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Arquivo 7: Um caso que deveria ser abafado

Título: A história do Mundo cinza

𖤐

— Madrugada.

A longa noite me deixou com medo de sonhar novamente, os sonhos não são mais os mesmos e os contos são outros. Me encontro perguntando : Por quê?

Meu corpo está imóvel, quero gritar, quero chorar novamente, chamar por ajuda, mas não posso. Aquele monstro está me olhando novamente, me trazendo medo e mais medo.
Merda de paralisia do sono.

Tic, tac... Esse era o único som que se ouvia, o relógio mostrando que era 3:28 da manhã e ali se encontrava Felix tendo uma paralisia de sono. Felix estava aos poucos se acostumando com a nova vida que vivia, sem amigos, sem apoio, sem ninguém para ajudar, ele se sentia debilitado e sobrecarregado.

Em nenhum momento Felix pensava que estaria nesse estado: Chorando como um bebê pedindo para deixar de viver logo, assim poderia descansar. As coisas o pegaram de vez

Felix acreditava muito em contos, onde tudo poderia mudar um dia, onde aqueles que sofriam, mudariam em um passe de mágica, tolo era o garoto. Sabemos que isso jamais vai acontecer, muitos tem que seguir e engolir esse momento que estamos passando. Pode durar mêses, ou... Anos, ou até mesmo para sempre. Nada muda de um dia para a noite.

Felix apenas suspirou fundo, tendo que encarar tudo aquilo Sozinho. Como sempre.

(...)

Era manhã, felix ainda dormia no quarto, o dia estava frio e sem graça e seus pais já tinham ido embora do hospital. Tudo estava mais calmo. 

Jisung estava acordado no quarto ao lado, como ele receberia alta no dia seguinte e Felix não, Sung saiu de seu quarto ( que ficava ao lado ) e foi até o quarto de seu amigo.

Ele abriu aos poucos, sabendo que ele estava dormindo ele entrou silenciosamente e fechou a porta vagarosamente. Ele se aproximou e sorriu ao ver aquele rostinho fofo, ele dormia como um nenê, Sung morria de amores

Sem ele perceber, Minho adentrou no quarto também vendo a cena mais fofa daquela manhã, Jisung acariciando o rostinho de Felix enquanto ouvia alguns resmungos dele. O coração de Minho se esquentou

— Deixa ele descansar, Sunggie – Minho riu quando viu jisung dar um pulo de susto

— Desculpa, eu queria apenas... - Ele sorriu

— Não precisa se desculpar - Disse caminhando até ele.
— Está bem?

— Estou bem - Meio envergonhado, continuou a acariciar o rosto de Felix.

— Não se preocupa mais com aqueles filhos da puta, tá? - Segurou sua mão - Agora eu irei te proteger.

— Só a mim? - Perguntou sério, ele não queria que só ele fosse protegido

— Vocês dois, mas terei mais cuidado com você - levou suas mãos até o rosto vermelho do garoto que olhou surpreso
— Você não está mais sozinho nessa...

E mais uma vez Jisung sentiu aquela mesma sensação, o corpo ardendo, a sensação de estar temporariamente no céu, uma coisa diferente e boa.

(...)

— Está tudo bem por aqui? - A médica perguntava enquanto arrumava a bolsa de soro, logo se virando e olhando para Felix que tentava comer a comida do hospital

— Acho que está, médica... - Tentou lembrar do nome da médica, mas falhou por esquecer
— Merda... Eu me esqueci seu nome...

Ela sorriu e respondeu
— Irene, meu nome é Irene! - Ela brincou e fez Felix rir
— Hoje os pacientes terão uma visitinha de um contador de história, Felix - Irene pegava a bandeja que estava em cima de Felix e colocando sobre a mesinha que levaria para a cozinha do Hospital
— Vai querer que ele passe aqui? - terminou a pergunta se sentando ao seu lado