「 𝟬𝟭. 𝗣𝗮𝘀𝘀𝗮𝗴𝗲𝗺 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗙𝗿𝗮𝗻𝗸𝗳𝘂𝗿𝘁! 」

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Olhei para o teste de química em minhas mãos, um B+ escrito com um tom de azul escuro

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Olhei para o teste de química em minhas mãos, um B+ escrito com um tom de azul escuro. Minhas pernas tremiam, deixando meu pé em movimento a todo tempo. Era um boa nota. Definitivamente melhor que a nota de metade das pessoas da classe, mas ainda sim, me sentia humilhada. Eu deveria ter me esforçado mais, estudado mais, memorizado a matéria melhor ou coisa do tipo.

Aquilo era um fracasso.

Assim como a maioria da minha vida escolar e pessoal. Meu coração estava apertado, meus olhos doíam com a força que eu fazia para não deixar as lágrimas escaparem. Eu já havia me humilhado o suficiente, eu não poderia fraquejar em frente a todas aquelas pessoas.

Ouvi o sinal irritante e agudo. Sinal que já era hora do intervalo.

Levantei aliviada, carregando as minhas coisas e as levando até o armário o mais rápido possível. As pessoas passavam rapidamente indo até o refeitório, correndo, gritando, sempre perdidos em conversas fúteis.

Fechei meu armário com apenas um baque e me virei notando uma voz familiar.

Steve Harrington. Ou como ama ser chamado.. O rei Steve.

No caso, meu irmão mais velho.

Ele me olhou casualmente e ergueu uma sombrancelha. Uma das coisas que me irritava imensamente em Steve, era o fato de que ele sempre me me lia como um livro aberto. O que era algo inesperado para todos, afinal, a irmãzinha discreta de Harrington era um dos mistérios de Hawkins.

Desviei o olhar e caminhei rapidamente até o refeitório. O local estava cheio, todos em seus respectivos grupinhos. Populares, líderes de torcida, os inteligentes, os tímidos, até os extrovertidos tinham seu próprio grupinho.

Eu estava ali, sem caminho, sem rumo. Não era novidade que eu não me encaixava muito bem em nenhum lugar. Eu me sentia ridícula por ainda achar tão importante ser aceita nessa sociedade onde todos eram rotulados por algo, mas aquilo era o ensino médio. Suspirei indo até uma mesa afastada, bem no canto do refeitório onde não havia ninguém.

Bom, ninguém realmente relevante. Apenas Jonathan Byers.

Olhei aflita para o garoto e tentei formular uma frase.

─ Ei, posso sentar aqui? - Questionei em tom baixo.

O garoto levantou a cabeça e me encarou levemente, em seguida olhou para as cadeiras vazias na mesa e suspirou.

─ Ah, sim.

Me sentei a duas cadeiras de distância do garoto, eu estava carregando apenas um livro na mão. Passei meus dedos pelo título preto em meio a capa esverdeada. Passageiro Para Frankfurt, de Agatha Christie. Meu romance policial favorito desde meus treze anos. Abri o livro tocando lentamente as páginas amareladas, parando na página 37 e retomando o parágrafo que eu estava lendo.

Perdida em meio as letras, quase não notei um par de olhos curiosos ao meu lado.

Byers encarava o livro em minha mão, parecia de fato interessado. Tossi disfarçadamente chamando sua atenção, o garoto finalmente me olhou, seus olhos levemente arregalados me encaravam como um gatinho assustado.

𝐀𝐓𝐄𝐋𝐎𝐅𝐎𝐁𝐈𝐀 - 𝐣𝐨𝐧𝐚𝐭𝐡𝐚𝐧 𝐛𝐲𝐞𝐫𝐬.Onde histórias criam vida. Descubra agora