias, não tinha falado com absolutamente ninguém que não fosse minha mãe e meu irmão mais velho.
— Ei, eu tô falando com você. — Ele acenou com a mão na frente do meu rosto e eu acordei do transe.
— É Cecília. — Forcei o meu sorriso mais bonito, porque eu ainda tava chorando, o garoto com certeza já tinha percebido e eu não fazia ideia do porquê ele ainda estava aqui.
— Você parece legal Cecília, gostei da tua blusa. — Enfim eu percebi que eu tava usando uma camisa do Metallica do meu irmão, ela era três vezes maior que eu.
— Muito obrigada, tu quer um pedaço? — Ofereci o salgado que estava na minha mão e jurei que os olhos dele brilharam.
— Olha eu nem ia pedir, mas já que cê me ofereceu. — Dei uma risadinha que arrancou um sorriso vitorioso dele, que pegou a coxinha da minha mão tirando um pedaço enorme.
— Porra garoto, eu nem te conheço e você levou metade da minha coxinha, sorte a sua que você é muito bonitinho e eu não vou te encher de porrada. — Ouvi a risada dele preencher meus ouvidos, ri junto.
— A propósito eu sou o Gabriel, posso pedir teu número ou é muito abusado da minha parte?— Aquele sorrisinho voltou pra mim.
— Pode sim, mas pera aí, Gabriel, Gabriel, Gabriel, Gabriel, Gabriel, Gabriel, Gabriel, Gabriel… — Ele me interrompeu.
— O que você tá fazendo?
— Repetindo seu nome oito vezes, porque oito de lado é o infinito e eu não quero te esquecer. — Pude ouvir ele rir mais uma vez e eu sorri sinceramente.
Seria bom se todas as pessoas do mundo fossem que nem o Gabriel.
No fim do dia eu passei meu número pro Gabriel e a gente conversou, bastante, até de madrugada.
![](https://img.wattpad.com/cover/314663170-288-k789114.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
LOVER gabriel montresor
Fanfictionand you'll save all your dirtiest jokes for me, and at every table, i'd save you a sit Onde Cecília sentia que Gabriel não gostava tanto assim dela ou Onde Gabriel iria onde Cecília fosse para conquistá-la