O Desaparecido

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- Soichi, você tá bem?! - Mari pergunta preocupada e com raiva.

- Tá tudo sim, mas ela acabou quebrando meu óculos. - Eu respondo enquanto limpo minhas lágrimas.

Eu apanhei da valentona da minha sala. O nome dela é Emi, se acha a melhor da escola e jurou que iria bater em mim já que minha mãe não conseguiu me bater.

- Eu juro que mato ela, Soichi! - Disse Mari furiosa.

- Não precisa disso, vamos para casa. - Eu respondo tentando acalmar os seus nervos.

No caminho voltando pra casa, eu olho pro céu e digo a Mari que está ficando nublado. Mas Mari continua calada, querendo socar a Emi até matar ela.

- Mari! - Eu grito seu nome bem alto.

- O que foi? - Ela responde raivosa.

- Vem cá! - Eu seguro ela e dou um abraço bem forte.

Ela retribui o abraço e diz que me ama. Eu dou risada e a chamo de maluca.

- Você sabe que pode contar comigo, Soichi. - Disse ela me dando bronca.

- Eu sei, mas fiquei com medo de que matasse a Emi. - Eu respondo com um sorriso no rosto.

Ela me leva até em casa e chegando lá, percebo que o carro dos meus tios não está na garagem. Eu fico preocupado e me pergunto o que aconteceu.

- Eu acho que seus tios não estão em casa, Soichi. - Disse ela enquanto tentava olhar pela janela.

- Eles devem ter ido no mercado ou algo assim, deve ser melhor esperar aqui mesmo. - Eu respondo e me sento no chão.

- Sério isso? Vamos pra minha casa logo. Não vou te deixar aqui nesse frio. - Ela me me tira do chão e me leva até a casa dela.

Pelo menos a casa da Mari não fica tão longe da casa dos meus tios e chegaremos rapidinho lá. Chegando na casa dela os pais dela preocupados comigo me chamam.

- Soichi! Já encontraram o Hiroshi? - A mãe da Mari me faz uma pergunta estranha.

- Como assim? Meu irmão não foi junto com os meus tios? - Eu fico confuso.

- Ele está desaparecido o dia inteiro, Soichi. - Ela me responde preocupada.

Ela me diz que o Hiroshi foi visto pela última vez brincando com uma mulher estranha. Eu pergunto que mulher era essa e como ela era.

- Segundo ao seu tio, ela tinha olhos amarelos, um cabelo preto longo e uma pele pálida, quase totalmente branca. Mas ninguém sabia seu nome.

Eu começo a me tremer e me desespero. Ela tinha acabado de descrever a mulher que estava na fenda da minha parede na noite passada.

- Mari, vem comigo! - Eu seguro a mão dela e saio correndo até a casa dos meus tios.

- O que aconteceu, Soichi?!- Ela me pergunta enquanto eu conto sobre o que eu vi na noite passada.

Ela acaba acreditando em mim e fica assustada. Mas sem ter tempo de pensar direito, somos parados por uma mulher com uma máscara assustadora. Com a máscara cobrindo sua face inteira e uma roupa preta suja.

- Olá Soichi, fiquei sabendo que seu irmão foi dado como desaparecido essa manhã. Eu sinto muito por tudo e pode contar comigo se precisar de algo. - A mulher desconhecida fala comigo com uma voz debochada e com um sotaque estranho.

- Quem é você? - Eu pergunto enquanto a Mari puxa minha atenção.

- Soichi! Não fala com uma desconhecida, ainda mais uma estranha dessa. - Ela fala baixinho para a mulher não escutar.

Eu acho que essa mulher pode ser uma vizinha fofoqueira que ficou sabendo da situação por acaso. Mas ela está usando uma máscara, ela deve querer esconder alguma coisa. Isso é suspeito demais...

- Olha moça, eu acho que te conheço de algum lugar. - Eu falo isso enquanto começo a chegar perto dela.

- Soichi! Sai de perto dessa mulher! - Grita a Mari preocupada.

Continua no Capítulo 3 :)

A Menina Da FendaOnde histórias criam vida. Descubra agora