Harry está deitado na cama, encarando o teto frio e sem vida de seu quarto. É domingo de manhã e, normalmente, ele estaria lendo um de seus livros. Jane Eyre, Garota Interrompida e até mesmo maratonando toda a saga de Crepúsculo. Mas ele não está, porque sua cabeça gira nesse momento mais do que girou quando foi persuadido por Niall, seu melhor amigo, a jogar algumas folhas de papel higiênico na casa do Sr. Oswald no Halloween passado. Ele não era de fazer esse tipo de coisa. Porquê, no fim do dia, ele gostaria de ter seus atos e as consequências que chegam junto a eles sob seu controle.
Nesse momento, Harry não tinha nada sob seu controle.
Bom, o que acontece é que, no dia anterior, alguns de seus amigos vieram à sua casa. Era o último sábado antes do fim das férias de verão e Harry queria aproveitá-lo na companhia de todos eles. Obviamente, Louis estava entre eles e, céus, como estava bonito. O cacheado simplesmente não conseguia parar de olhá-lo, de lançar todos os seus mais belos e sinceros sorrisos em sua direção; era impossível resistir, como um íman que o puxava a todo instante.
Que o puxava para Louis.
Em determinado momento, todos foram para o jardim. O jardim de Harry era bastante amplo, continha algumas árvores e roseiras que eram muito bem cultivadas por sua mãe e até mesmo por ele mesmo, de vez em quando. Um enorme trampolim fica no meio do jardim, uma memória preciosa de sua infância. Ele gostava de se deitar ali à noite para observar as estrelas, sozinho. Também gostava muito de ler um de seus livros no local.
Enquanto o grupo jogava uma espécime de vôlei improvisado nos fundos, Harry observou que Louis estava sozinho, deitado sob o trampolim, a luz artificial amarela e o luar brilhante pairando sobre a sua face. Poderia jurar que foi a cena mais linda que já tinha visto em toda a vida. A pele levemente bronzeada pelo sol torrente de verão, a bermuda roxa-clara perfeitamente posta e que lhe caía tão bem, a blusa preta de mangas até os cotovelos, sua franja que crescia e às vezes caía por cima dos olhos, - uma coisa que irritava muito Louis, ele havia percebido - seu porte tão vulnerável, mas que passava tanta segurança para Harry. Louis era como um anjo em sua melhor forma, o cacheado pensava consigo. Alguém que valia o esforço de apenas se sentar e admirar o quão belo e perfeito um ser poderia parecer.
Harry fazia isso com frequência, ele não negaria.
Ele caminhou alguns passos até a base do trampolim, apoiando seu braço e sua testa. Ficou em silêncio um momento, desfrutando daquele minuto; daquela visão divina. Um suspiro longo escapou de seus lábios, denunciando sua presença. Ele apenas sorriu.
— Oi — Louis encarou sua face, um sorriso doce aparecendo e oferecendo a vista de alguns de seus dentes. Céus, Harry amava até mesmo seus dentes.
— Oi — ele se locomoveu até o lado do mais velho, cruzando suas pernas — Por quê está aqui e não com os outros? — Harry se deu a liberdade de brincar com os próprios pés, as meias já meio desbotadas recheadas de pequenos gatos de cores variadas.
— Não sei, achei legal você ter um trampolim em casa, — uma risada anasalada foi captada por Harry — na minha não tem muito espaço. Minha mãe ficaria louca. As gêmeas iriam parecer duas pipocas, pulando o dia inteiro.
— Eu gosto bastante daqui. É bom só deitar e encarar o céu, às vezes trago um livro comigo. Posso sumir por horas, às vezes — ele tentou se deitar, mas ambos já eram grandes demais para caberem ali sem que se tocassem minimamente. Louis deu espaço para o cacheado, seus ombros lado a lado. Harry se segurou tanto para não ficar vermelho.
Louis apenas deu uma leve olhada para o menino ao seu lado, sorrindo fraco, porém doce. Um momento de silêncio depois, ele se permitiu falar:
— E você? — Harry sentiu essa fala como um sussurro, um contraste tão gritante em comparação ao som dos outros garotos no fundo do jardim. Sua nuca arrepiou um pouco.
— O que tem eu? — o som da dúvida genuína fez com que Louis sorrisse, mas estava escuro demais para que o mais novo percebesse.
— Por que você tá aqui, e não com os outros? — Louis virou o rosto para o cacheado, deitando de lado. Harry repetiu o gesto.
— Não sei, Lou. Eu vi você aqui e quis te fazer companhia. V-você quer que eu saia? — Harry quis se bater mentalmente por ter gaguejado de repente. A ideia de Louis reprovar sua presença ali o machucava muito — E-eu posso sair, sabe, se você qui-
— Não, Hazz! — Louis deu uma gargalhada, as mãos indo até sua prórpia tâmpora. Deus, como ele era gracioso — Claro que não, seu bobo, — ele empurrou levemente o mais novo com seu quadril — eu gosto da sua companhia. 'Tô feliz que você esteja aqui — um sorriso, esse que pôde ser visto por Harry, eles estavam tão perto...
Harry retribuiu o sorriso, suas bochecas atribuindo um tom avermelhado como duas enormes cerejas. Seu rosto estava quente e, suas mãos, suando. Ele pedia aos céus que os leves tremores de sua perna também não pudessem ser reparados pelo mais velho.
— E-eu também gosto muito da sua companhia, Lou... — ele resolveu fechar os olhos, as palavras acabam saindo mais facilmente assim.
Louis pareceu pensar por um tempo e, então, encostou levemente seu mindinho sobre os dedos de Harry. O cacheado pensou que estivesse alucinando mas, não, eles realmente estavam ali. Em sua mão.
— Hazz... — ele começou, o apelido que dera pra si parecendo ecoar por todas as partes de sua cabeça. Harry tinha certeza que ele ia continuar, e ele inteiro estava tremendo — Hazz, e-eu...
De repente, Harry sentiu algo bater em sua cabeça. Pelo susto, agarrou o torso de Louis com tanta força que até mesmo ele teve um espasmo pela ação repentina. Quando olhou ao redor, percebeu um Niall completamente envergonhado, como quem dissesse 'me desculpe' sem emetir qualquer som. A bola que os outros garotos estavam usando acabou por cair em cima de Harry, o que fez com que o jogo acabasse juntamente do que quer que estivesse acontecendo em cima daquele trampolim.
— Foi mal aí, gente... — O loiro disse, uma de suas mãos atrás do pescoço. Ele sabia que tinha interrompido algo e se sentia mal por isso — A gente tava, sabe, jogando a bola, e aí o Zayn quis que eu tentasse algum tipo de técnica idiota... Eu não medi muito bem minha força. Você 'tá bem, Harry? Se machucou? — ele chegou mais perto, a preocupação com o amigo sendo transparente.
— E-eu tô bem, Ni. Não se preocupa — Harry sorriu, a confusão e a vergonha estampando seu rosto — Então... Tá ficando meio tarde, vocês não acham? Eu meio que prometi pra minha mãe que ia ajudar ela com o jantar e, eu até convidaria vocês, mas ainda vai demorar... Desculpem — o mais novo disse as palavras em um tom tão baixo que Louis poderia jurar que era coisa de sua cabeça. Ele tentou contato com Harry na saída, dando-lhe um abraço tímido e dizendo que se veriam em breve, na escola. Harry sorriu tanto que sua mandíbula ficou dolorida por um instante. Harry ainda podia sentir as faíscas do toque de Louis em seus dedos.
Ele não tem coragem de admitir, mas foi a melhor sensação de sua vida.
Ele tinha tanto medo. Mas, bom, amar é só para os corajosos, certo?
E, bom, Harry tinha coragem.
ʕ•ᴥ•ʔ
olá de novo, amores! eu não resisti e postei o primeiro capítulo para vocês!
me perdoem pela possível má qualidade, eu dei meu melhor e espero poder evoluir com o tempo! me contem o que acharam nos comentários e não esqueçam de curtir e adicionar BTEO na biblioteca! :')
amor e amor s2
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Belonging To Each Other - l.s (fetus).
RomanceHarry Styles é um adolescente comum. Bom, é assim que ele se enxerga - na verdade, até poderia dizer que é um bocado sem graça, - vivendo uma vida monótona. Ele gostava assim. Harry gostava de muitas coisas. Tacos, girafas, livros com histórias de a...